Empresário André Luiz Ricciardi volta à Pátria Espiritual
Da redação
11/06/2021 às 11h13 - sexta-feira | Atualizado em 11/06/2021 às 21h05
Arquivo Pessoal
André Luiz Ricciardi juntamente com os filhos Giovana e Gabriel.
Na última quarta-feira, 9, voltou à Pátria Espiritual o empresário e músico André Luiz Ricciardi, aos 47 anos, por complicações da Covid-19, em Curitiba, PR.
O falecimento de André Luiz gerou comoção nas redes sociais. Centenas de amigos e familiares postaram homenagens ao músico, que fez parte de várias bandas em Curitiba.
Na certeza de que "os mortos não morrem", estendemos também nossas melhores vibrações de Paz à sua esposa Edna, aos seus filhos Giovana e Gabriel, aos seus pais Celso Luiz e Elza Brugnolo Ricciardi, demais amigos e familiares.
Boletim da Fiocruz: Estudo alerta para cenário de alto risco
Da redação
10/06/2021 às 16h35 - quinta-feira | Atualizado em 10/06/2021 às 17h45
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O Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado na quarta-feira, 9, alerta que o cenário atual da pandemia é de alto risco, exigindo muita atenção e prudência. A análise mostra que as pequenas oscilações no número de casos nas últimas semanas demonstram a permanência de elevado nível de transmissão do vírus.
Os pesquisadores chamam atenção sobre a necessidade de se combinar medidas para enfrentamento da pandemia nas próximas semanas, até que a maior parte da população esteja vacinada. Ainda segundo o estudo, a combinação do número alto de casos com uma ligeira queda no número de óbitos e a maior parte dos estados com alta taxa de ocupação de leitos UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) é muito preocupante.
TAXAS DE OCUPAÇÃO DE LEITOS
Os dados sinalizam que as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS mantêm-se em relativa estabilidade, em níveis muito elevados. Doze unidades da Federação encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%: Tocantins (94%), Maranhão (90%), Ceará (93%), Rio Grande do Norte (94%), Pernambuco (97%), Alagoas (91%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (97%), Mato Grosso do Sul (107%), Goiás (90%) e Distrito Federal (90%). Nove estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 80% e 89%: Roraima (87%), Piauí (88%), Paraíba (80%), Bahia (84%), Minas Gerais (82%), Rio de Janeiro (81%), São Paulo (82%), Rio Grande do Sul (84%) e Mato Grosso (87%). Cinco estados estão na zona de alerta intermediário (≥60% e <80%): Rondônia (62%), Amazonas (61%), Pará (78%), Amapá (68%) e Espírito Santo (68%). Um está fora da zona de alerta: Acre (41%).
Boletim Instituto Butantan — O caminho de um teste diagnóstico de Covid-19: da coleta da amostra até a divulgação do laudo
Da redação
10/06/2021 às 15h55 - quinta-feira | Atualizado em 10/06/2021 às 17h52
Uma das ferramentas essenciais no combate à Covid-19, especialmente no tratamento de pacientes infectados, é saber, no menor tempo possível, se o diagnóstico de um caso suspeito é positivo ou negativo. No estado de São Paulo, esse trabalho tão importante é realizado por meio da Rede de Laboratórios para Diagnóstico do Coronavírus SARS-CoV-2, uma rede gerida pelo Instituto Butantan e formada por 28 laboratórios públicos e um laboratório privado que atuam de forma colaborativa e organizada para entregar, em até 72h, os laudos aos pacientes o quanto antes.
O processo começa na coleta da amostra. Quando um paciente com sintomas de Covid-19 vai a um posto de saúde, são recolhidas amostras virais do nariz e da garganta para saber se ele está positivo ou não para o novo coronavírus. Esses materiais de postos do estado inteiro são lançados no sistema de Gerenciamento de Análises Laboratoriais (GAL), uma plataforma unificada do Ministério da Saúde, e direcionados para uma das 13 unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz.
A coordenação do Butantan na rede inicia depois que a amostra é coletada. "Após o preparo da coleta, chegamos a um ponto de decisão: o laboratório deve processar a amostra ou enviar para algum lugar da rede de apoio? Isso é decidido pelo Butantan", ressalta Alexandre Rodrigues Xavier, diretor de qualidade corporativa do Butantan. A tomada de decisão leva em conta critérios como o volume de testes que cada laboratório tem para processar (se está com capacidade ociosa e tem os materiais necessários, por exemplo), a logística de transporte para levar a amostra e o prazo.
A rede é formada pelas 13 unidades regionais do Lutz e mais 16 laboratórios, sendo dois deles no Butantan. “O Butantan controla tudo isso. Nós estabelecemos a rede, gerimos a rede e, além disso, fazemos os exames nos nossos laboratórios”, explica a vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan, Maria Carolina Sabagga.
Nos laboratórios do Butantan, a meta entre a entrada e a saída dos laudos é de 24h, podendo variar de acordo com a localidade de onde parte a amostra. Já nos outros laboratórios, o tempo deve ficar entre dois e três dias para a liberação. Diferentemente de outros exames, o RT-PCR precisa que um técnico leia o teste e avalie se ele foi feito adequadamente. Por isso, é necessário que haja uma equipe grande e bem treinada para assinar os laudos.
Se há envio para o instituto, uma equipe que recepciona a caixa com as amostras, dá início aos trâmites administrativos e envia a amostra ao laboratório para processar. O tempo de liberação do laudo começa a contar a partir da chegada. Tanto se o teste for realizado em um dos dois laboratórios do Butantan quanto se for feito em um dos laboratórios da rede, é obrigatório inserir as informações no GAL. Depois de concluída a análise, o laudo é liberado.
"Com as informações oficiais do GAL, nós conseguimos olhar diariamente o que está acontecendo dentro dos laboratórios", diz Alexandre. É a partir disso que se avalia se há necessidade de ajuste. "Se alguém estiver fora da meta de prazo, vamos atuar junto a esses laboratórios que não estão performando adequadamente para resolver o problema. É uma decisão multifatorial", completa.
Para manter a operação, a equipe do Butantan realiza reuniões diárias, todas as manhãs, para discutir o que deve ser feito naquele dia, quais decisões devem ser tomadas, como será a logística das amostras recebidas. O trabalho nunca para na Rede de Diagnósticos. “Nós montamos uma engrenagem dentro do Instituto Butantan, com os outros colaboradores, que são extremamente profissionais e que abraçaram a causa. Sabemos que estamos fazendo isso por um bem maior. Muitas vezes, na reunião, a gente fala em 17 mil, 18 mil, 20 mil testes e alguém lembra que são 17 mil pessoas, são 18 mil famílias esperando esse laudo. Não são só números”, resume Maria Carolina.
Além de todos os testes moleculares, foi montada a Unidade de Sorologia, com duas plataformas para análise de quimiluminescência (emissão de luz em consequência de uma reação química): Roche e DiaSorin. As plataformas começaram a funcionar em agosto de 2020 e já analisaram cerca de 60 mil testes de sorologia para detecção de anticorpos contra proteínas do novo coronavírus. Com essa competência, a Unidade de Sorologia participou das análises sorológicas do Projeto Serrana, Ensaio Clínico de Implementação Escalonada por Conglomerados (Stepped-Wedge), e também das análises da Diretoria dos Ensaios Clínicos.
Os laboratórios do Butantan
Nos dois laboratórios do Butantan dedicados a realizar diagnósticos de Covid-19 (P33 e P54), as amostras são recebidas, rastreadas, catalogadas e registradas no GAL. "Começamos com um desafio muito grande de estruturar um laboratório de diagnóstico dentro do Instituto Butantan para fazer 500 amostras por dia. Achamos que se chegássemos nisso seria muito bacana. Isso foi crescendo, crescendo e faz parte de uma rede que o Butantan consegue coordenar por inteiro", conta Maria Carolina Sabagga. Hoje, o Instituto realiza cerca de 5 mil testes por dia.
Para que tudo isso aconteça, há muitas pessoas engajadas na causa. "Conseguimos trabalhar com um corpo técnico formado por pessoas que foram estudantes do próprio instituto. São pessoas do mestrado e do doutorado trabalhando na bancada. Existe uma emergência e elas conseguiram corresponder de uma maneira bárbara. São alunos da casa, que fizeram carreira acadêmica, e agora estão aplicando esses conhecimentos como funcionários, em benefício da vida", conta a diretora do CDC, Sandra Coccuzzo.
Uma das ferramentas essenciais no combate à Covid-19, especialmente no tratamento de pacientes infectados, é saber, no menor tempo possível, se o diagnóstico de um caso suspeito é positivo ou negativo. No estado de São Paulo, esse trabalho tão importante é realizado por meio da Rede de Laboratórios para Diagnóstico do Coronavírus SARS-CoV-2, uma rede gerida pelo Instituto Butantan e formada por 28 laboratórios públicos e um laboratório privado que atuam de forma colaborativa e organizada para entregar, em até 72h, os laudos aos pacientes o quanto antes.
O processo começa na coleta da amostra. Quando um paciente com sintomas de Covid-19 vai a um posto de saúde, são recolhidas amostras virais do nariz e da garganta para saber se ele está positivo ou não para o novo coronavírus. Esses materiais de postos do estado inteiro são lançados no sistema de Gerenciamento de Análises Laboratoriais (GAL), uma plataforma unificada do Ministério da Saúde, e direcionados para uma das 13 unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz.
*Nota publicada pelo site do Instituto Butantan (butantan.gov.br) em 7 de junho de 2021.
Para a vacina contra a Covid-19, funcionar é preciso as duas doses
Da redação
09/06/2021 às 23h38 - quarta-feira | Atualizado em 10/06/2021 às 13h45
Desde que começou a vacinação da população contra a covid-19, duas vacinas são aplicadas no Brasil: a da farmacêutica CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a da farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz.
No caso da CoronaVac, estudos apontam melhor eficiência quando a segunda dose é aplicada num intervalo de 21 a 28 dias. Já a vacina da AstraZeneca deve ter a segunda dose aplicada em intervalo maior, de três meses.
Dados mostram que mais de 4 milhões de pessoas deixaram de tomar a segunda dose dos imunizantes dentro do prazo recomendado no Brasil. Especialistas afirmam que a primeira dose serve para ativar o sistema imune e começar a criar os anticorpos. A segunda dose serve para aumentar e prolongar a proteção. Aos que estão com a segunda dose atrasada, o Ministério da Saúde orienta que não deixem de ir a um posto de vacinação para completar a imunização.
Lembre-se de que a eficácia das vacinas só é garantida 14 dias após tomar a segunda dose. Garanta toda a proteção que a vacina pode lhe dar
SP anuncia antecipação de 15 dias para vacinação geral contra o coronavírus
Da redação
09/06/2021 às 18h31 - quarta-feira | Atualizado em 10/06/2021 às 15h45
Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira,9, que o calendário de vacinação contra o coronavírus em São Paulo será antecipado em 15 dias para todos os públicos fora dos grupos prioritários. Com a medida, a campanha para a população em geral começa no próximo dia 16.
Com o cronograma antecipado, a nova meta do Governo de São Paulo é vacinar toda a população do estado com 18 anos ou mais até o dia 18 de outubro. A projeção se baseia na estimativa de entregas de vacinas do Ministério da Saúde e considera o início do esquema vacinal, que é composto por duas doses dos imunizantes disponíveis no Brasil.
EDUCAÇÃO
A vacinação contra a Covid-19 para todos os profissionais da Educação começa a partir desta sexta-feira, 11. Anteriormente, a previsão era que o grupo com idade entre 18 e 44 anos da categoria começasse a ser vacinado no final de julho. Essa faixa etária envolve 363 mil trabalhadores.
CALENDÁRIO
O governo paulista divulgou também nova ferramenta no site Vacina Já que mostra a contagem regressiva para vacinação de cada faixa etária. As projeções mostram que toda a população deve ter o período de imunização iniciado em menos de quatro meses.
-------------------------------------------------------- Com informações do Governo de São Paulo
Novo relatório do UNAIDS mostra que o mundo pode acabar com a AIDS até 2030
Da redação
07/06/2021 às 16h36 - segunda-feira | Atualizado em 09/06/2021 às 13h47
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Quatro décadas após os primeiros casos de HIV/Aids terem sido notificados, novos dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, mostram que dezenas de países alcançaram ou ultrapassaram as metas de 2020 estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2016.
Segundo a pesquisa, esses dados são evidência de que as metas são possíveis. Países com leis e políticas progressivas e sistemas de saúde fortes e inclusivos tiveram os melhores resultados.
Resultados
Unicef/Frank Dejongh
Homem sendo testado em centro de centro de saúde na Côte d’Ivoire. Disponibilidade de testes permitiu baixar número de novas infeções
Nesses países, as pessoas que vivem e são afetadas pelo HIV têm mais acesso a serviços eficazes, incluindo testes, medicamentos para prevenção e redução de danos, suprimentos de vários meses de tratamento e acompanhamento consistente e de qualidade.
Falando à ONU News, a diretora e representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez, destacou a relação da pandemia de HIV com a crise da Covid-19. “O relatório reforçou que vivemos uma conexão de duas pandemias, ambas impulsionadas por desigualdades. Estamos atrasados na resposta à pandemia da Aids e também da Covid-19. Por isso, este não é o momento para nos afastarmos da resposta ao HIV. Mesmo 40 anos depois do primeiro caso, a pandemia de HIV continua a ameaçar o mundo e, infelizmente, a pandemia de Covid-19 fez com que houvesse um atraso ainda maior em relação aos progressos feitos para acabar com a Aids.”
Claudia Velasquez sugeriu ainda ações de combate à crise de saúde. “A ciência tem feito grandes progressos na resposta ao HIV, mas podemos fazer essa resposta acontecer de uma melhor forma e mais rapidamente. A Covid-19 mostrou que a ciência pode avançar rapidamente se tivermos vontade política e envolvimento de todas as pessoas.”
Globalmente, o relatório mostra que o número de pessoas em tratamento mais do que triplicou desde 2010. Em 2020, 27,4 milhões dos 37,6 milhões de pessoas vivendo com o HIV estavam em tratamento, contra apenas 7,8 milhões em 2010. Estima-se que a implementação de um tratamento acessível e de qualidade tenha evitado 16,2 milhões de mortes relacionadas à AIDS desde 2001.
As mortes diminuíram em grande parte devido à terapia antirretroviral. As mortes relacionadas à AIDS diminuíram 43% desde 2010, chegando a 690 mil em 2020. Também foram registrados progressos na redução de novas infecções por HIV, mas esse progresso tem sido mais lento—a redução foi de 30% desde 2010, com 1,5 milhões de pessoas recentemente infectadas pelo HIV em 2020, em comparação com 2,1 milhões em 2010.
ESFORÇOS
Para acabar com a Aids até 2030, o relatório afirma que a comunidade global precisa desenvolver uma estratégia ambiciosa e viável com novas metas até 2025.
Se alcançadas, até 2025, as metas levarão serviços de HIV a 95% das pessoas que precisam deles, reduzirá as infecções anuais para menos de 370 mil e as mortes relacionadas à Aids para menos de 250 mil.
O novo coronavírus já circula pelo mundo há mais de um ano. Ao longo desse tempo, outras cepas têm sido identificadas em diferentes países, a exemplo da África do Sul, do Reino Unido, dos Estados Unidos e do Brasil. Nas últimas semanas, a da Índia (chamada Kappa) ganhou destaque por causa da explosão dos casos no país asiático, o que acendeu o sinal de alerta mundial pela alta transmissão. Em nosso território também há a preocupação, visto que oito casos foram confirmados em três Estados brasileiros: Maranhão, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Tal realidade deixa todos atentos, principalmente a comunidade científica engajada em descobrir os potenciais malefícios desses agentes infecciosos e as possíveis brechas que permitam um tratamento mais eficaz.
Arquivo pessoal
A biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra é mestre e doutora em Ciências Biológicas. Possui pós-doutorado em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Para esclarecer algumas dúvidas acerca da prevenção às mutações dos genes que provocam a Covid-19, a equipe da BOA VONTADE conversou com a biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra, mestre e doutora em Ciências Biológicas, com pós-doutorado em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A especialista integra grupos nacionais de pesquisadores voluntários no enfrentamento da doença e compõe a lista brasileira dos dez cientistas mais influentes nas redes sociais no combate à desinformação sobre a enfermidade — ranking da organização SciencePulse em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD). De acordo com ela, os recursos de que dispomos contra o Sars-Cov-2 ainda são suficientes perante suas modificações.
BOA VONTADE — Como surgem as variantes do novo coronavírus? Elas estão aparecendo mais rápido do que o esperado?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — Faz parte da evolução natural de um vírus o surgimento de novas variantes dele. O que nos surpreende é isso estar acontecendo numa velocidade muito alta, em virtude da transmissão. Toda vez que o vírus infecta um hospedeiro, a partir dessa nova infecção, dentro da célula, ocorre o processo de replicação, que é quando o vírus faz cópias dele mesmo. E nesse processo de replicação, copia o próprio material genético. Alguns erros nessa cópia podem acontecer, o que chamamos de mutações, as quais podem gerar novas variantes. Essas alterações são aleatórias. (...) Dentro do contexto em que mais variantes estão surgindo, aumenta-se também o risco de serem preocupantes. [As que nos deixam em alerta] são aquelas em que o vírus reúne algumas mutações que podem gerar adaptações importantes, como o aumento da transmissão e do escape da resposta imunológica, por exemplo.
BV — E essas variantes são mais perigosas?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — Quando há aumento da transmissão, há o risco de variantes assim acontecerem. Identificamos recentemente a que muitos se referem como “variante sueca”. Essa, até o momento, não tem mutações que nos preocupem. Existem outras surgindo por aí que talvez a gente nem rastreie, porque realmente não carregam mutações que, de fato, vão conferir alguma adaptação ao vírus. Estamos interessados, dentro da vigilância genômica, em rastrear as que têm mutações de interesse científico e epidemiológico ou que causam alerta. Temos a Gama aqui no Brasil, que gera bastante preocupação; a Beta, emergente da África do Sul, que até o momento é a que parece impactar mais no escape da resposta imunológica; e a Alfa, emergente do Reino Unido, que apresenta aumento importante na transmissibilidade. A gente tem variantes nos Estados Unidos, como a CAL.20C, que são conjuntos de variantes (dos tipos Epsilon) que emergiram na Califórnia, bem como a Iota, emergente em Nova York, as quais podem propiciar um aumento da transmissão, assim como um escape imunológico maior também. Então, temos algumas variantes preocupantes que estamos rastreando e observando a prevalência delas na população.
Diego Ciusz
BV — Como é identificada uma nova cepa do vírus? Dra. Mellanie Fontes-Dutra — A partir da testagem com amostra de uma pessoa que está positiva para a Covid-19, fazemos um sequenciamento [genético]. Assim, vemos o que constitui o genoma do vírus que está infectando aquela pessoa. E, a partir disso, comparamos a sequência genética dele com bancos de dados já disponíveis para ver com qual outra ele se parece mais. Se ele se parece mais com a Alfa, com a Gama, com a Beta... Assim, vamos começando a caracterizar qual variante está infectando aquela pessoa e, no processo, podemos identificar novas variantes ainda não descritas.
BV — As máscaras que usamos são eficazes contra as novas variantes?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — Como algumas variantes aumentam a infecção, é importante usar máscaras muito bem ajustadas no rosto e, de preferência, do modelo PFF2/N95, que têm camadas de filtro importantes. Às vezes, a que é feita em casa, com tecido [comum], não tem essas camadas de filtro. O que a pessoa pode fazer nesse caso é colocar uma máscara cirúrgica por baixo e a máscara caseira por cima. Mas é importante ela estar bem selada no rosto.
BV — As atuais vacinas protegem a população dessas novas cepas?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — Não temos nenhum indicativo, até o momento, de que essas variantes escapam totalmente da resposta imunológica. É possível que algumas impactem mais, como é o caso da Gama e da Beta, mas os parâmetros que vimos foi só uma faceta da resposta imunológica, que é a ação dos anticorpos neutralizantes e suas quantidades. A resposta imunológica é muito diversa. Temos, por exemplo, as respostas das células junto a outras moléculas. Então, mesmo havendo impacto expressivo [em determinada] faceta, isso não significa que a pessoa não tem nenhuma proteção. Essa resposta celular é menos driblável às variantes, e ela contribui muito em evitar agravamentos. Mesmo que a pessoa se infecte, por ela ter essa resposta celular ainda reconhecendo bem células infectadas pelo vírus, conseguirá evitar o agravamento [dos sintomas da Covid-19].
Ainda estamos estudando qual é esse impacto [das novas variantes sobre a eficácia dos imunizantes]. Estudos de efetividade vêm bem nessa hora e são relevantes para observar a performance dessas vacinas num contexto não controlado, de "vida real". (...) Esses estudos estão acontecendo, e tudo indica que existe uma proteção [para quem está se vacinando]. Nós precisamos caracterizar melhor [essa imunidade], mas existem farmacêuticas já elaborando vacinas atualizadas, principalmente para as variantes de maior escape, como a Beta. Repito: até o momento não temos indicativo de que as vacinas disponíveis não protegem. Então, mais do que nunca, precisamos nos vacinar e seguir com todas as medidas de enfrentamento enquanto imunizamos toda a população indicada.
BV — Sobre o intervalo estabelecido entre a primeira e a segunda dose da vacinação, o atraso pode comprometer a proteção completa?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — Não temos estudos acima do intervalo para algumas vacinas, como a CoronaVac, que tem intervalo de 14 a 28 dias, sendo o de 21 a 28 o mais recomendado, e as da AstraZeneca, de até três meses, por exemplo. O que indicamos é: se passou do intervalo entre as doses, vacine-se tão logo seja possível para ter a proteção completa. Essa é a principal mensagem: vacinar-se tão logo seja possível, e vacinar-se com a mesma vacina da primeira dose, porque também não temos muitos dados ou uma recomendação por parte da agência reguladora quanto à combinação de diferentes imunizantes e que tipo de resposta ou segurança isso teria. Vacine-se com [o imunizante da] mesma fabricante, respeitando ao máximo o intervalo estabelecido.
BV — Diante de tudo o que expôs, o que podemos recomendar à população?
Dra. Mellanie Fontes-Dutra — É muito importante que todos se vacinem, pois o efeito protetor da vacina é potencializado quando uma população inteira está imunizada. A vacinação [em massa] é uma chave relevante para a solução dessa situação. Mas, até que muita gente esteja imunizada, a ponto de impactar significativamente na transmissão — que é o que chamamos de cobertura vacinal —, precisamos ir adotando medidas de enfrentamento para controlar a transmissão nesse percurso, até para evitar o surgimento de uma variante ainda mais resistente aos anticorpos ou que escape mais à resposta imune nesse processo. E, assim, não corrermos o risco de as atuais vacinas ficarem desatualizadas, por exemplo.
Precisamos fazer o uso adequado de máscaras sempre que formos sair a locais públicos. Sempre que estiver com pessoas que não sejam do seu convívio diário, use máscaras boas e bem ajustadas ao rosto. Existem sites, como www.pffparatodos.com, que trazem opções de máscara PFF2/N95 mais baratas para as pessoas poderem se proteger. Busquem informações para se protegerem mais.
O distanciamento físico também é muito importante, especialmente combinado com o uso de máscara. Evitar aglomerações nem se fala! Onde tem aglomeração tem vírus; e onde tem vírus tem variante. Estamos em uma situação muito crítica. Muitos Estados estão enfrentando uma estabilidade alta [dos casos de contágio]. Então, se tivermos o aumento significativo de novos casos, lembrem-se de que ele vai partir desse ponto muito alto, e o cenário pode ser pior do que vimos há um tempo. Cuidem-se. Tomem a vacina tão logo seja possível, com retorno para a segunda dose para garantir a proteção completa.
Obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no Brasil
Da redação
04/06/2021 às 09h57 - sexta-feira | Atualizado em 04/06/2021 às 14h15
ciclovivo.com
Hábitos saudáveis têm mais chances de acompanhar a população durante a vida se começarem logo na infância. Por isso, é preciso chamar atenção para a qualidade de vida e rotina alimentar balanceada. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.
A obesidade infantil afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida. Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8, sendo 7% já apresentam obesidade.
PANDEMIA
A pandemia da Covid-19 também agravou a situação e teve impacto importante na alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. A interrupção significativa na rotina das crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o que pode provocar um índice ainda maior de jovens com excesso de peso. Os cuidados com a saúde de forma multidisciplinar devem ser intensificados, como a prática de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação.
Em 2016, foi proclamada a Década de Ação das Nações Unidas sobre Nutrição (2016 a 2025) e o Brasil lidera as ações, em conjunto com outros governos, para enfrentar os problemas decorrentes da má nutrição, principalmente para o excesso de peso em crianças menores de cinco anos de idade. No SUS, o atendimento multidisciplinar garante várias abordagens necessárias para o acompanhamento e tratamento da doença, já que isso também envolve uma mudança de comportamento em casa.
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PREVENÇÃO
A obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos, comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar, escolar, social. Fatores que podem ocorrer ainda na gestação podem influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso. Também pode envolver um aleitamento materno de curta duração e introdução de alimentos de forma inadequada.
Crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças cardíacas. Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados. Se esse período não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.
Os salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço aos alimentos que já conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e frutas. Portanto, o acesso à informação sobre escolhas mais saudáveis para as famílias, profissionais de saúde, cuidadores e responsáveis é fundamental para combater o problema.
____________________________ Com informações do Ministério da Saúde
Conmebol divulga tabela e Brasil estreia em Brasília na Copa América
Da redação
03/06/2021 às 10h38 - quinta-feira | Atualizado em 04/06/2021 às 17h54
A Conmebol divulgou os horários e locais onde serão disputados os jogos da Copa América de 2021, transferida para o Brasil. A estreia da Seleção Brasileira comandada pelo técnico Tite será no próximo dia 13 de junho, domingo, às 18h (horário de Brasília), contra a Venezuela, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília/DF.
Conmebol
O formato da competição não foi alterado. As dez seleções do continente estão divididas em dois grupos com cinco times em cada. Os quatro primeiros se classificam às quartas de final. O Brasil está no Grupo B. Além da Venezuela, a equipe canarinho terá pela frente Peru (dia 17, às 21h, no Nilton Santos, no Rio de Janeiro), Colômbia (dia 23, também às 21h e no Nilton Santos) e Equador (dia 27, às 18h, no estádio Olímpico de Goiânia). Os brasileiros só não atuarão na Arena Pantanal, em Cuiabá.
Nas quartas de final, caso avance em primeiro lugar, o Brasil encara o quarto colocado do Grupo B (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai) às 22h do dia 3 de julho, em Goiânia. Se passar em segundo, atua no mesmo dia, no Mané Garrincha, mas às 19h, contra o terceiro da outra chave.
Classificando-se em terceiro no Grupo A, os brasileiros terão pela frente o segundo melhor time do Grupo B no dia 2 de julho, às 18h, no Olímpico de Goiânia. Caso só consiga a quarta vaga da chave, a seleção de Tite joga no Nilton Santos, às 21h, contra o líder do outro grupo, também no dia 2.
As semifinais estão previstas para os dias 5 (20h, no Nilton Santos) e 6 (22h, no Mané Garrincha) de julho. A disputa do terceiro lugar está marcada para 9 de julho, às 21h, em Brasília. A final da Copa América será em 10 de julho, às 21h, no Maracanã, no Rio de Janeiro.
--------------------------------------------------------------------- Com informações da Agência Brasil
Estado de SP quer vacinar toda sua população até 31 de outubro
Da redação
02/06/2021 às 15h38 - quarta-feira | Atualizado em 05/06/2021 às 18h09
O Governo de São Paulo anunciou na tarde desta quarta-feira, 2, que espera vacinar contra a Covid-19 toda a população adulta do Estado até o dia 31 de outubro.
Pelo novo calendário planejado pelo governo paulista, pessoas entre 55 e 59 anos de idade serão vacinadas contra a covid-19 entre os dias 1° e 20 de julho. Já entre os dias 21 e 31 de julho serão vacinados os profissionais da educação com idades entre 18 e 44 anos.
Entre os dias 2 e 16 de agosto será vacinado o público com idades entre 50 e 54 anos de idade. Já as pessoas entre 45 e 49 anos serão vacinadas no período de 17 e 31 de agosto.
O calendário prevê ainda a vacinação de pessoas com idades entre 40 e 44 anos entre os dias 1° e 10 de setembro; das pessoas entre 35 e 39 anos entre os dias 11 e 20 de setembro; e das pessoas entre 30 e 34 anos entre 21 e 30 de setembro.
Já entre os dias 1° e 10 de outubro serão vacinadas as pessoas entre 25 e 29 anos e, entre os dias 11 e 31 de outubro, as pessoas de 18 a 24 anos. A vacinação de menores de 18 anos ainda não está no planejamento porque os imunizantes disponíveis para vacinação no Brasil ainda não têm testes de eficácia com esse público.
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Com informações do Governo de São Paulo e da Agência Brasil