Qual a diferença entre dengue e chikungunya?

Karine Salles

04/02/2015 às 19h21 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Valter Campanato/ABr
É importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d'água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

De janeiro ao dia 18 de abril foram confirmados 1688 casos de Febre de Chikungunya em todo o Brasil. Amapá e Bahia são os Estados que concentram o maior número de casos: 876 e 807 respectivamente. É de extrema importância que a população que reforce as medidas de prevenção. Qualquer recipiente que acumule água parada pode ser um criadouro do mosquito transmissor. Estar sempre alerta para eliminar possíveis focos dos mosquitos que transmitem a dengue e a febre chikungunya é importante para que os números de casos e mortes continuem caindo no País.

Para evitar a transmissão dos vírus da dengue e da chikungunya é fundamental que a população esteja em alerta constante, já que as duas doenças têm sinais e sintomas parecidos e ainda não tem uma vacina capaz de prevenir.

Mas, afinal, qual a diferença entre dengue e a febre de chikungunya?

Assim como na dengue, os principais sinais e sintomas da chikungunya é a febre alta (39°C) acompanhada de dor nas articulações. O quadro inclui ainda dor muscular, dor de cabeça, fadiga, náuseas e manchas vermelhas na pele.

Mais transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue, embora também possa ser passada pelo Aedes albopictus, a febre chikungunya tem sintomas semelhantes, porém mais agudos e dolorosos.

O que a diferencia da dengue, no entanto, é a intensidade das dores articulares de pés e mãos — dedos, tornozelos e pulsos. Ela é tão intensa que faz com que a pessoa doente fique curvada; por isso, o termo chikungunya, que significa "aqueles que se dobram".

Ao sinal de qualquer sintoma, a pessoa deve procurar uma Unidade de Saúde, onde são realizados exames laboratoriais que detectam o vírus. As técnicas já são utilizadas no Brasil por conta da endemia de dengue e estão disponíveis na rede pública de saúde.

O foco do tratamento é no alívio dos sintomas com os remédios ideais. O vírus pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade e do sexo, mas os sinais e sintomas são mais intensos em crianças e idosos. Outro detalhe em comum com a dengue é que a febre também não tem cura.

Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue e da febre de chikungunya)

Portal Boa Vontade reforça que de maneira alguma as pessoas infectadas devem fazer uso de remédios que tenham ácido acetilsalicílico (AAS), devido ao risco de hemorragias. A recuperação costuma demorar até dez dias e a letalidade é rara. Em alguns casos, as dores articulares podem persistir por meses.

O controle da doença depende do combate aos mosquitos transmissores. De acordo com os pesquisadores do Instituto Osvaldo Cruz, a prevenção é igual a da dengue: evite água parada onde os mosquitos se reproduzem. Portanto, verifique se a caixa d' água está bem fechada, não acumule vasilhames no quintal, não deixe calhas entupidas e coloque areia nos pratos dos vasos de plantas, entre outras iniciativas.

No caso do Aedes albopictus, o combate é dificultado por ele viver e se reproduzir em ambientes com maior cobertura vegetal, como matas e áreas suburbanas e por se alimentar, ao contrário do Aedes aegypti, com certa frequência do sangue de outros animais vertebrados, como cachorros, gatos e bois.