A ligação entre religiosidade e ciência na Antiguidade
Sabe-se que os nossos antepassados buscaram o transcendental: ao vislumbrarem os céus, desenvolveram a Religião e a Ciência.
Eliza Alonso
01/10/2019 às 16h53 - terça-feira | Atualizado em 18/10/2019 às 15h16
De onde viemos? Para onde iremos após a morte?
Desde o surgimento dos hominídeos até os dias atuais, essas perguntas se fazem presentes.
Para sobreviver neste planeta, os primeiros hominídeos tiveram que desenvolver técnicas e habilidades para caçar e coletar alimentos. Milênios se passaram para que as práticas das ferramentas evoluíssem da pedra lascada para a capacidade de fabricação com os metais. Sabe-se também que os nossos antepassados buscaram o transcendental: ao vislumbrarem os céus, desenvolveram a Religião e a Ciência.
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Um estudo realizado por pesquisadores da Holanda e dos Estados Unidos indicam que os neandertais, por exemplo, conquistaram o domínio do fogo entre 300 e 400 mil anos atrás. Nesse período pré-histórico, igualmente se encontram registros arqueológicos de que esses nossos ancestrais desenvolviam rituais funerários.
Essas fontes de cultura material indicam uma ligação entre o ser e o sagrado, antes mesmo das evidências do homo sapiens sapiens.
Em diversas partes do mundo, há indícios de civilizações antigas que aperfeiçoaram o conhecimento dos corpos celestes concomitantemente ao desenvolvimento da Espiritualidade.
Você já ouviu falar nas linhas de Nazca, em Stonehenge e nas pirâmides do Egito?
As linhas de Nazca estão localizadas no deserto do Atacama (Peru); Stonehenge, na Grã-Bretanha, e as pirâmides do Egito, em Gizé.
O que esses monumentos têm em comum? Eles foram construídos por povos muito antigos, entre 3.100 e 200 anos antes da Primeira Vinda de Jesus ao planeta Terra, e, após anos de análises astronômicas, foram usados como observatórios e ambientes sagrados, onde se desenvolviam cerimônias religiosas, sobretudo, funerárias.
Essas civilizações antigas, de diferentes localidades do mundo, estruturaram complexos arquitetônico-astronômico-religiosos que, até hoje, desafiam os pesquisadores.
Será que, desde a Pré-História, a busca pelo conhecimento está vinculada apenas à sobrevivência? Por que nossos ancestrais se desenvolveram tanto na pesquisa astronômica e atingiram técnicas até hoje desconhecidas?
Por milênios e milênios, o entendimento das questões naturais esteve ligado à sabedoria espiritual. A partir do século 15, na Europa, houve uma mudança no pensamento humano e ficou conhecido como Revolução Científica.
Entre as descobertas da época, Galileu Galilei (1564-1642) comprovou que os planetas giram em torno do Sol, contrapondo a teoria de Ptolomeu (aprox. 100-170) de que a Terra era o centro do Universo.
Hoje, em pleno século 21, a humanidade segue em processo de evolução, em busca do saber que ultrapassa os limites físicos, transcende o Cosmos. Podemos ver uma nova mudança de paradigma, a busca de diversas áreas do saber pela Espiritualidade, a fim de encontrar respostas para os dilemas humanos. Pode haver um diálogo fraterno entre a Ciência e a Espiritualidade?
O radialista e jornalista Paiva Netto, criador do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, em seu artigo “A Ciência chegará ao Espírito”, destaca:
“Espírito é Ciência. No Jornal de Brasília, em 20 de junho de 1991, escrevi que tempo há de vir em que ele será claramente levado por todos em consideração. Os pesquisadores estão chegando lá, como dissemos: o que a Religião intui a Ciência, um dia, comprovará em laboratório. (Na área científica, como tantas vezes já afirmei, não pode haver convicções pétreas nem negações sem remissão.) Ciência sem Religião pode tornar-se secura de Alma. Religião sem Ciência pode descambar para o fanatismo. Por isso, na época ideal que todos desejamos ver surgir no horizonte da História, a Ciência (cérebro, mente), iluminada pelo Amor (Religião, coração fraterno), elevará o ser humano à conquista da Verdade”.
Quer conhecer mais sobre a História da Ciência e a relação com a Espiritualidade?
Participe do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, que ocorrerá no dia 18 de outubro, sexta-feira, no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, com o tema “Investigando Espírito, cérebro e mente” e contará com a presença de cientistas, pesquisadores, religiosos e interessados no assunto.
* Eliza Alonso é bacharel e licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela também é jornalista e produtora executiva da Super Rede Boa Vontade de Comunicação.
FONTES:
http://agencia.fapesp.br/fogo-foi-dominado-mais-tarde/13574/
https://revistapesquisa.fapesp.br/2007/10/01/esquecam-os-alienigenas/
https://revistapesquisa.fapesp.br/2014/06/16/de-olho-sol-ha-2-300-anos/
http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/stonehenge.htm