Vacinação contra febre amarela será ampliada para todo o país

A estratégia de ampliação é uma medida preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda a população.

Agência Brasil

21/03/2018 às 08h24 - quarta-feira | Atualizado em 21/03/2018 às 08h49

O Ministério da Saúde estendeu, para todo o território nacional, a área de recomendação para vacinação contra febre amarela. O anúncio foi feito nessa terça-feira, 20. Até agora, alguns estados da Região Nordeste e parte do Sul e Sudeste não faziam parte da área de recomendação. Nove estados tinham áreas parciais de recomendação, ou seja, alguns municípios estavam fora da estratégia.

A estratégia de ampliação, que será feita de forma gradual, iniciando neste ano e sendo concluída até abril de 2019, é uma medida preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda a população para o caso de a área de circulação do vírus umentar no próximo ciclo da doença.

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Nos últimos dois anos, o número de mortes pela doença aumentou e, por isso, foi elaborado um plano para evitar que o problema se repita no próximo ano. “Popusemos à Organização Mundial da Saúde e à Opas [Organização Pan-Americana da Saúde] a definição de que todo o território nacional passasse a ser área de vacinação permanente, tivemos a aprovação, e iniciaremos a estratégia para alcançar 90% de cobertura de vacinação contra febre amarela em toda a população brasileira, em todos os estados”, afirmou o ministro Ricardo Barros.

A meta é vacinar 77,5 milhões de pessoas em todo o país. Desse total, 40,9 milhões de pessoas estão no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia, que tiveram maior número de casos confirmados nos últimos meses. O ministério estima que sejam usadas 8,1 milhões de doses padrão para serem divididas entre a população desses estados. A ampliação também tem como objetivo vacinar 11,3 milhões de pessoas nos estados do Sul e 25,3 milhões nos do Nordeste. Nesse caso, as vacinas serão aplicadas em dose integral.

“A dose fracionada é autorizada quando há necessidade de imunização da população em uma velocidade rápida e cujo número de doses disponíveis não seja suficiente ou ponha em risco o nosso estoque estratégico. Foi autorizada a vacinação fracionada para São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Então esses estados que já têm autorização para a dose fracionada terminarão a cobertura de sua população com essa vacina fracionada”, disse.

De acordo com o ministro, essas doses “têm a mesma efetividade da integral, conforme estudos publicados. E os demais [estados], como não estão em risco, não há circulação do vírus por enquanto nessas áreas, nós vamos fazer com a dose integral. Como não há risco, não há justificativa para o fracionamento.”

O mosquito Aedes aegypti é o transmissor da febre amarela, da dengue e da chikungunya.

A previsão do Ministério da Saúde é a de que os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul adotem, em julho deste ano, a vacina padrão em todos os municípios. Em janeiro do ano que vem, a estratégia estende-se ao Piauí, Pernambuco, Ceará, à Paraíba, Sergipe e ao Rio Grande do Norte. O Maranhão, que já fazia parte da área de recomendação da vacina, não entra nesse cálculo.

O secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Loureiro, informou que o Ministério da Saúde já solicitou um aumento de doses da vacina ao laboratório que produz a vacina, o Bio-Manguinhos/Fiocruz, e que o país tem estoque suficiente para cumprir o planejamento feito.