Reúna sua família para acompanhar a programação especial de Natal
Da redação
19/12/2023 às 14h12 - terça-feira | Atualizado em 22/12/2023 às 17h28
Gabriel Estevão
A Boa Vontade TV preparou uma programação especial para celebrar o Natal Permanente de Jesus para você e toda sua família.
O momento mais importante da programação é a mensagem fraterna de Paiva Netto, presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.
O Líder Legionário nos convida, neste domingo, sábado, 24, às 22 horas, em transmissão multimídia, para uma grande Ceia Espiritual. Durante a mensagem, ele vai apresentar uma comovente homenagem ao Natal Permanente de Jesus.
0h – Programa O Assunto é Jesustrazendo as vibrações do Natal Permanente de Jesus;
1h – O Poder da Fé Realizante
2h30 - Programa Boa Vontade com Paiva Netto, apresentando o novo mapa da pobreza no Brasil e o trabalho da LBV no amparo as comunidades que mais sofrem com a vulnerabilidade social;
5h – Programa O Assunto é Jesus trazendo as vibrações do Natal Permanente de Jesus;
8h – Boa Vontade Notícias
9h - Encontro Cultural Jesus, Vive!
10h – Edição especial do programa Vamos falar com Deus
11h45 – Ave, Maria! Um Canto de Amor à Mãe Universal da Humanidade
13h – Conexão Jesus!
14h - Samba & História
15h - Especial da Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar
19h - Boa Vontade Kids – Especial de Natal
20h – Especial “Salve, Jesus” celebrando o Natal Permanente de Jesus
22h – Mensagem fraterna de Paiva Netto, presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.
PARTICIPE
Você pode mandar fotos e vídeos da família acompanhando a nossa programação para o WhatsApp da Boa Vontade TV (11) 999801–1242.
Acompanhe também pelo Boa Vontade Play, basta baixar na loja de aplicativos do seu celular.
COP28 termina com apelo à “transição” dos combustíveis fósseis
Da redação
14/12/2023 às 08h16 - quinta-feira | Atualizado em 14/12/2023 às 09h53
COP28 / Christopher Pike
Plenária de encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28)
Após uma maratona de negociações que levou à ampliação do calendário dos trabalhos, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP28) aprovou nesta quarta-feira, 13, um acordo de alcance histórico que visa a promover a transição energética, distanciando as nações dos combustíveis fósseis.
É a primeira vez na história das conferências das Nações Unidas dedicadas ao clima que um documento final dos trabalhos reflete a transição dos combustíveis fósseis para fontes energéticas alternativas. A aprovação do documento, negociado pelos Emirados Árabes Unidos, desencadeou aplausos generalizados entre as delegações presentes à COP28.
No entanto, o acordo ainda não atende aos repetidos apelos por uma “eliminação progressiva” do petróleo, carvão e gás.
Anos de bloqueio
Reagindo à adoção do documento final, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a menção ao principal fator causador das alterações climáticas surge após muitos anos de bloqueios da discussão desta questão. Ele enfatizou que a era dos combustíveis fósseis deve terminar com justiça e equidade.
Para aqueles que se opuseram a uma referência clara à eliminação progressiva dessa fonte de emissão de gases do efeito estufa no texto da COP28, Guterres disse que “a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é inevitável, gostem ou não. Esperemos que não chegue tarde demais”, acrescentou ele.
A COP28 estava programada para terminar na terça-feira, 12, mas intensas negociações durante a noite sobre se o resultado incluiria um apelo à “redução gradual” ou “eliminação gradual” do aquecimento do planeta por meio da exploração de petróleo, gás e carvão forçou a extensão da conferência.
Este foi o principal ponto de conflito que coloca ativistas e países vulneráveis e oposição a nações mais desenvolvidas.
“A ciência é clara”
Em sua declaração, Guterres disse que a ciência é clara: limitar o aquecimento global a 1,5°C, uma das metas fundamentais estabelecidas no marco histórico do Acordo de Paris de 2015, “será impossível sem a eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis”. Para ele, isto está sendo reconhecido por uma coalizão crescente e diversificada de países.
Os negociadores da COP28 também concordaram em compromissos para triplicar a capacidade das energias renováveis e duplicar a eficiência energética até 2030, além de terem realizado progressos em relação à adaptação e ao financiamento.
De acordo com o secretário-geral, os avanços incluem a operacionalização do Fundo para Perdas e Danos, embora os compromissos financeiros sejam muito limitados.
A melhor esperança da humanidade
O chefe das Nações Unidas sublinhou que é necessário muito mais para proporcionar justiça climática àqueles que estão na linha da frente da crise.
Segundo ele, “muitos países vulneráveis estão afogados em dívidas e em risco de submergirem com a subida dos mares. É hora de um aumento nas finanças, inclusive para adaptação, perdas e danos e reforma da arquitetura financeira internacional.”
Guterres afirmou que o mundo não pode permitir “atrasos, indecisão ou meias medidas” e insistiu que “o multilateralismo continua sendo a melhor esperança da humanidade”.
“Uma tábua de salvação, não uma linha de chegada”
O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Unfccc), afirmou que a COP28 teve "progressos reais", mas os anúncios em Dubai são “uma tábua de salvação para a ação climática, não uma linha de chegada”.
Simon Stiell disse que o Balanço Global, que visa ajudar as nações a alinhar os seus planos climáticos nacionais com o Acordo de Paris revelou que o progresso não é suficientemente rápido, mas está “inegavelmente” ganhando ritmo.
Em Dubai, Stiell afirmou que a COP28 precisava mostrar uma interrupção decisiva no principal problema climático da humanidade: os "combustíveis fósseis e a poluição que afeta o planeta”.
Segundo ele, “este acordo é um ponto de partida ambicioso, não um teto. Portanto, os próximos anos serão cruciais para continuar a aumentar a ambição e a ação climática”.
O que mais aconteceu na COP28?
- O Fundo para Perdas e Danos, concebido para apoiar os países em desenvolvimento vulneráveis ao clima, ganhou vida no primeiro dia da COP28. Os países prometeram centenas de milhões de dólares para a iniciativa.
- Foram feitos compromissos no valor de US$ 3,5 bilhões para repor os recursos do Fundo Verde para o Clima.
- Ocorreram novos anúncios totalizando mais de US$ 150 milhões para o Fundo dos Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudanças Climáticas.
- Um aumento anual de US$ 9 bilhões por parte do Banco Mundial para financiar projetos relacionados com o clima de 2024 a 2025.
- Quase 120 países apoiaram a Declaração sobre Clima e Saúde para acelerar ações para proteger as pessoas dos crescentes impactos climáticos.
- Mais de 130 países assinaram a Declaração COP28 sobre Agricultura, Alimentação e Clima para apoiar a segurança alimentar e, ao mesmo tempo, combater as alterações climáticas.
- O Global Cooling Pledge foi endossado por 66 países para reduzir as emissões relacionadas ao resfriamento em 68% a partir de hoje.
COP28 / Mahmoud Khaled
Plenária de encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), na Expo City Dubai.
Próximas conferências
A próxima rodada de planos nacionais de ação climática, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas, está prevista para 2025, momento em que se espera que os países tenham reforçado seriamente as suas ações e compromissos.
O Azerbaijão foi anunciado como anfitrião oficial da COP29, de 11 a 22 de novembro de 2024. O Brasil se ofereceu para sediar a COP30 na Amazônia em 2025.
Reações mistas
Apesar das múltiplas salvas de aplausos no plenário, nem todas as delegações ficaram satisfeitas com o resultado das negociações sobre o clima. Os representantes da sociedade civil e os ativistas climáticos, bem como as delegações dos pequenos países insulares em desenvolvimento, ficaram visivelmente descontentes com o resultado.
____________________ Com informações das Nações Unidas
08/12/2023 às 15h52 - sexta-feira | Atualizado em 08/12/2023 às 18h10
Reuters/Paulo Whitaker
Os casos de dengue no Brasil aumentaram 17,5% em 2023 em relação ao ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Ministério da Saúde. As ocorrências passaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão este ano. Já a taxa de letalidade ficou em 0,07% nos dois anos, somando 1.053 mortes confirmadas em 2023 e 999 no ano passado.
“Fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento”, avaliou o ministério em nota. Os estados com maior incidência de dengue são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.
Chikungunya
Em relação à chikungunya, até dezembro de 2023, foram notificados 145,3 mil casos da doença no país, com taxa de incidência de 71,6 casos por 100 mil habitantes. Em comparação com o mesmo período de 2022, quando foram notificados 264,3 mil casos (123,9 casos por 100 mil habitantes), a redução foi de 42,2%. Este ano, foram confirmados ainda 100 óbitos provocados pela doença. As maiores incidências estão em Minas Gerais, no Tocantins e Espírito Santo.
Zika
Já os dados de zika foram coletados pela pasta até o fim de abril de 2023. Ao todo, foram notificados 7,2 mil casos da doença, com taxa de incidência de 3,6 casos por 100 mil habitantes. Houve aumento de 289% em relação ao mesmo período de 2022, quando 1,6 mil ocorrências da doença foram notificadas. Até o momento, há registro de um óbito por zika em investigação.
Criadouros
O Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) indicam que, em 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos).
Os números mostram ainda que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço, cacimba, cisterna) aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
A pesquisa é realizada pela amostragem de imóveis e criadouros com água positivos para larvas de Aedes aegypti no âmbito municipal. Os estados consolidam os dados dos municípios e encaminham ao Ministério.
Mudanças climáticas
Em nota, a pasta destacou que a projeção de aumento de casos de dengue no próximo verão brasileiro se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensos, possíveis efeitos do El Niño, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outro agravante é o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.
“Com as mudanças climáticas, altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Por esse motivo, é preciso o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada. As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina. O Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana.”
“Para garantir a proteção contra o mosquito vetor das arboviroses, o Ministério da Saúde encaminha um biolarvicida aos estados e municípios, de acordo com a situação epidemiológica local e com a demanda. O produto representa uma alternativa eficiente no controle das larvas dos mosquitos, com baixo impacto ambiental.”
Controle
Ainda em nota, o ministério informou estar alerta e monitorar constantemente o cenário das arboviroses no Brasil. “O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão das doenças.”
Revista BOA VONTADE ressalta ação da LBV no combate à insegurança alimentar
Da redação
08/12/2023 às 08h08 - sexta-feira | Atualizado em 08/12/2023 às 16h57
Este é o destaque de capa da nova revista BOA VONTADE, edição 290, que mostra o empenho da Legião da Vontade (LBV) em trabalhar pelo direito à alimentação e à esperança de uma vida melhor para todos os cidadãos. Repleta de informações que podem tornar o seu dia ainda melhor, a publicação está sendo lançada nesta sexta-feira, 8 de dezembro, destacando o importante papel da Solidariedade na luta contra a fome e o apoio da Instituição em favor das populações mais vulneráveis no país, servindo refeições prontas em suas unidades de atendimento, bem como levando cestas de alimentos não-perecíveis a milhares de lares brasileiros com sua mobilização solidária dessa época do ano.
Em seu artigo “O Natal Permanente de Jesus e os 74 anos da Legião da Boa Vontade”, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, presidente da LBV, enfatiza a relevância desse tema: “Realçamos a necessidade imperiosa de viver-se o Natal Permanente, o Natal diário para a fome (espiritual e física) do povo, que também é diária”. Por sinal, a Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista publica, neste 23 de dezembro, como um presente a todos que estudam o tema, a obra literária sobre o Apocalipse do Cristo: Jesus e as Sete Igrejas da Ásia — Éfeso. O livro reúne profunda análise feita de improviso pelo escritor e jornalista Paiva Netto, do último livro da Bíblia Sagrada.
Aliás, esse exemplar traz ainda ações que evidenciam o protagonismo infantil a exemplo do novo serviço da LBV: Infância Cidadã, que tem o compromisso de garantir o brincar e o crescer saudável dos pequeninos junto de seus cuidadores. Além disso, é possível encontrar a cobertura do 26o Congresso Internacional de Educação da Legião da Boa Vontade. Realizado na cidade do Porto, Portugal, o evento contou com a presença de especialistas que abordaram a temática “Educação inclusiva: uma visão além do intelecto”.
Você também confere histórias emocionantes e as mais variadas atividades e iniciativas humanitárias da LBV pelo Brasil. Acompanhe os relatos impactados por sua doação e muito mais, estimado(a) leitor(a), nesta edição da revista BOA VONTADE (www.revistaboavontade.com.br).
COP28: ONU alerta que última década foi a mais quente já registrada
Da redação
06/12/2023 às 09h51 - quarta-feira | Atualizado em 06/12/2023 às 11h02
Esta última década foi confirmada como a mais quente já registrada, mantendo uma tendência alarmante de 30 anos, impulsionada "por emissões de gases de efeito estufa de atividades humanas".
As declarações foram feitas pelo secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, ao apresentar um novo relatório da agência da ONU nesta terça-feira, 5, durante a COP28, em Dubai.
Unsplash/Rafael Garcin
As temperaturas globais da superfície do mar atingiram um recorde em maio e junho de 2023
Emissões e combustíveis fósseis
Marcada por recordes de temperatura em terra e no oceano, a década entre 2011 e 2020 registrou um aumento contínuo nas concentrações de gases do efeito estufa, o que acelerou a dramática perda de geleiras e o aumento do nível do mar.
No evento, os países concordaram com um novo fundo voluntário para compensar nações vulneráveis por perdas e danos devido às mudanças climáticas.
No entanto, há negociações difíceis nos próximos dias sobre metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e eliminar o uso de combustíveis fósseis.
Transformação
O relatório do Estado do Clima revela que entre 2011 e 2020, mais países registraram temperaturas recordes do que em qualquer outra década. Ele também alerta para a "transformação particularmente profunda" ocorrendo nas regiões polares e em áreas de grandes altitudes.
A OMM ainda alerta que os impactos climáticos estão minando o desenvolvimento sustentável, com impactos severos na segurança alimentar global, deslocamentos e migrações.
Aquecimento contínuo
Segundo o secretário-geral da OMM, cada década desde a década de 1990 foi mais quente que a anterior e não há sinais de reversão dessa tendência.
Petteri Taalas enfatiza que é necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa como prioridade máxima e primordial para o planeta, a fim de evitar que as mudanças climáticas fiquem fora de controle
O relatório retrata um cenário preocupante, mas também destaca avanços positivos, como os esforços internacionais bem-sucedidos para eliminar os produtos químicos que destroem a camada de ozônio sob o Protocolo de Montreal, resultando em um buraco de ozônio menor na Antártida durante o período de 2011 a 2020.
Além disso, avanços em previsões, sistemas de alerta precoce e gestão coordenada de desastres reduziram as vítimas de eventos extremos, embora as perdas econômicas tenham aumentado, observaram os pesquisadores da OMM.
No entanto, o relatório destaca a necessidade de medidas mais substanciais. De fato, enquanto o financiamento climático público e privado quase dobrou de 2011 a 2020, um aumento sete vezes maior é necessário até o final desta década para alcançar os objetivos climáticos.
Ar-condicionado
Com o aumento das temperaturas, o que gera uma maior demanda por condicionadores de ar e outros equipamentos de resfriamento, outro relatório lançado durante as negociações climáticas da COP28 aponta um caminho para reduzir as emissões no setor de resfriamento.
Mais de 60 países aderiram a um chamado “compromisso de resfriamento” para reduzir o impacto climático, o que também poderia proporcionar “acesso universal a resfriamento que salva vidas, aliviar a pressão sobre as redes de energia e economizar trilhões de dólares até 2050”.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), estima que mais de 1 bilhão de pessoas correm alto risco devido ao calor extremo pela falta de acesso ao resfriamento - a grande maioria vive na África e na Ásia.
Ondas mortais de calor
Além disso, quase um terço da população mundial está exposto a ondas de calor mortais por mais de 20 dias ao ano. O resfriamento traz alívio às pessoas e é essencial para várias áreas e serviços críticos, como segurança alimentar global e entrega de vacinas por meio de refrigeração.
Mas ao mesmo tempo, o resfriamento convencional, como o ar-condicionado, é um grande impulsionador das mudanças climáticas, responsável por mais de 7% das emissões globais de gases de efeito estufa. Se não forem gerenciadas adequadamente, as necessidades energéticas para o resfriamento de espaços triplicarão até 2050, juntamente com as emissões associadas.
Se as tendências de crescimento atuais continuarem, os equipamentos de resfriamento representarão 20% do consumo total de eletricidade e podem mais que dobrar até 2050.
___________________ Com informações das Nações Unidas
COP28: “Crise climática também é uma crise de saúde”, afirma chefe da OMS
Da redação
04/12/2023 às 10h26 - segunda-feira | Atualizado em 05/12/2023 às 11h06
Na COP28, defensores da saúde realçaram a urgência da discussão climática no setor. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lamentou a ausência de diálogos em 27 COPs, ressaltando a necessidade de integração com políticas climáticas
Este primeiro “Dia da Saúde” possui diversos eventos, incluindo parcerias público-privadas para ação climática na saúde e desbloqueio de compromissos financeiros e políticos relevantes.
Saúde pública e clima
Ministros da saúde, meio ambiente e finanças fizeram anúncios e discursos ao lado de figuras notáveis como Bill Gates e o enviado climático dos EUA, John Kerry, para estabelecer um roteiro de ações lidar com o impacto das mudanças climáticas na saúde humana.
Mundialmente, considerando apenas alguns indicadores de saúde, a OMS prevê um aumento de 250 mil mortes por ano nas próximas décadas devido às mudanças climáticas.
O planeta tem registrado temperaturas médias mais altas a cada ano, com 2023 prestes a ser o ano mais quente já registrado. Incêndios florestais tornaram o ar perigoso em algumas regiões, enquanto em outras, as inundações ameaçam regularmente contaminar a água potável.
Cada vez mais pessoas estão sendo afetadas por desastres, doenças sensíveis ao clima e outras condições de saúde. A mudança climática agrava algumas ameaças à saúde existentes e cria novos desafios de saúde pública.
Assim, o chefe da OMS avalia que era mais do que necessário que as discussões sobre saúde ambiental, elevação do nível do mar e derretimento de geleiras fossem estendidas para abranger os impactos diretos desses choques climáticos na saúde humana.
Impactos agravantes
A mudança climática está contribuindo diretamente para emergências humanitárias causadas por ondas de calor, incêndios florestais, inundações, tempestades tropicais e furacões. Esses choques climáticos e similares estão aumentando em escala, frequência e intensidade.
Mais de 3 bilhões de pessoas já vivem em áreas altamente suscetíveis às mudanças climáticas, de acordo com a agência de saúde da ONU.
Entre 2030 e 2050, espera-se que a mudança climática cause dezenas de milhares de mortes adicionais por ano - apenas por subnutrição, malária, diarreia e estresse térmico.
Esses impactos na saúde e na vida cotidiana estão sendo sentidos em todo o mundo, e as comunidades indígenas frequentemente sofrem mais.
Respeito a comunidades
A ONU News falou com um representante de uma organização juvenil brasileira chamada Engajamundo, um grupo liderado por jovens focado em enfrentar desafios sociais e ambientais.
Reudji Kaiabi pertence ao povo Kaiabi yudja, que vive na Aldeia Pequizal, região do Xingu, Mato Grosso, no Brasil, que contém três ecossistemas principais: o Cerrado, o Pantanal e a Floresta Amazônica.
"Embora nossa comunidade esteja cercada por florestas, as mudanças têm nos afetado muito. Estamos enfrentando muitas ondas de calor, nossas plantações estão morrendo, a comunidade está sofrendo. O rio começou a secar, os peixes estão morrendo, e os animais não conseguem mais viver", disse ele, pintando um quadro de como a mudança climática está impactando sua terra natal.
"Esta é a minha primeira vez na COP e minha intenção, como jovem indígena, é não apenas ver mudanças em meu território, mas no mundo inteiro. Pedimos para ser ouvidos, respeitados e levados em conta na tomada de decisões", afirmou.
Resiliência aos impactos climáticos
Ao fazer suas observações na reunião ministerial, Tedros destacou vários elementos cruciais para construir respostas eficazes para enfrentar o desafio da saúde e do clima.
Ele destacou que os líderes devem entender que é fundamental focar na interseção entre a saúde e os impactos climáticos, para que a saúde possa ser integrada às políticas climáticas.
O envolvimento com as comunidades é igualmente importante, incluindo comunidades marginalizadas e vulneráveis, que frequentemente estão na vanguarda do desafio climático.
Tedros ressaltou a vitalidade da cooperação entre países, aprendendo com exemplos bem-sucedidos de outros países e implementando-os nos contextos locais. O caminho a seguir está claro: "Não precisamos reinventar a roda", enfatizou.
___________________________ Com informações das Nações Unidas
Casos de sífilis e de HIV/aids aumentam entre homens jovens
Da redação
01/12/2023 às 08h50 - sexta-feira | Atualizado em 05/12/2023 às 15h25
Public Health Alliance/Ukraine
Símbolo da campanha global de combate ao HIV/Aids
Dados do Ministério da Saúde indicam que o país vem registrando queda nos casos de HIV/Aids, mas não entre homens de 15 a 29 anos. Nesta faixa, o índice tem aumentado, chegando, em 2021, a 53,3% dos infectados de 25 a 29 anos. Os números da pasta também registram crescimento dos casos de sífilis em homens, mulheres e gestantes.
No mês em que se realiza a campanha Dezembro Vermelho, iniciativa de conscientização para a importância da prevenção contra o vírus HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta que, se não tratadas, essas infecções podem causar lesões nos órgãos genitais, infertilidade, doenças neurológicas e cardiovasculares e até câncer como o de útero e de pênis.
Vacinação
Apesar de o SUS oferecer a vacinação contra o HPV para meninos e meninas de 9 a 14 anos, segundo o Ministério da Saúde, a cobertura da segunda dose está em 27,7% entre os meninos. Já entre as meninas, a cobertura é maior, atingindo 54,3%, mas ainda longe dos 95% recomendados.
Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU e uma das responsáveis pela campanha, disse que os urologistas têm percebido que o uso dos preservativos nas relações sexuais tem decaído muito nos últimos anos, enquanto a transmissão das ISTs segue em alta.
“Outra grande preocupação é que muitas dessas infecções estão se tornando resistentes aos tratamentos existentes, em várias partes do mundo. Por essas razões, decidimos que temos que voltar a falar mais sobre o assunto, alertar e instruir a população e os agentes de saúde, e este é o terceiro ano consecutivo que adotamos o Dezembro Vermelho, mês já tradicional de conscientização sobre a aids, como o mês dedicado à temática de todas as ISTs”, disse a médica, em nota.
Sintomas
As ISTs podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Entre as mais comuns estão herpes genital, sífilis, HPV, HIV/aids, cancro mole, hepatites B e C, gonorreia, clamídia, doença inflamatória pélvica, linfogranuloma venéreo e tricomoníase.
Algumas ISTs, em seu estágio inicial, são silenciosas, não apresentando sinais ou sintomas, ou os sintomas iniciais podem desaparecer espontaneamente, dando a falsa impressão de que a doença foi curada, o que pode atrasar o tratamento e agravar as complicações e as consequências, que podem ser infertilidade, câncer e até mesmo a morte.
Entre os sintomas mais comuns estão: feridas, corrimento, verrugas, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.
O uso do preservativo (masculino ou feminino) continua sendo a melhor forma de prevenção, além da vacinação contra ISTs como HPV e hepatite.
Estatísticas de HIV/aids
Dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde apontam que o número de infectados vem caindo, exceto entre os homens de 15 a 29 anos. De acordo ainda com o boletim, a quantidade de infectados pelo HIV em 2021 era maior entre os homens de 25 a 29 anos (53,3%). Nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos (18,4%).
Somente em 2021, foram contabilizadas 28.967 infecções pelo vírus em pessoas com idade entre 15 e 39 anos, sendo 22.699 entre os homens e 6.268 entre as mulheres.
Na análise do número de casos em geral, a maior quantidade nos últimos anos vem sendo registrada entre o sexo masculino.
Segundo Karin Anzolch, na época que eclodiu a Aids, e por vários anos depois, muitas pessoas se assustaram e de fato passaram a adotar e a exigir o uso do preservativo, bem como começaram a ter mais cuidado na escolha de parceiros. Entretanto, com o tempo, muitas pessoas se descuidaram e passaram a banalizar os riscos de contágio, o que não só as deixaram novamente expostas ao HIV, mas a todas as outras ISTs que são altamente prevalentes.
Outro ponto importante de salientar, de acordo com a médica, é que, embora as pessoas que vivem com HIV hoje em dia disponham de tratamentos eficazes que não somente prolongam, mas também oferecem uma boa qualidade de vida, não se pode esquecer que, para isso, elas precisam tomar regular e constantemente medicações e ter uma rotina bem rígida de cuidados, exames e controles médicos, já que ainda se trata de uma doença incurável.
“Agora imagine um jovem, iniciando a sua vida, contraindo uma doença dessas e já tendo que conviver com esse ônus, influenciando todo o seu presente e futuro. E é o que está ocorrendo, infelizmente, sobretudo entre o público jovem masculino, em que se verificou um aumento na incidência da doença. Isso é resultado de uma série de razões, mas sem dúvida a exposição durante a prática de sexo desprotegido, bem como o consumo de drogas injetáveis, estão entre os principais fatores”, afirmou a médica.
Desde o início da epidemia de aids (1980) até 2021, foram notificados no Brasil 371.744 óbitos devido à doença. A maior proporção desses óbitos ocorreu no Sudeste (56,6%), seguido das regiões Sul (17,9%), Nordeste (14,5%), Norte (5,6%) e Centro-Oeste (5,4%).
Estatísticas de sífilis
Segundo o Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, do Ministério da Saúde, de 2012 a 2022, foram notificados no país 1.237.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos de sífilis em gestantes, 238.387 casos de sífilis congênita e 2.153 óbitos por sífilis congênita. Houve aumento na taxa de detecção de sífilis adquirida de 2012 a 2022, exceto em 2020, provavelmente em decorrência da pandemia de covid-19.
O boletim também indica aumento em casos e taxa de detecção de gestantes com sífilis, de 2012 a 2022. A Região Sudeste é a campeã, com 248.741 casos registrados, seguida do Nordeste, com 112.073.
“A sífilis se manifesta inicialmente como uma lesão na pele, no local onde foi feita a inoculação por contato direto com a lesão de uma pessoa infectada (sífilis primária). Mesmo sem tratamento, essa lesão inicial cicatriza espontaneamente, dando a falsa impressão de que a lesão não era ‘nada de grave’, mas a pessoa continua infectada e a doença continua evoluindo, podendo provocar a morte do paciente”, destacou Alfredo Canalini, presidente da SBU.
Na opinião do vice-presidente da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, para combater a sífilis no Brasil, algumas medidas poderiam ser adotadas, como educação e conscientização, acesso facilitado a testes e tratamentos, melhorias no sistema de saúde, ampliação do pré-natal e fortalecimento da vigilância epidemiológica.
“É importante ressaltar que a adoção dessas medidas deve ser feita de forma integrada e contínua, visando à prevenção, detecção e tratamento adequado da sífilis para reduzir sua incidência e impacto no Brasil”, recomenda Fernandes.
Vacinação contra o HPV
O papilomavírus humano (HPV) é responsável por cerca de 50% dos cânceres, entre os quais colo de útero, ânus, vulva, vagina, orofaringe e pênis. E a vacinação contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir o contágio.
A SBU realiza anualmente, em setembro, a campanha #Vemprouro, de conscientização da saúde do adolescente masculino, e aproveita para chamar a atenção sobre a importância da imunização.
Segundo a médica Karin, o índice de vacinação ainda está muito aquém do ideal, especialmente entre os meninos. Além dos cânceres, o HPV também pode ocasionar verrugas genitais de demorado e difícil tratamento, que estigmatizam a pessoa e levam a consequências nos relacionamentos e risco de transmissão.
“Pessoas com imunossupressão, nas quais se incluem os transplantados e pessoas que vivem com HIV, têm riscos ainda maiores, e a faixa etária para vacinação gratuita nesse grupo e para as pessoas vítimas de violência sexual foi estendida para até 45 anos. Temos trabalhado muito a vacinação do HPV, justamente por todas essas questões, mas especialmente entre os adolescentes masculinos, um público que ainda não está sendo suficientemente motivado ou direcionado para receber esse benefício”, sinaliza Karin.
Como o HPV é uma doença na maioria das vezes assintomática e com remissão espontânea em até dois anos, muitas pessoas não descobrem ter o vírus e o transmitem a seus parceiros. Por isso a importância do incentivo à vacinação. A vacina está disponível no SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos (além de pessoas imunossuprimidas), mas a cobertura ainda não chega nem próxima da meta recomendada de 95%.
Entre as consequências do HPV estão os cânceres de colo de útero e de pênis. Em 2021, foram registradas mais de 6 mil mortes de mulheres devido ao câncer de colo de útero, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. E a estimativa é que surjam mais de 17 mil novos casos em 2023.
Com relação ao câncer de pênis, de 2007 a 2022, foram realizadas no SUS 7.790 amputações de pênis decorrentes de tumores malignos, o equivalente a uma média de 486 procedimentos por ano. Em relação ao número de mortalidade em decorrência da doença, é registrada uma média de 400 por ano.
________________ Com informações da Agência Brasil
Abertura da COP28 destaca recordes quebrados e colapso climático
Da redação
30/11/2023 às 08h05 - quinta-feira | Atualizado em 30/11/2023 às 11h29
Vista geral das bandeiras durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28).
Com a presença de mais de 160 líderes mundiais, começa nesta quinta-feira a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP28, considerado um momento decisivo para colocar em prática compromissos climáticos e limitar o aquecimento global a 1,5°C.
A conferência é realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro e acontece naquele que está prestes a ser considerado o ano mais quente já registrado.
Rastro de devastação e desespero
Na abertura da conferência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a Organização Meteorológica Mundial, OMM, divulgou o relatório preliminar do Estado Global do Clima.
Em mensagem de vídeo que acompanhou o lançamento do estudo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é arrasador”.
O documento ressalta que o ano de 2023 quebrou diversos recordes climáticos e foi assolado por condições meteorológicas extremas que deixaram um “rastro de devastação e desespero”.
COP28 / Christopher Pike
Abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
“Arrepio na espinha dos líderes”
A temperatura média global próxima à superfície até outubro foi cerca de 1,4 °C acima da média da era pré-industrial. O valor está bem acima dos recordes anteriores registrados em 2016, que chegou a 1,29°C e 2020, que chegou a 1,27°C. A OMM considera que os dois últimos meses do ano não vão mudar essa classificação.
Para Guterres “o calor global recorde deveria causar arrepios na espinha dos líderes mundiais” e isso deveria “levá-los a agir”.
A OMM destaca também que os últimos nove anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes já registrados. O evento El Niño, que surgiu este durante a primavera no Hemisfério Norte, deverá aumentar ainda mais o calor em 2024.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, enfatizou que “os níveis de gases de efeito estufa são recordes. As temperaturas globais são recordes. A subida do nível do mar é recorde. O gelo marinho da Antártida está em uma baixa recorde”.
Segundo ele, esse cenário representa “uma cacofonia ensurdecedora de recordes quebrados” e o risco de um clima “cada vez mais inóspito”.
Subida do nível do mar
Taalas alertou que as estatísticas revelam “o risco de perder a corrida para salvar as geleiras e controlar a subida do nível do mar”.
Nesta terça-feira, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, divulgou um estudo apontando que até o fim do século, 5% ou mais da área habitável de diversas cidades costeiras pode estar submersa. Dentre elas, Santos e Rio de Janeiro, no Brasil.
Na véspera da abertura da COP28, o secretário executivo da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, disse que a conferência acontece em momento em que a crise climática entra em uma nova fase e mostra toda a sua força, prejudicando bilhões de pessoas e custando trilhões em prejuízos econômicos.
Expectativas com o “Balanço Global”
Segundo ele, “agora todos estão na linha de frente. Nenhum país está imune”.
Para Stiell, em Dubai, os governos devem concordar com quais ações mais ousadas precisam ser tomadas e como realizá-las.
A programação da COP 28 inclui ao primeiro “Balanço Global” para avaliar o progresso coletivo na redução das emissões de gases do efeito estufa e no aumento dos esforços de adaptação e apoio aos países em desenvolvimento duramente atingidos pelo aquecimento climático.
O secretário-geral da ONU disse que os governos devem “ir mais longe e mais rápido na proteção das pessoas do caos climático”.
Compromissos que precisam ser cumpridos
As medidas incluem garantir que toda a população da Terra esteja coberta por alertas precoces contra condições meteorológicas extremas até 2027.
Além disso, o chefe da ONU defendeu a operacionalização do “Fundo para Perdas e Danos” para ajudar os mais vulneráveis atingidos por inundações, secas e outros desastres climáticos. Ele afirmou que as nações mais ricas precisam realizar “contribuições generosas e antecipadas” ao mecanismo.
Guterres pediu ainda que os países desenvolvidos honrem a promessa de disponibilizar US$ 100 bilhões de por ano em financiamento climático, que foi feita pela primeira vez na COP15 em 2009, e dupliquem o montante do financiamento destinado aos esforços de adaptação.
_________________ Com informações das Nações Unidas
29/11/2023 às 14h41 - quarta-feira | Atualizado em 29/11/2023 às 16h12
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou suas preocupações com o “caos climático” ao retornar de uma viagem para a Antártida.
Falando a jornalistas em Nova Iorque, ele disse que “é profundamente chocante estar no gelo da Antártida e ouvir diretamente dos cientistas sobre a rapidez com que o gelo está desaparecendo”.
Consequências graves
Segundo Guterres, juntas a Antártida e a Groelândia estão derretendo três vezes mais depressa do que estavam no início dos anos 90.
Novos dados mostram que em setembro deste ano o gelo marinho da Antártida ficou 1,5 milhão de km2 menor que a média para esta época do ano, uma área aproximadamente igual ao tamanho de Portugal, Espanha, França e Alemanha juntas.
Além disso, este ano o gelo no mar antártico atingiu o nível mais baixo de todos os tempos.
O líder da ONU afirmou que as consequências são graves, pois o derretimento do gelo marinho significa a elevação dos mares e “isso põe diretamente em perigo vidas e meios de subsistência em comunidades costeiras em todo o mundo”.
ONU News
O secretário-geral António Guterres informa os repórteres sobre a crise climática após a sua recente viagem ao Chile e à Antártida
Guterres alertou que as inundações e a intrusão de água salgada põem em perigo as plantações e a água potável, ameaçando os alimentos e a segurança hídrica. Cidades costeiras e pequenos estados insulares inteiros correm o risco de serem submersos nos mares.
A importância do gelo
Para ele, a causa de toda esta destruição é clara: “A poluição por combustíveis fósseis que cobre a Terra e aquece o planeta”.
O chefe das nações Unidas disse que “se continuarmos como estamos, as camadas de gelo da Groelândia e da Antártida Ocidental atravessarão um ponto de inflexão mortal que poderia elevar o nível do mar em cerca de dez metros”.
Ele destacou também que há “um ciclo mortal” em curso, pois o gelo reflete os raios do sol. À medida que desaparece, mais calor é absorvido pela atmosfera.
Isso significa mais aquecimento, o que significa mais tempestades, inundações, incêndios e secas em todo o mundo e mais derretimento, que por sua vez gera ainda mais aquecimento.
Expectativa com a COP28
O secretário-geral pediu que as negociações da 28ª Cúpula do Clima, COP28, quebrem este ciclo.
Ele reforçou o apelo por um compromisso global para triplicar as energias renováveis, duplicar a eficiência energética e trazer energia limpa para todos, até 2030.
Além disso, Guterres enfatizou a importância de um compromisso claro e credível para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis num prazo que se alinha com a meta de manter o limite de aumento de temperatura em 1,5°C até o fim do século.
O líder da ONU saudou os milhares de pesquisadores na Antártida e em todo o mundo que estão “expandindo a compreensão das mudanças que ocorrem no continente”.
Para ele, estas pesquisas são um testemunho da engenhosidade humana e dos imensos benefícios da cooperação internacional.
____________________ Com informações das Nações Unidas
COP28: Negociações impactarão casos de asma, câncer e doenças infecciosas
Da redação
29/11/2023 às 11h08 - quarta-feira | Atualizado em 29/11/2023 às 14h58
Nas vésperas da 28ª Cúpula do Clima, a COP28, a Organização Mundial da Saúde (OMS), pede que o impacto das alterações climáticas no setor esteja no centro das negociações.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "priorizar a saúde não é apenas uma escolha, é a base de sociedades resilientes".
Os mais vulneráveis
Segundo ele, é preciso mudar a conversa e demonstrar “os enormes benefícios de uma ação climática mais ousada para a saúde e bem-estar.”
Em entrevista para a ONU News, a diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Maria Neira, disse que “todo mundo, em todos os lugares, é afetado pelas mudanças climáticas”.
No entanto, Maria Neira ressaltou que os mais vulneráveis são aqueles que vivem “nos países subsaarianos, no sudeste asiático e nos pequenos Estados insulares”.
Clima e saúde
A especialista disse que na COP28, os negociadores precisam perceber que o que está em jogo não é apenas a redução de emissões de gases. Ela apontou também a quantidade de casos de asma, câncer de pulmão e outras doenças respiratórias associadas à exposição à poluição ou às consequências das alterações climáticas.
Maria Neira afirmou que maior acesso a fontes limpas de energia pode impedir 5 milhões de mortes todos os anos.
Nesse sentido, a especialista defendeu estratégias para transferência de novas tecnologias verdes para os países com o objetivo de reduzir as emissões, acelerando a transição para fontes de energia limpas e garantindo a harmonização dos dispositivos médicos necessários para os novos desafios de saúde pública.
A agência defende que os acontecimentos climáticos extremos em todo o mundo nos últimos meses oferecem uma visão aterradora do que está por vir num mundo em rápido aquecimento.
3,5 bilhões de pessoas em alto risco
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, IPCC, afirma que cerca de 3,5 bilhões de pessoas, quase metade da humanidade, vivem em áreas altamente vulneráveis às alterações climáticas.
As mortes relacionadas com o calor entre pessoas com mais de 65 anos aumentaram 70% em todo o mundo em duas décadas, de acordo com dados da OMS.
Desastres cada vez mais frequentes e graves, como secas, inundações e ondas de calor, também irão sobrecarregar as infraestruturas de saúde.
As inundações do ano passado no Paquistão deslocaram 8 milhões de pessoas e afetaram 33 milhões no total.
Primeiro Dia da Saúde durante a COP
As previsões do Banco Mundial indicam que, sem uma ação ousada e imediata, as alterações climáticas poderão deslocar aproximadamente 216 milhões de pessoas até 2050.
Paralelamente, as alterações climáticas estão catalisando um aumento de doenças infecciosas como a dengue e a cólera, colocando milhões de pessoas em perigo.
A OMS espera que os líderes mundiais reunidos na COP28 compreendam que as mudanças climáticas são uma ameaça direta à saúde global, que já não pode ser ignorada ou subestimada.
O primeiro Dia da Saúde durante o evento pretende destacar o nexo entre clima e saúde na agenda das alterações climáticas. Espera-se que um número recorde de ministros da saúde participe na COP28.
_______________________ Com informações das Nações Unidas