Consulado do México e ONU debatem participação da mulher na política e educação, no RJ

O debate foi conduzido por especialistas e representantes de países da América Latina.

Simone Barreto

17/08/2018 às 12h11 - sexta-feira | Atualizado em 20/08/2018 às 16h17

Na última terça-feira, 14, ocorreu no Centro Cultural dos Correios, centro do RJ, o debate “Desafios das Mulheres na participação de uma vida política e educativa plena”, em apoio à comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos*.

Andreia Fontenele
Da esquerda à direita: Maurizio Giuliano, diretor do UNIC Rio, recepciona as palestrantes Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil; Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira: respeito à Mãe Terra (UMIAB); e a consulesa-geral do México, Linda Marina Munive. 

O evento promovido pelo Consulado Geral do México no Rio de Janeiro, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, teve como palestrantes Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil; Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB); e Linda Marina Munive, consulesa-geral do México.

O evento contou ainda com a exposição em homenagem aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reunindo obras do artista paulistano Otávio Roth.

Foi discutida, durante o debate, a participação equitativa das mulheres no âmbito político e acadêmico como fator fundamental para promover o exercício da democracia e da justiça. A questão das leis específicas voltadas às questões de gênero e da luta por uma educação inclusiva, sem traços de discriminação, foram bastante destacadas pelas palestrantes.

Andreia Fontenele
Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira: respeito à Mãe Terra (UMIAB). 

Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira: respeito à Mãe Terra (UMIAB), em sua preleção, falou da vivência do amor e da solidariedade entre todos para que haja diálogo, respeito e valorização da mulher. “A gente trouxe uma fala de consciência para o ser humano, o respeito à nossa mãe Terra, ao próximo e para consigo mesmo. Hoje o mundo está um caos, por conta da falta desse respeito, por falta de amor ao próximo. Hoje trazemos o coletivo dos povos indígenas para o seio familiar humano. Esse coletivo é de fato fundamental para os seres humanos”, disse.

Andreia Fontenele
Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Em sua palestra, Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, falou da importância desse espaço para promover a igualdade de gêneros na política e educação. "A agenda para 2030 diz que temos que conseguir desenvolvimento econômico, social, ambiental para todos e todas, não deixar ninguém para trás. Quando você pensa em quem está para trás, vai encontrar as mulheres. No Brasil, as mulheres negras, as mulheres indígenas, e a gente tem que fazer como humanidade, como governos, como sociedade civil, como a ONU, um esforço ainda mais forte pra trazer todo mundo para o desenvolvimento sustentável."

Andreia Fontenele
A consulesa-geral do México, Linda Marina Munive, recebe do representante da LBV, Ricardo Chagas, um exemplar da revista BOA VONTADE Mulher. 

A consulesa-geral do México, Linda Marina Munive, também explanou. Sobre o emponderamento da mulher, sobretudo na política, destacou: “No caso do México, a paridade de gêneros já é de 50% nas candidaturas, um grande avanço para nós. A participação deve ser com maior seriedade, com maior preparação e sobretudo com muita condição e consciência que estamos para servir a sociedade e que a igualdade deve ser um ideal em todas as esferas da sociedade”.

LBV e o papel da mulher na sociedade 

Na visão do diretor-presidente da LBV, é inevitável o avanço positivo rumo à igualdade de gênero. No artigo “O Milênio das Mulheres”, encaminhado à ONU em vários idiomas, ele afirma:

“Não há como impedir — consoante ainda hoje alguns de forma simulada gostariam — a destacada e frutífera participação [das mulheres] nos vários setores da sociedade para que o progresso alcance pleno êxito em magnífica cruzada de resgate da cidadania (...). Adesão que naturalmente inclui os que gerenciam as ações político-governamentais, em que é essencial o alento renovador da Espiritualidade Ecumênica, sem o que a eficiência permanecerá aquém dos anseios populares. (...) O papel da mulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da cultura machista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela religiosa, política, filosófica, científica, esportiva, empresarial ou familiar — pode abrir mão de seu apoio”.

Leia o artigo na íntegra.