Eficácia da CoronaVac é de 85% para casos graves em grávidas

Da redação

14/12/2021 às 15h16 - terça-feira | Atualizado em 14/12/2021 às 16h19

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros e britânicos mostrou que a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, teve eficácia de 85% para evitar casos graves de Covid-19 entre gestantes brasileiras. O estudo foi publicado, no dia 12 de novembro, na plataforma de preprints SSRN, vinculada à revista The Lancet, e seus autores são da London School of Hygiene and Tropical Medicine, da Universidade Federal da Bahia, da Fundação Oswaldo Cruz, da Univer­sidade de Brasília e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo os pesquisadores, a eficácia do esquema completo de imunização com duas doses da CoronaVac foi de 85% para evitar casos graves de Covid-19 e de 75% na prevenção da progressão dos casos sintomáticos para a forma grave da doença. Nenhuma morte ocorreu entre as gestantes parcial ou totalmente imunizadas com a CoronaVac, enquanto que quatro óbitos seriam esperados se a mortalidade fosse a mesma do público não vacinado.

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A população estudada foi a de todas as gestantes com sintomas de Covid-19, entre 18 e 49 anos, com registro de teste PCR realizado entre 15 de março e 3 de outubro de 2021 e inserido no Sistema de Notificação do Ministério da Saúde (e-SUS Notifica). Ao final da triagem, foram selecionados os dados de 19.838 gestantes, dos quais 7.424 (37,4%) haviam testado positivo para Covid-19 e 588 (7,9%) desenvolveram a forma grave da doença. No momento da extração dos dados, 83% das gestantes haviam recebido as duas doses da vacina, enquanto 17% apenas uma dose.

“Um regime completo de CoronaVac em gestantes foi eficaz na prevenção dos casos sintomáticos de Covid-19 e altamente eficaz na prevenção da forma grave da doença”, salientaram os pesquisadores.

Em 17 de janeiro deste ano, o Ministério da Saúde iniciou a vacinação contra a Covid-19 com CoronaVac. Em 15 de março, grávidas com comorbidades e em ocupações consideradas de alto risco tornaram-se elegíveis para receber a vacina. Em 26 de abril, a recomendação da imunização foi expandida para incluir todas as gestantes.                                                            

 

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* Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan.

Nota publicada pelo site do Instituto Butantan (butantan.gov.br) em 21 de outubro de 2021 (adaptada).