Por que andamos tão cansados?

Especialistas identificaram fatos relevantes que conectam essa situação à alimentação.

Giovanna Pinheiro

14/04/2022 às 07h45 - quinta-feira | Atualizado em 14/04/2022 às 09h40

Estudo realizado pela Royal College of Psychiatrists, entidade responsável pela educação e pelo treinamento de psiquiatras do Reino Unido, em 2016, revela uma realidade presenciada também no Brasil: o número cada vez maior de indivíduos que reclamam de cansaço. De acordo com a instituição britânica, uma em cada cinco pessoas sente algum tipo de fadiga a todo momento e uma a cada dez tem cansaço prolongado e inexplicado.

São diversos os fatores investigados, e é certo que as altas demandas do mundo moderno e tecnológico têm sua parcela de culpa nesse assunto, mas especialistas identificaram fatos relevantes que conectam essa situação à alimentação.

FERRO

A deficiência de nutrientes no organismo humano é a causa mais comum para essa sensação de fraqueza. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam, por exemplo, que a falta de ferro (responsável por 90% dos casos de anemia) é o distúrbio nutricional mais prevalente no planeta, até mesmo em países industrializados.

Segundo a OMS, dois bilhões de pessoas, o que corresponde a mais de 30% da população mundial, são afetadas por essa carência. O ferro é uma das substâncias essenciais para a vida e atua na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. Os principais sintomas que alertam para a insuficiência dele são fadiga generalizada, menor disposição para o trabalho e apatia. Mesmo que este nutriente esteja acima do estipulado para o diagnóstico de anemia, há muitos profissionais de saúde que indicam a ingestão de ferro para se obter maior energia.

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Ele pode ser fornecido ao organismo por meio de alimentos de origem animal e vegetal, como as carnes vermelhas, de aves e de peixes, além de mariscos crus. Verduras e legumes verde-escuros (a exemplo da couve, do agrião, do cheiro-verde e da taioba), leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha e lentilha), grãos integrais, nozes e castanhas, entre outros. Para auxiliar na fixação dele, é importante o consumo de vitamina C, que traz outros benefícios para o bem-estar físico e psíquico do indivíduo. Vale dizer que quantidades excessivas de ferro são perigosas à saúde. Daí a necessidade de se buscar sempre a ajuda de um especialista no assunto para uma dieta correta, antes de começar a tomar suplementos.

VITAMINA B12

Trata-se também de uma das responsáveis pela formação de glóbulos vermelhos. A vitamina B12 pode ser adquirida pela alimentação, pelo consumo de laticínios, ovos e carne vermelha. É importante ressaltar que, para ser absorvida em quantidade necessária, ela precisa estar associada à proteína.

VITAMINA D

Essa é outra substância essencial para o corpo humano, mas boa parte da população não tem aproveitado a principal fonte de produção dela: a exposição solar. Os raios ultravioleta do tipo B (UVB) são responsáveis por ativar a sua síntese. Alguns alimentos, preferencialmente os peixes gordos, são fontes de vitamina D, mas o sol responde por 80% a 90% dela em nosso corpo.

Pesquisas revelaram que esse nutriente possui mais funções no organismo do que as inicialmente pensadas; além de agir diretamente na fortificação dos ossos e da regulação hormonal, reduz o risco de desenvolver doenças graves como o Parkinson, a depressão, o diabetes, a obesidade, os cânceres de próstata, de mama, de ovário e de cólon. A carência dela, além de causar cansaço e afetar os músculos, pode elevar os riscos de problemas cardíacos e hipertensão. 

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A orientação para a boa quantidade da vitamina D é expor, todos os dias, pernas e braços ao sol por cerca de 15 a 20 minutos sem proteção solar. Após esse período, para evitar o risco do câncer de pele, é necessário aplicar o filtro solar.

ZINCO

Tanto a carência quanto o excesso de zinco pode ser prejudicial. Ele auxilia na divisão celular, ou seja, no crescimento e na cicatrização, e ajuda na manutenção sensorial e do sistema imunológico. Presente em carnes, oleaginosas e grãos, a falta dele no organismo pode acarretar o comprometimento do sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável.