Tire suas dúvidas sobre o vírus HIV e o tratamento da Aids

Thayna D. Reis dos Santos

03/08/2016 às 11h13 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico e faz com que a pessoa fique mais suscetível a doenças. Ele é transmitido através de relações sexuais sem proteção e contato com o sangue infectado. Por mais que o tratamento esteja avançado, a prevenção é o melhor caminho. Para se ter uma ideia, 1 em cada 5 pessoas tem o vírus causador da Aids.

De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados, por ano, cerca de 40 mil casos de Aids no Brasil e por mais que a epidemia esteja estabilizada e o tratamento da rede pública do País seja um dos melhores do mundo, reconhecido, inclusive, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), muitas pessoas não se informam corretamente sobre o assunto e, por medo ou preconceito, não realizam exames, ignorando as medidas preventivas.

A infectologista dra. Maria Barroso Barbosa Ricco foi ao programa Viver é Melhor!, da Boa Vontade TV (canal 196 da NET e da Claro TV e 212 da Oi TV), e respondeu as principais dúvidas sobre o tratamento da Aids e sobre HIV na gestação.

Quanto custa e onde posso fazer o teste?

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Os primeiros sintomas só aparecem após 90 dias, o que dá tempo de transmitir a doença para muitas pessoas. O exame é muito importante para evitar esse tipo de ocorrência e por mais que não haja cura o diagnóstico precoce, seguido de um tratamento adequado, garante que a pessoa consiga ter uma vida normal com a carga viral bem baixa. O teste é oferecido na rede pública de saúde e é gratuito, fica pronto no mesmo dia e o SUS também oferece exames para outras DSTs como a hepatite e a sífilis.

Se o teste deu negativo, eu estou sem o vírus?

Não necessariamente. A infectologista explica que existe uma situação chamada de janela imunológica. “Se eu fui infectada hoje e fizer o teste amanhã ou no período de uma semana, é muito provável que o teste dê negativo, pois o corpo demora um tempo para produzir o anticorpo contra o vírus e os exames são feitos analisando esses anticorpos.”

É recomendado que, caso haja exposição a uma situação de risco, se repita o exame após 30 dias.

Tratamento

“O tratamento irá prevenir ações nocivas que o vírus HIV iria provocar no organismo ao longo do tempo”, afirma a especialista. O tratamento se inicia no dia do diagnóstico com a utilização de medicamentos antirretrovirais, independentemente de a pessoa estar com a doença avançada ou ser apenas portadora do vírus.

Como é feito o tratamento médico?

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O tratamento é feito por medicações, na maioria das vezes, via oral, com comprimidos. “O coquetel é geralmente uma associação de pelo menos três medicamentos leva a uma ação no vírus”, comenta a dra. Maria. Caso a pessoa descubra que é soropositiva, ela deve entrar para o Programa Estadual DST/Aids para ter acesso gratuitamente a medicamentos e apoio psicológico e social.

Remédios contra HIV produzem efeitos colaterais?

Geralmente sim. Assim como todo medicamento, os remédios contra HIV podem gerar efeitos que muitas vezes são desagradáveis. “Hoje em dia os medicamentos são muito modernos, então a tendência é que os efeitos colaterais diminuam com o tempo", relata a infectologista.

Aids durante a gravidez

O importante é que haja um acompanhamento médico adequado, seguindo todas as orientações médicas e fazendo todos os procedimentos corretamente e cuidando da saúde.

O bebê de uma mãe soropositiva pode nascer com o vírus?

Sim, por isso a importância da triagem durante a gestação. A doutora explica que o vírus possui a capacidade de atravessar a barreira transplacentária entre a mãe e o bebê. O fluxo sanguíneo é compartilhado e o bebê acaba correndo o risco de infestação tanto no momento intrauterino quanto no parto e na amamentação.

O que muda durante o parto?

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Durante a gravidez, a mãe realiza um exame para ver se é portadora do vírus. Se o teste for positivo, ela entra com uma medicação retroviral para gestante e ao nascer o bebe também recebe essa medicação para a erradicação do vírus.

“Antigamente havia a indicação de que o parto não poderia ocorrer por via vaginal pelo risco do contágio com o sangue. Hoje existem situações onde a mãe está saudável, com uma carga do vírus controlada, faz o uso de medicamentos corretamente e até pode fazer o parto normal”, explica a especialista.

Pode amamentar o bebê normalmente?

O vírus do HIV também está presente no leite materno. Por isso, a mãe soropositiva é orientada a não amamentar seu filho. São instituídas medidas medicamentosas para secar o leite e não haver a amamentação.

O medicamento traz riscos para o bebê?

Não. Existem medicamentos que são contraindicados para a gestante, contudo, durante a gravidez, a medicação pode ser modificada para que não tenha nenhum risco de problemas para o feto. E a medicação feita no bebê quando ele nasce também não causa nenhum efeito negativo para a saúde e desenvolvimento dele.

Para conferir o vídeo na íntegra, dê play:

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Aids: o vírus do preconceito agride mais que a doença

Em seu artigo intitulado "Aids — o vírus do preconceito agride mais que a doença"o escritor Paiva Netto afirma: "(...) Nossos Irmãos que padecem com o vírus HIV e os que sofrem de outros males físicos, mentais ou espirituais precisam, em primeiro lugar, de Amor Fraterno, aliado ao socorro médico devido. Se a pessoa se sentir humana e espiritualmente amparada, criará uma espécie de resistência interior muito forte, que a auxiliará na recuperação ou na paciência diante da dor. Costumo afirmar que o vírus do preconceito agride mais que a doença".