Aplicativo é desenvolvido para combater a dengue

Wellington Carvalho

10/07/2014 às 13h31 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

Divulgação
O professor Ricardo Valentim (E) analisa o aplicativo junto ao doutor Ion de Andrade, médico epidemiologista da Secretaria de Saúde de Natal, RN.


Diversas regiões brasileiras registraram aumento no número de casos de dengue nos últimos dias. No Piauí, por exemplo, o número de pessoas afetadas chegou a mais de 4 mil, entre janeiro e junho de 2014, conforme dados da Coordenação Estadual de Epidemiologia da Sesapi. Na capital paulista, já são quase 14 mil casos registrados neste ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

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No Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi criada uma novidade que favorece o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Um aplicativo para smartphones denuncia os focos da dengue em Natal, RN. É o “Observador da Dengue”.

Com a ferramenta, é possível que agentes de vigilância sanitária enviem relatórios para a Secretaria Municipal de Saúde de maneira mais rápida, já que a plataforma é on-line. No aplicativo é apresentado um mapa onde aparecem as localizações dos focos do vetor. “Além disso, ele permite registrar se há alguém com sintomas da doença na casa que o agente está vistoriando”, explica o cientista e professor da UFRN, Ricardo Valentim, 38, responsável pelo projeto.

Mas não são apenas os vigilantes que poderão usar a novidade. Os cidadãos de Natal também colaborarão contra a dengue por meio dela, denunciando os focos do mosquito que encontram em lugares por onde passam, por exemplo. Basta fotografar a situação, como pneus cheios de água parada com larvas; após a confirmação da denúncia, enviada no e-mail do usuário, a imagem é enviada à Secretaria Municipal de Saúde, informando a localização na cidade. “A ideia é co-responsabilizar a população com uma ferramenta que a aproxima do gestor público de saúde, para que as ações de combate sejam desenvolvidas mais rapidamente”, ressaltou. 

Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

De acordo com o especialista, o novo método torna mais eficaz o combate ao Aedes aegypti, já que as autoridades responsáveis tomam conhecimento dos casos o quanto antes: “Naquele método funcional, realizado somente pelos agentes de saúde e de forma manual, levava de 30 a 45 dias para que as Secretarias Municipais fossem notificadas sobre os focos de dengue. É um prazo muito grande, considerando que a larva do vetor leva 7 dias para se desenvolver; nesse tempo, teremos o tataravô do mosquito voando".

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Ainda sendo aperfeiçoado, o “Observador da Dengue” apenas funciona em Natal, e de acordo com o cientista, pretende-se que a tecnologia seja vinculada ao Ministério da Saúde, para ser usada em escala nacional.