Novo relatório do UNAIDS mostra que o mundo pode acabar com a AIDS até 2030

Da redação

07/06/2021 às 16h36 - segunda-feira | Atualizado em 09/06/2021 às 13h47

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Quatro décadas após os primeiros casos de HIV/Aids terem sido notificados, novos dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, mostram que dezenas de países alcançaram ou ultrapassaram as metas de 2020 estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2016. 

Segundo a pesquisa, esses dados são evidência de que as metas são possíveis. Países com leis e políticas progressivas e sistemas de saúde fortes e inclusivos tiveram os melhores resultados. 

Resultados 

Unicef/Frank Dejongh

Homem sendo testado em centro de centro de saúde na Côte d’Ivoire. Disponibilidade de testes permitiu baixar número de novas infeções

Nesses países, as pessoas que vivem e são afetadas pelo HIV têm mais acesso a serviços eficazes, incluindo testes, medicamentos para prevenção e redução de danos, suprimentos de vários meses de tratamento e acompanhamento consistente e de qualidade. 

Falando à ONU News, a diretora e representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez, destacou a relação da pandemia de HIV com a crise da Covid-19. “O relatório reforçou que vivemos uma conexão de duas pandemias, ambas impulsionadas por desigualdades. Estamos atrasados na resposta à pandemia da Aids e também da Covid-19. Por isso, este não é o momento para nos afastarmos da resposta ao HIV. Mesmo 40 anos depois do primeiro caso, a pandemia de HIV continua a ameaçar o mundo e, infelizmente, a pandemia de Covid-19 fez com que houvesse um atraso ainda maior em relação aos progressos feitos para acabar com a Aids.”

Claudia Velasquez sugeriu ainda ações de combate à crise de saúde. “A ciência tem feito grandes progressos na resposta ao HIV, mas podemos fazer essa resposta acontecer de uma melhor forma e mais rapidamente. A Covid-19 mostrou que a ciência pode avançar rapidamente se tivermos vontade política e envolvimento de todas as pessoas.”

Globalmente, o relatório mostra que o número de pessoas em tratamento mais do que triplicou desde 2010. Em 2020, 27,4 milhões dos 37,6 milhões de pessoas vivendo com o HIV estavam em tratamento, contra apenas 7,8 milhões em 2010. Estima-se que a implementação de um tratamento acessível e de qualidade tenha evitado 16,2 milhões de mortes relacionadas à AIDS desde 2001.

As mortes diminuíram em grande parte devido à terapia antirretroviral. As mortes relacionadas à AIDS diminuíram 43% desde 2010, chegando a 690 mil em 2020. Também foram registrados progressos na redução de novas infecções por HIV, mas esse progresso tem sido mais lento—a redução foi de 30% desde 2010, com 1,5 milhões de pessoas recentemente infectadas pelo HIV em 2020, em comparação com 2,1 milhões em 2010.

ESFORÇOS

Para acabar com a Aids até 2030, o relatório afirma que a comunidade global precisa desenvolver uma estratégia ambiciosa e viável com novas metas até 2025. 

Se alcançadas, até 2025, as metas levarão serviços de HIV a 95% das pessoas que precisam deles, reduzirá as infecções anuais para menos de 370 mil e as mortes relacionadas à Aids para menos de 250 mil.  

 

 

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Com informações da Unaids