‘Hã? O quê?!’: Atenção para não sofrer perda auditiva

"Ter um aparelho auditivo no Brasil será algo comum”, afirma especialista

Wellington Carvalho

13/01/2015 às 17h34 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Com certeza, você já ouviu alguém indagar: "Hã? O quê?!". E é importante não a considerarmos uma simples dúvida, pois, na verdade, pode estar intrinsicamente ligada à saúde dos seus ouvidos. Estamos falando da perda auditiva, uma causa recorrente entre os 15 milhões de brasileiros que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), têm problemas de audição.

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Se pararmos para notar, principalmente nas grandes cidades, estamos expostos a vários tipos de sons e, muitos deles, constituindo a poluição sonora, acabam nos prejudicando ainda com o estresse. Em entrevista ao programa Viver é Melhor!*, da Boa Vontade TV, o otorrinolaringologista Gilberto Ulson Pizarro, arrisca o palpite de que “ter um aparelho auditivo no Brasil será algo comum”.

Isso porque os estímulos sonoros são realizados com exagero já na infância, com brinquedos de sons muito altos. Durante a adolescência, esses estímulos vão se intensificando e, somado a esses fatores, já vivemos a realidade da sociedade brasileira estar envelhecendo cada vez mais — causa invariável para a perda auditiva.

Se quisermos evitar que nossos ouvidos sejam afetados, é recomendável que a exposição a elevados sons seja evitada — abaixo de 65 decibéis*. "Se você está ouvindo a 80 decibéis, o tempo que se leva para sofrer alguma lesão vai até oito horas. A partir de 100 decibéis, o tempo de exposição deve ser, no máximo, de cinco minutos — tempo de uma música”, explica o dr. Gilberto. 

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Doutor Gilberto Ulson Pizarro.

Evitar o ruído da rua ouvindo músicas em fones — ainda mais auriculares — também é ação que deve ser evitada. “O adolescente ou adulto que usa aquele fone de ouvido desde a manhã até à noite, tentando fugir do barulho da cidade, acaba potencializando-o e o ouvido vai sendo prejudicado, principalmente quando o produto não tem o selo do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial].”

Muitas pessoas exercem profissões que lidam com excesso de ruídos, como é o caso de pedreiros, motoristas de ônibus, entre outros. Mas nada de se acomodar com a situação! O ideal é se adequar, utilizando protetores auriculares. Essa é uma medida recomendada por médicos do trabalho e, inclusive, deve ser oferecida pelo empregador, já que trata-se de Equipamento de Proteção Individual (EPI) exigido por lei.

Outra dica do Portal Boa Vontade é promover mais momentos em silêncio. Cá entre nós, muitas das vezes somos nós mesmos quem produzimos a barulheira, não é? Então, de vez em quando, pare o que estiver fazendo e experimente, na sua casa, por exemplo, 15 minutos sem aparelhos eletrônicos ou eletrodomésticos ligados. Aproveite para meditar, elevar o seu pensamento ao Pai Celestial e acalmar o seu interior.

Contudo, o dr. Gilberto Ulson Pizarro salienta que, muitas vezes, “as pessoas conseguem perceber uma perda auditiva leve e, por ela não atrapalhar o dia a dia, acabam ‘levando’” — o que desfavorece ainda mais a audição a longo prazo. Para consultar a saúde dos ouvidos com um otorrinolaringologista, basta a pessoa “notar se está, frequentemente, aumentando o volume sonoro de seus aparelhos. O zumbido e a tontura já são motivos para ir procurar um especialista imediatamente”.

Portanto, atenção com sua saúde!
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*Pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV), o programa Viver é Melhor! vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 14 horas. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 910 (custo de uma ligação local + impostos).

*Decibéis são unidades logarítmicas utilizadas para medir a intensidade de sons.