Alerta global: OMS prevê 35,3 milhões de novos casos de câncer em 2050

Anna Douradinho

04/12/2025 às 08h22 - quinta-feira | Atualizado em 15/12/2025 às 10h40

A Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (IARC), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou, durante um seminário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que a incidência anual global de câncer deve saltar de cerca de 20 milhões de novos casos em 2022 para 35,3 milhões em 2050, um aumento de aproximadamente 77%.

FatCamera de Getty

Por que esse salto?

  • O crescimento populacional e o envelhecimento da população em muitos países aumentam o risco geral de câncer.
  • Há também mudanças nos fatores de risco: tabagismo persistente, hábitos alimentares, sedentarismo e exposição a poluentes ambientais estão entre os responsáveis pelo aumento das incidências.

Disparidades regionais e impactos sociais

Segundo a OMS/IARC:

  • O aumento mais expressivo será observado em países de baixa e média renda, muitos dos quais não estão estruturados para lidar com o crescimento da demanda por diagnóstico e tratamento.
  • A estimativa global também aponta para um impacto econômico enorme: a perda de produtividade em decorrência de mortes prematuras por câncer (entre 15 e 64 anos) pode atingir US$ 566 bilhões, o que equivale a cerca de 0,6% do PIB global.

Cenário no Brasil

Para o Brasil, com base nas projeções da Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da OMS/IARC:

  • Atualmente, o país registra cerca de 700 mil novos casos por ano no período 2023–2025.
  • Até 2050, a estimativa é de cerca de 1,15 milhão de novos diagnósticos por ano, um aumento de 83% em relação a 2022.
  • As mortes anuais por câncer no país podem chegar a cerca de 554 mil, quase o dobro do registrado atualmente.

Autoridades alertam que esse aumento “massivo” pode sobrecarregar os sistemas de saúde, especialmente em regiões vulneráveis. A recomendação é que ações de prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamento sejam ampliadas urgentemente para evitar que o cenário se torne catastrófico.

O que fazer agora?

  • Prevenção: combater fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, dieta pobre, consumo de ultraprocessados, exposição a poluentes.
  • Fortalecimento do sistema de saúde: ampliar acesso a diagnóstico e tratamento de qualidade, sobretudo em regiões com infraestrutura precária.
  • Educação e políticas públicas: campanhas de informação, rastreamento e detecção precoce, universalização do cuidado oncológico.
  • Controle de desigualdades: garantir que populações vulneráveis tenham acesso às mesmas oportunidades de prevenção e tratamento.

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Com iInformações da Agência Brasil