O adeus ao jornalista Jesus Chediak

Da redação

08/05/2020 às 23h49 - sexta-feira | Atualizado em 09/05/2020 às 11h04

Rick Abreu

Diretor de Cultura e Lazer da ABI, Jesus Chediak, em entrevista à Boa Vontade

Voltou à Pátria Espiritual, na tarde desta sexta-feira, dia 8, o jornalista, escritor, cineasta e dramaturgo Jesus Chediak, aos 78 anos, vítima da covid-19, no Rio de Janeiro, RJ. O diretor cultural da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) atuava também como curador  da superintendência de Artes da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

A Prefeitura de Duque de Caxias, cidade onde Chediak deixou sua marca como secretário de Cultura, decretou luto oficial de três dias pelo falecimento. 

Artista multi-talentoso, Chediak era associado da ABI há mais de 40 anos. Participou de vários Conselhos da Casa do Jornalista. Dividiu cadeiras de conselheiro com Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Carlos Heitor Cony e tantos baluartes da cultura brasileira. Foi diretor de Cultura durante a gestão de Barbosa Lima Sobrinho e, mais recentemente, nas gestões Maurício Azedo, Domingos Meirelles e Paulo Jeronimo Sousa. Lançou na ABI o Cine Macunaíma, sendo um precursor do cinema novo. Montou, com parcos recursos, no teatro do 9º andar da entidade, uma peça sobre a morte de Vladimir Herzog, considerada pela revista Veja como a melhor daquele ano de 1976.

Chediak foi também diretor da Casa França Brasil, professor da Universidade Federal da Bahia e autor de diversos livros, entre eles Brasil, país do presente: contribuições para a formulação de um socialismo cristão brasileiro. Também como Diretor de Cultura e Lazer da ABI, implantou projetos como o CINE ABI, que acontecia semanalmente sétimo andar da entidade. Chediak fez história ainda como ex-diretor da Rio Arte e do Teatro João Caetano.

No site da prestigiada ABI, o jornalista que preside o órgão, Paulo Jeronimo Sousa, expressou sua homenagem ao ilustre representante dessa casa: “Perdemos hoje um grande companheiro, Jesus Chediak, diretor cultural da ABI, jornalista, escritor, cineasta, dramaturgo e professor. Enfim, um homem plural. Eu, particularmente, estou arrasado. Estivemos juntos nas últimas quatro campanhas pela direção da ABI. Era muito mais que um amigo; era um irmão. E o mais devastador é que não podemos nem sequer nos despedir dele. Em tempos normais, faríamos o velório na própria ABI, que era a sua casa. É muita tristeza. Manifesto, em meu nome, em nome da minha família e em nome de todos os seus companheiros de militância e de convívio fraterno na ABI, o mais profundo pesar por esta perda desoladora. Estamos solidários com a dor de sua mulher, Glorinha, e de seus filhos. Que nosso querido Jesus Chediak descanse em paz” .

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, na ocasião dos festejos de cem anos da Ilustre Casa do Jornalista, o renomado comunicador assim se expressou: "Desde o seu centenário, [a ABI] declarou 100 anos de luta pela liberdade. A liberdade é fundamental em qualquer sociedade, principalmente numa sociedade democrática. Além da defesa da liberdade individual, coletiva, estamos defendendo também o direito à informação. (...) Vou mandar um recado para ele [Paiva Netto] e dizer que a revista BOA VONTADE está muito boa! Estou recebendo sempre”. 

Que o querido Jesus Chediak receba, onde estiver, as vibrações de paz, dedicadas a ele pelo diretor-presidente da LBV, jornalista Paiva Netto, e de toda a Legião da Boa Vontade. Esse sentimento é extensivo também à esposa dele Glória Chediak, também jornalista, e aos quatro filhos: Paloma, Tiago, Julian e Neelash.

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Com informações do site da ABI.org