Como reconhecer os sintomas do Alzheimer e tratar a doença

Cris Haidar

21/09/2016 às 11h18 - quarta-feira | Atualizado em 01/12/2016 às 11h20

Quantas vezes nos pegamos falando com alguém sobre algo importante e, de repente, perdemos o rumo da conversa ou não nos lembramos onde estacionamos o carro numa ida ao shopping? Nestas situações, dizemos invariavelmente que estamos com estresse ou ficando mais velhos. Sim, pode ser tudo isso, mas atenção! Também pode ser início de uma doença chamada Alzheimer.

Shutterstock

Essa doença ainda não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença para a saúde do indivíduo. Ela se caracteriza pela perda de funções cognitivas como a memória, orientação, atenção e linguagem, causada pela morte das células cerebrais. Inúmeras são as causas, mas destacam-se o fator genético, sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), mais de 1,2 milhões de brasileiros sofrem deste quadro.

Segundo o dr. Rafael Canineu, especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e diretor da Abraz, mais de 95% dos casos de Alzheimer são de aparecimento tardio esporádico, ou seja, após os 60 anos. O crescimento da incidência na população idosa dobra a cada 20 anos e a previsão é que chegue, em 2050, a 115,4 milhões de registros.

O especialista explica que a doença passa por três fases distintas: o período leve, com tempo estimado de 2 a 3 anos, apresenta pequenos sinais de esquecimento, acompanhada de um pouco de depressão, ansiedade, e perda de interesse. No nível intermediário, normalmente de 3 a 5 anos, a perda da memória começa a ficar mais acentuada, acompanhada de agressividade, inquietude, alteração do sono e alucinações. No último momento, o individuo já apresenta uma total dependência, com incontinência urinária e fecal, fica mais tempo na cama, e apresenta também lesões na pele.

Como lidar com o Alzheimer?

Vou deixar aqui um relato pessoal a respeito de um membro da minha familia que passou por todas essas fases. Minha avó, mulher ativa, viajada, estudava línguas, totalmente independente, era doce, disposta, super alto astral e muito alegre. A familia começou a perceber algumas mudanças sutis de comportamento por volta de seus 79 anos. Por total ignorância, achávamos que ela estava esquecendo as coisas por conta da idade. 

Os anos foram passando e ela começou a ficar agressiva. Sempre estava brava nas reuniões de familia com a bagunça dos netos e bisnetos. Era outra pessoa. Após ser diagnosticada com Alzheimer ficamos atônitos, pois a saúde dela era invejável e a cabeça também. Por fim, foi auxiliada numa clínica especializada em pessoas com esse tipo de doença.

Na clínica ela fez uma pesquisa sobre a doença junto a psicólogos, psiquiatras e médicos e montou um dossiê do que iria acontecer com ela e deu a todas as pessoas que ela amava. No final do relato, minha avó dizia que não iria sofrer, pois provavelmente não se lembraria de mais nada, mas estava consciente que sua familia e amigos sofreriam muito.

E foi exatamente o que aconteceu.

Superando os desafios

Em casos como esse, a união familiar é extremamente importante. Nesses momentos, em que alguém que amamos enfrenta um grave desafio, podemos demonstrar  a força da nossa generosidade e a capacidade de alcançar equilíbrio para atingir a superação dos obstáculos.

shutterstock

Por isso, na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, aprendemos que os desafios não são superiores que a nossa capacidade de solucioná-los e é primordial cuidar de nosso Espírito para vencermos as adversidades com mais segurança, inclusive quando enfrentamos uma doença. 

Como nos instrui o escritor Paiva Netto, em seu artigo “As curas de Jesus”: (...)“tudo é originário do Espírito. O corpo é a nossa vestimenta provisória. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já trabalha a importância da saúde espiritual. Há muitas pesquisas sérias que indicam como a Espiritualidade influencia o bem-estar de um indivíduo. E a ferramenta competente a ser movida para alcançarmos a tranquilidade de Alma é, num orbe tão carente, a prece acompanhada da efetiva ação de Solidariedade (que sempre deveria nortear o serviço dos governos), sem o que o exercício da oração, nascida da sintonia com Deus (ou, para os que não têm crença religiosa, a vivência dos mais elevados sentimentos), somente poderia, em certos casos, transformar-se em mais uma execrável personificação de egoísmo. Para melhor entendimento da Fé espiritual e socialmente ativa, cunhei a expressão Fé Realizante: aquela que nos une aos Poderes Superiores, pacifica nossa Alma e nos motiva a realizar o Bem da sociedade. A Fé Realizante é, portanto, a que impulsiona os desbravadores do progresso no mundo, impedindo a estagnação das comunidades. Seu dever é criar e agir num ambiente sem intolerância, que vem sendo, pelos séculos, um dos maiores tormentos da Humanidade. (...)”.
_______________________________________________________________
* Cris Haidar é colaboradora do Portal Boa Vontade