COP 23: os desafios climáticos do Planeta no centro da agenda do encontro

Da redação

25/11/2017 às 15h40 - sábado | Atualizado em 25/11/2017 às 16h45

As duas primeiras semanas do mês de novembro marcou a realização da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 23), realizada na cidade de Bonn, na Alemanha. Entre os dias 6 e 17 de novembro, representantes de mais de 195 países-membros analisaram os mais recentes estudos sobre o planeta e quais políticas públicas e acordos internacionais podem ser implementados para tentar frear os prejuízos contra o meio ambiente.

A expectativa era a de que o encontro elaborasse propostas práticas para fazer valer o Acordo de Paris, estabelecido em dezembro de 2015. Nele, foi traçado o compromisso de limitar o aquecimento global em, no máximo, 2 graus Celsius, com esforços que podem chegar a 1,5 ºC. Isso até o fim deste século, para evitar catástrofes que possam agravar a condição de vida nos diferentes países. 

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Os principais pontos debatidos no encontro devem compor uma cartilha de compromisso, a ser concluída na próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá na Polônia, em 2018. Em linhas gerais, especialistas avaliaram que o debate em Bonn foi mais técnico e que poderia caminhar em propostas mais consistentes, tendo em vista os desafios climáticos na Terra. 

Entre os avanços comemorados na COP 23, destacam-se: 

Diálogo de Talanoa: foi estabelecido o encontro regular entre os participantes, em maio do próximo ano, para avaliação dos esforços coletivos para tentar conter o aquecimento global. Nesta primeira reunião, os participantes deverão traçar um diagnóstico atual, uma meta de onde desejam chegar e qual caminho deve ser percorrido para isso. Foi dado esse nome (Talanoa) por esta ser um termo tradicional utilizado no arquipelago de Fiji, uma das regiões mais ameaçadas pelo alta do nível do mar. 

Eliminação do carvão como fonte de energia: também foi considerado um avanço o compromisso traçado por mais de 20 países (liderados pelo Reino Unido e Canadá) para eliminar rapidamente o consumo dessa fonte de energia. O acordo prevê investimento para acelerar o desenvolvimento de fontes de energia renovável, em regiões que ainda têm na queima do carvão como meio para gerar energia — só para se ter uma ideia, ainda hoje, cerca de 40% da eletricidade global vem dessa fonte. Nesse item, o objetivo é aumentar a aliança para 50 países até a COP 24, que contribuam nessa direção. 

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A meta é reduzir os gases de efeito estufa para 37% até 2025 e 43% até 2030.


Compromisso de 25 cidades pioneiras: prefeitos de grandes metrópoles (onde moram 150 milhões de habitantes) firmaram o acordo para desenvolver e implementar ações mais ambiciosas, em suas agendas, até o ano de 2020 — esse é o prazo que o Acordo de Paris será revisado. A expectativa é analisar medidas que possam ser neutras em carbono e mais resistentes ao clima até 2050. 

Combate ao desmatamento: outra vitória comemorada entre os participantes é o investimento, prometido pelo Reino Unido e Alemanha, de destinar 153 milhões de dólares para financiar programas de incentivo a povos indígenas e a agricultores em troca de manutenção da cobertura vegetal. Esse é o projeto que pode ajudar também nas ações de prevenção ao desmatamento da Floresta Amazônica. 

Lançamento da Ocean Pathway: a presidência de Fiji, que coordenou as reuniões da COP23, lançou essa iniciativa para fomentar a cooperação entre as nações para fortalecer ações protetivas dos ecossistemas marinhos críticos, a partir da inserção de programas específicos para atender a regiões com grandes níveis de degradação. Um dos pilares que sustentaram a argumentação para criação dessa frente, é a de que os oceanos são responsáveis por absorver 30% das emissõres de dióxido de carbodo (um dos principais causadores do efeito estufa). 

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Brasileiros mostram como bioenergia pode reduzir emissão de carbono

Uma das mais destacadas participações brasileiras veio da apresentação de um estudo que evidencia como o país vem se preparando e investindo em tecnologias avançadas de baixo carbono. De acordo com o levantamento, é possível utilizar, além do açúcar das plantas, também fibras e outras partes dos vegetais na produção de bioenergia, o chamado bioetanol de segunda geração. 

Segundo especialistas do Brasil que estiveram no encontro, a produção desse bioetanol pode representar uma contribuição real para se atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que prevê a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Vale ressaltar que o Brasil se comprometeu a promover uma redução das emissões de gás carbônico de 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025 e, posteriormente, 43%, até 2030. Para isso, o país precisa adotar medidas para aumentar a participação da bioenergia sustentável na matriz energética para aproximadamente 18% até 2030. Além disso, deve expandir o consumo de biocombustíveis, elevar o suprimento de etanol, inclusive aumentando a participação de biocombustíveis avançados de segunda geração e aumentar a presença do biodiesel na mistura do diesel.

A Agência Brasil realizou uma entrevista com Marcelo Poppe, coordenador do estudo feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que explica bem essa iniciativa. Você pode conferir acessando esse link!

Nosso desejo, naturalmente, é que todos esses esforços se convertam em realizações que possam efetivamente ajudar o planeta a conter o avanço do aquecimento global. Afinal de contas, como propaga há décadas o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto: "A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana".

Que possamos cuidar muito bem dos recursos naturais deste Orbe, pois estaremos cuidando de nós próprios! Aproveita e dá uma lida na seção especial de Ecologia, do Portal Boa Vontade, que tem uma série de dicas para que você faça a diferença no planeta, aí mesmo da sua casa, combinado?

Fonte: Nações Unidas e Agência Brasil