Epidemia de dengue no Brasil está concentrada em nove Estados, afirma ministro da Saúde

Agência Brasil

05/05/2015 às 16h47 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Betina Carcuchinski/ PMPA
A aplicação do inseticida busca atingir os mosquitos adultos, evitando, desta forma, a transmissão do vírus. A transmissão da dengue acontece no ciclo homem – Aedes aegypti – homem, ou seja, uma pessoa infectada que é picada pela fêmea do mosquito irá contaminar o inseto com o vírus. A partir daí, a fêmea passa a transmitir o vírus da dengue, ao picar outras pessoas.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, confirmou nessa segunda-feira, 4, que o Brasil enfrenta, de fato, uma epidemia de dengue. A incidência da doença no País chega a 367,8 casos por 100 mil habitantes — dado que, pelos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), configura a situação.

“Registramos quase 746 mil casos até 18 de abril. Sabemos que esse número aumentará. O País vive situação de epidemia, concentrada em nove Estados, que são os que têm mais de 300 casos por 100 mil habitantes”. Chioro destacou que apenas três Estados tiveram redução dos casos de dengue neste ano em relação a 2014: Espírito Santo, Distrito Federal e Amazonas. Ele ressaltou que houve elevação em praticamente todo o País, na comparação com o ano passado, que, segundo ele, foi um ano “excepcionalmente bom” em relação à dengue.

“Tivemos redução do número de casos, de ocorrências graves, e de óbitos. De certa forma, em algumas localidades, o bom 2014 fez com que se desarmasse a mobilização da sociedade e de algumas ações”, avaliou. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 234,5% neste 2015. O ministro comparou a situação deste ano também à de 2013, quando, no mesmo período, 1,4 milhão de casos da doença foram registrados. “Nós ainda temos uma redução de 48% [sobre 2013]”, ressaltou.

São Paulo concentra mais da metade dos casos do País

Dos 745,9 mil casos, 401 mil ocorreram no Estado, assim como as mortes (169 das 229 registradas em todo território nacional). Em termos proporcionais, a pior situação é a do Acre, com 1.064 casos por 100 mil habitantes, seguido por Goiás (968 por 100 mil habitantes). O ministro destacou  que é fundamental monitorar os Estados, pois isso define o plano de contingência: “O fato de termos uma situação epidêmica nacionalmente não muda em absolutamente nada o plano de contingência, a estratégia de controle, a gravidade”.

Entre os fatores que explicam a situação epidêmica neste ano, Chioro disse que os eventos climáticos anteciparam o início da doença. “Tivemos um adiantamento que nós não sabemos se vai ter encerramento mais rápido do que nos anos anteriores. Vamos ter que esperar as próximas semanas”, apontou. Ele destacou ainda a crise hídrica, que favoreceu a armazenagem de água, sem a devida proteção. “No Nordeste, que tem intermitência no abastecimento, conseguíamos identificar maiores criadouros nos lugares onde as pessoas armazenavam água. No Sudeste, é um fenômeno novo. A gente percebeu aumento”, disse.

Valter Campanato/ABr
Aceitar a colaboração dos vigilantes ambientais em saúde é fator importante para o combate à dengue.

O ministro explicou que a tendência é que haja diminuição da dengue com a chegada do inverno. “Em alguns Estados, isso já se observa. As temperaturas começam a cair e as medidas de controle estão funcionando.” Embora o frio ajude a diminuir o impacto da doença, as estatísticas ainda devem indicar crescimento. Isso ocorre porque as próximas divulgações incluirão o restante de abril e maio. Chioro destacou que é preciso manter as ações de prevenção, mesmo com a diminuição dos casos. “É possível que em muitos estados se interrompa em definitivo, até o início do verão. Isso não significa que a dengue deixou de ser uma preocupação.”

As ações preventivas de cada cidadão continuam sendo extremamente necessárias contra o Aedes aegypti. Abaixo, você confere as dicas do Portal Boa Vontade para colocar em prática e não dar vez à dengue:

Atalison Alves