
Conheça os prejuízos dos games violentos à saúde e ao intelecto das crianças
Wellington Carvalho
04/04/2014 às 17h40 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

As crianças de hoje não brincam da mesma maneira como as de décadas atrás. Se antes era comum brincar de boneca, de esconde-esconde, de barra-manteiga, ou andar de bike, hoje o que se vê são os videogames reinando na diversão da garotada. Só nos Estados Unidos, há 95 milhões de videogames, segundo o NPD Group, sendo que no Brasil, 44% dos jovens brasileiros entre 10 e 19 anos de idade têm videogame, de acordo com pesquisa realizada pela empresa Ipsos — são mais de 3 milhões de videogames de última geração no País.
Como diversão, muitos chegam a ficar várias horas jogando games de corrida e futebol, por exemplo. Porém, os jogos que incitam violência — até mesmo a prostituição — , como os de guerra e de luta, infelizmente também são difundidos. Assim, tanto a saúde física das crianças quanto a mental correm sérios riscos.

Ao Portal Boa Vontade, o psiquiatra infantil Gabriel Lopes explica que, "quanto mais a criança ou o adolescente praticam jogos violentos, mais o cérebro vai assimilando as imagens desses jogos como ações naturais". Dessa forma, os pais não devem ignorar o possível vício de seus filhos, negligenciando os riscos que correm, conforme exemplifica o doutor: "O jogo pode acabar sendo reproduzido na vida real. A criança pode se tornar mais agressiva, a ponto de querer ferir quem quer que seja".
E as consequências não acabam por aí. Também contribuindo para o assunto, o oftalmologista Bruno Prieto ressalta os prejuízos para o corpo dos viciados em videogame, que passam tempo excessivo expostos à luz de TVs e monitores. "Tanto o excesso quanto a baixa iluminação podem levar ao desconforto visual, além de acarretar a baixa lubrificação dos olhos", explica o especialista.
Além disso, estudos apontam que crianças com contato intenso com videogames e internet são mais vulneráveis a desenvolverem diabetes, já que muitas delas vivem uma vida sedentária dentro de casa, substituindo atividades físicas pelo divertimento virtual. "O diabetes no Brasil tem proporções epidêmicas, assim como a obesidade. Nós temos clareza de que a idade de surgimento da doença está caindo. Sem dúvida, a inatividade física é a principal vilã no crescimento dessa epidemia que estamos vivendo agora", afirma a endocrinologista Lenita Zajdenverg, ex-presidente da Sociedade Brasileira do Diabetes da Regional do Rio de Janeiro.

Portanto, o controle dos pais na utilização do videogame pelos filhos é imprescindível para prevenir esses riscos às crianças. Confira as principais dicas oferecidas pelo psiquiatra infantil Gabriel Lopes:
— Estipule o horário para que seu filho(a) utilize o videogame. Lembre-se de que os deveres da escola devem ficar em primeiro plano;
— Nunca compre jogos violentos. Prefira jogos como os de corrida, futebol e aventura;
— Para facilitar a supervisão, deixe o videogame na sala de estar. Quando o aparelho está no quarto, por exemplo, a criança tem a possibilidade de utilizá-lo durante toda a madrugada, enquanto os pais dormem;
— Não permita que a criança deixe de se alimentar para jogar. Caso rejeite a refeição, restrinja os jogos, como forma de disciplinar quanto à prática;
— Não ofereça apenas o videogame como opção para que ela se divirta. Jogos de tabuleiro, por exemplo, além de promoverem a inteligência da criança também são ótimos para reunir a família e fortalecer os laços afetivos;
— Além disso, sair para passear diminui as chances de a criança se limitar à diversão apenas em casa. Motive-a a realizar atividades físicas, acompanhando-a nos exercícios.
Colocando essas dicas em prática, é possível garantir um futuro mais seguro a seus filhos. Pense nisso! =)
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* Com informações da Agência Brasil.