Atitude sustentável: o Brasil avança no emprego das energias renováveis

Wellington Carvalho

27/01/2014 às 15h09 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

Num mundo tão globalizado, que desenvolve suas tecnologias constantemente, o esgotamento dos recursos não renováveis (finitos) — tais como carvão, petróleo e gás natural — é uma preocupação, já que a maioria dos tipos de produção ainda depende deles. Diante dessa problemática, as energias renováveis se mostram promissoras.

Elas se resumem aos recursos naturais do planeta que não têm fim, como a água, o vento e a luz do sol. O uso dessas fontes, chamadas fontes limpas, representam um desenvolvimento energético sustentável.

Isso se deve por não emitirem gases poluentes, evitando o aquecimento global, apontado por especialistas como provocador de furacões, enchentes e secas; ao contrário do petróleo, que "contribui para o efeito estufa ao produzir óxidos de enxofre e nitrogênio", como explicou o professor do Departamento de Engenharia de Controle da Universidade de São Paulo (USP), José Piqueira, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação*¹.

Conheça algumas dessas energias renováveis:

Números

O modelo energético brasileiro apresenta um forte potencial de expansão por conta das características geográficas, o que resulta em uma série de oportunidades de investimento de longo prazo. A estimativa do Ministério de Minas e Energia para o período 2008-2017 indica aportes públicos e privados da ordem de 352 bilhões de reais para a ampliação do parque energético nacional.

No Brasil, o Balanço Energético Nacional (BEN) 2013 aponta que, só no ano de 2012, de toda a energia produzida no País, 42,4% tiveram participação das energias renováveis, sendo que a média mundial é de 13,2%, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Desses 42,4%, a biomassa de cana-de-açúcar representou 15,4%, seguida pela energia hidráulica, com 13,8%; lenha e carvão vegetal, com 9,1%; além de 4,1% dos outros tipos de energias limpas.

Do consumo de toda a energia no Brasil, no ano passado, o setor de transportes contou com 13% das energias renováveis, sendo que as indústrias se beneficiaram com 57%; além das famílias, que puderam utilizar 65% para as atividades domésticas, como aquecer a água do banho por meio da energia solar.

Ainda segundo o BEN, o País amplia ainda mais sua posição de liderança em geração de energia limpa se comparado ao conjunto das demais nações do mundo e aos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Comparações

Em relação à energia eólica, "o impacto ambiental é de pequeno a médio, mas não há poluição", afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro Perreli.

Já para o especialista em energia José Goldemberg, "o Brasil é um dos poucos países que têm uma matriz energética tão atraente". Em entrevista ao programa Biosfera*², da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), ele ressalta a atenção que devemos ter em relação ao desmatamento: "a principal desvantagem da energia de biomassa é o desmatamento. Ele não só destrói a paisagem e biodiversidade, mas também libera gás carbônico (CO2) na atmosfera".

Contudo, o especialista chama a atenção das pessoas, ao concluir que "a responsabilidade de todos nós — cidadãos e representantes públicos — é a de fazer um grande esforço para se manter a energia usada no Brasil como renovável". De acordo com ele, "a única fonte de soluções é investir nelas".

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*¹ Super Rede Boa Vontade de Comunicação — o termo refere-se aos veículos da Comunicação 100% Jesus: a Super Rede Boa Vontade de Rádio, a Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), o Portal Boa Vontade e as publicações de Espiritualidade Ecumênica. 
*² O programa Biosfera vai ao ar às segundas e quartas-feiras, às 20h, pela Boa Vontade TV.