Para OMS, COVID-19 ainda é uma emergência

18/04/2022 às 08h49 - segunda-feira | Atualizado em 18/04/2022 às 10h13

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Segundo dados da OMS, quase 294 milhões de pessoas haviam testado positivo para a Covid-19 até o dia 5 de janeiro

Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que números menores de casos e mortes de Covid-19 não significam necessariamente “risco menor”. Segundo a agência, à medida que o coronavírus que causa a Covid-19 continua a evoluir, não podemos nos dar ao luxo de “perder de vista” as suas mutações.

Na semana passada, houve o menor número de mortes por Covid-19 desde os primeiros dias da pandemia, mas alguns países ainda estão testemunhando "picos sérios" que estão pressionando os hospitais. “Nossa capacidade de monitorar tendências está comprometida, pois a testagem foi significativamente reduzida”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da agência de saúde da ONU.

Tedros reiterou que taxas mais altas de teste e sequenciamento são vitais para os cientistas rastreem variantes existentes e identifiquem novas à medida que surgem. Atualmente, a OMS acompanha de perto várias sub-linhagens da Ômicron, incluindo BA.2, BA.4 e BA.5 e outra recombinante detectada, composta por BA.1 e BA.2.

As últimas sub-linhagens BA.4 e BA.5 foram relatadas em vários países, incluindo a África do Sul e alguns países europeus. “Há menos de 200 sequências disponíveis até agora e esperamos que isso mude. Estamos rastreando [o vírus] muito de perto para ver se há algum aumento na detecção de casos, mas [até agora] não vimos nenhuma mudança na epidemiologia ou gravidade”, informou a epidemiologista principal da OMS, Maria Van Kerkhove.

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Nova cepa da coronavírus foi classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde

Não podemos perder de vista o vírus
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, alertou que, à medida que o vírus continua a evoluir, o mundo “não pode simplesmente perdê-lo de vista”. “Seria muito míope neste momento supor que números mais baixos de casos significam riscos absolutos mais baixos. Temos o prazer de ver as mortes caindo, mas esse vírus já nos surpreendeu antes, já nos pegou desprevenidos antes", lembrou Ryan. “Precisamos fazer nosso trabalho e rastrear esse vírus da melhor maneira possível, enquanto as pessoas voltam a viver suas vidas da maneira mais normal possível”.

Enquanto isso, a principal cientista da OMS, Soumiya Swaminathan, alertou que sub-linhagens e recombinantes continuarão a aparecer, e o mundo deve continuar investindo em ferramentas aprimoradas, como novas vacinas. “Temos que estar preparados para a possibilidade de que esse vírus possa mudar tanto que possa escapar da imunidade existente”, destacou.

Ainda é uma emergência
Tedros enfatizou que, atualmente, o vírus continua mortal, especialmente para os desprotegidos e não vacinados que não têm acesso a cuidados de saúde e antivirais.

“A melhor maneira de se proteger é vacinar-se e reforçar-se quando recomendado. Continue usando máscaras – especialmente em espaços fechados lotados. E para os interiores, mantenha o ar fresco abrindo janelas e portas, e invista numa boa ventilação”, recomendou.

Esta semana, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional – que avalia o estado global da situação com a COVID-19 – concordou por unanimidade que a pandemia continua sendo uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

“Longe de ser o momento de baixar a guarda, este é o momento de trabalhar ainda mais para salvar vidas”, disse Tedros, citando a decisão do Comitê.

O chefe da OMS disse que isso significa garantir que as ferramentas contra a COVID-19 sejam distribuídas de forma equitativa e, simultaneamente, fortalecer os sistemas de saúde. “Diminuir a lacuna de equidade das vacinas é a melhor maneira de aumentar a imunidade da população e se proteger contra ondas futuras”, destacou.

Ele também enfatizou a necessidade de um novo tratado de pandemia. “Um novo acordo pandêmico é nossa melhor defesa coletiva contra vírus conhecidos e, claro, a próxima doença X”, disse ele.


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Com informações da OMS