Biometria: saiba como funciona a tecnologia

A biometria é uma tecnologia difícil de ser tapeada, já que é baseada nas características físicas que são próprias de cada pessoa.

Nathan Rodrigues

04/10/2018 às 14h01 - quinta-feira | Atualizado em 05/10/2018 às 12h07

A biometria, assim como e-Título, que já tratamos por aqui, também estará presente nestas eleições. Implantada pela Justiça Eleitoral, com o intuito de modernizar o processo eleitoral brasileiro, o Programa de Identificação Biométrica utiliza-se da tecnologia para reconhecimento individual do eleitor, baseada em dados biométricos — neste caso, por impressões digitais.

O cadastramento biométrico começou nas eleições de 2008, com instauração do projeto-piloto em três municípios (Colorado do Oeste/RO, São João Batista/SC e Fátima do Sul/MS), considerando pouco mais de 40 mil eleitores. Já no pleito de 2016, 46.305.957 eleitores em 1.541 municípios estavam aptos a votar por meio da identificação biométrica.

Nesta eleição, a identificação será biométrica em 2.793 cidades.

Como funciona a biometria?

O processo biométrico se dá em quatro etapas: captura, extração, criação de padrão e comparação.

Na primeira delas, um hardware — neste caso, a urna — capta a biometria por sensores. A captura da digital é feita por dois sensores: os capacitivos e os óticos. Nestes dois casos, o leitor "lê" os sulcos e traços da ponta do dedo para criar um padrão específico de corrente elétrica, fazendo uma "cópia" da impressão. 

Esta coleta, que dura poucos segundos, é mandada para o processador de dados e depois para o software.

A imagem captada pelas câmeras e sensores, na fase posterior, a extração, é transformada em uma sequência de bits, uma unidade básica de dados digitais, representada por sequências de 0 e 1. Esta sequência será associada à identificação da pessoa que realizou a biometria, correspondendo, assim, à criação de padrão.

Já a comparação, última etapa do processo, acontece quando usamos a biometria. O sistema que coletou a impressão capta novamente a amostra do usuário e, ao comparar com o banco de dados, comprova que é realmente você.

Para que serve?

A biometria, ao reconhecer as pessoas com base em suas características físicas, que são únicas, confere maior segurança ao processo de identificação, substituindo outros tipos de senhas ou codificações.

Um processo que já é usado com frequência em muitas empresas, no controle de entradas de funcionários; em agências bancárias, para acessar dados de contas; ou no celular, substituindo a combinação de números para liberar a tela principal, por exemplo.

Esta é, portanto, uma tecnologia difícil de ser tapeada, já que é baseada nas características físicas que são próprias de cada pessoa.

A biometria nas eleições

A Justiça Eleitoral deseja garantir, por intermédio da biometria, a identificação correta de cada eleitor, evitando possíveis fraudes. Na revisão biométrica 2017-2018, participaram 1.244 cidade de 22 Estados.

O prazo para registro biométrico foi encerrado no primeiro semestre deste ano. O eleitor que não o fez no prazo determinado em seu Estado ou não regularizou sua situação teve seu título cancelado.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 5 milhões de brasileiros não fizeram a revisão entre 2016 e 2018. Destes, 3,4 tiveram seus títulos revogados e não poderão participar desta eleição.

A meta do TSE é identificar, até 2022, por meio da impressão digital, 100% dos eleitores brasileiros.

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* Com informações do TSE e da Uol Tecnologia.