Diabéticos podem chegar a 784 milhões no mundo em 2045, estima IDF

A doença possui causas complexas, mas que são em grande parte devido ao rápido aumento no excesso de peso, obesidade e inatividade física.

09/11/2021 às 11h39 - terça-feira | Atualizado em 15/11/2021 às 11h13

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Dados da International Diabetes Federation mostram que houve importante crescimento no número de diabéticos em todo mundo. Atualmente são 537 milhões de adultos com o diabetes, alta de 16% em dois anos. Até 2045 a projeção é de que esse número chegue a 784 milhões.

A doença possui causas complexas, mas que são em grande parte devido ao rápido aumento no excesso de peso, obesidade e inatividade física. O número de casos continua a crescer em prevalência, incidência e mortes. 

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Especialistas no assunto advertem que infelizmente grande parte das pessoas não sabe que tem a enfermidade e convive com ela até que situações extremas aconteçam, como perda da visão, amputação da perna e perda da função renal. Até 25% dos pacientes recém-diagnosticados já possuem complicações relacionada à doença são altamente impactantes e incapacitantes.

CAUSAS

À Agencia Brasil, a endocrinologista Rosane Kupfer alertou que as causas da doença são diversas. “As péssimas escolhas alimentares que o mundo está fazendo, principalmente esse estilo de vida ocidental, onde se vê que está crescendo muito a obesidade, muita gente com sobrepeso, muita gente com pré-diabetes, que é uma categoria de altíssimo risco para ficar diabética”.

As pessoas que fazem exames de rotina todo ano percebem quando ocorre aumento da glicose e se preocupam. O problema, disse Rosane, são as pessoas que não se cuidam, não fazem exame para verificar se são diabéticas. Alertou que indivíduos com alto risco para diabetes, que têm casos da doença na família, que são hipertensos, que têm sobrepeso ou obesidade, e mulheres que tiveram diabetes na gestação, devem fazer exame anual acima dos 35 anos de idade.

RIO DE JANEIRO

No Brasil, o número de pessoas com diabetes atingia 16,8 milhões, até 2019. O Rio de Janeiro é a capital brasileira com maior índice de diagnósticos de diabetes no país, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde. A capital fluminense teve o maior percentual de indivíduos com a doença (11,2%), seguida por Maceió (11%) e Porto Alegre (10%). A doença é mais prevalente nas mulheres do que nos homens. O Rio de Janeiro também lidera nessa questão, com 12,4% de diagnósticos no sexo feminino, seguido do Recife (12,2%) e de Maceió (11,4%). Entre os homens, o Rio de Janeiro apresenta taxa de 9,8%, a quarta maior do país.

MODERAÇÃO É PALAVRA-CHAVE

Por isso, a atenção com a alimentação é primordial para garantir a saúde. De acordo com o endocrinologista Márcio Krakauer, o diabético pode comer de tudo, desde que com moderação. "O importante é equilibrar a dieta. Comer de tudo um pouco, fracionando ao longo do dia; comer menos gorduras, menos sal, beber bastante líquido, evitando o açúcar e as farinhas brancas", listou durante entrevista ao Portal Boa Vontade.

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​Ainda que pareça contraditório, a pessoa com diabetes deve evitar sucos de fruta em excesso, preferindo comer, de forma moderada, as próprias frutas. Além disso, os alimentos integrais são mais eficientes que os não integrais, já que seus carboidratos têm uma eficiência maior no controle da glicemia e diminuem a absorção do açúcar no intestino.

Outro ponto de extrema importância é estar atento às refeições com grande teor de gordura, para manter o controle da enfermidade. Isso porque "os alimentos gordurosos contribuem para aumentar o nível de glicemia no sangue, aumentando, e muito, o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o derrame cerebral", conforme ressalta o dr. Márcio.

O especialista reforça que, com equilíbrio, o diabético pode manter o controle da doença, seguindo, assim, a vida sem muitos transtornos na saúde: "perder peso, praticar atividades físicas e ter uma dieta saudável podem prevenir até 60%, em média, a tendência da pessoa para o diabetes".

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Com informações da Agência Brasil