Veja a importância da vacinação contra o sarampo

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a doença continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças pequenas em todo o mundo

Da redação

04/05/2022 às 08h50 - quarta-feira | Atualizado em 13/05/2022 às 10h27

Em todo o mundo, o sarampo continua sendo uma das principais causas de morte entre crianças pequenas, apesar de haver uma vacina segura e eficaz para prevenir a doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), em 2016, e permanecendo assim até 2017, o Brasil passa a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a doença continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças pequenas em todo o mundo, apesar de haver uma vacina segura e eficaz disponível. Aproximadamente 110 mil pessoas morreram por sarampo em 2017 – a maioria crianças com menos de cinco anos. Dados do Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostram mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018  – sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos. Este ano, até março, o Ministério confirmou 14 infectados, sendo 12 no Amapá e dois em São Paulo, além de 98 casos suspeitos da doença no período.

Cenário atual

Um dos motivos para a volta do sarampo são as baixas coberturas vacinais das crianças no Brasil. Essa queda provoca o aumento no número de pessoas suscetíveis e, consequentemente, ao reaparecimento da doença. Além disso, especialistas defendem que as baixas coberturas vacinais têm como causas a pandemia; o relaxamento das pessoas diante do desaparecimento das doenças e, ainda, pela divulgação de fake news por parte de grupos antivacinas. “Os casos vêm aumentando pelas quedas progressivas nas coberturas vacinais no Brasil e no resto do mundo e as fake news têm um papel importante na disseminação de medo e pânico”, aponta o pediatra e infectologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Marcio Nehab.

SINTOMAS

O sarampo é causado por um vírus da família paramyxorividae e é normalmente transmitido por meio de contato direto e pelo ar. O vírus infecta o trato respiratório e se espalha por todo o corpo. A doença é transmitida por secreções respiratórias, através de gotículas veiculadas por tosse ou espirro. A indisposição que antecede a doença tem duração de três a cinco dias e os principais sintomas são:

→ Manchas avermelhadas na pele, que começam no rosto e progridem em direção aos pés;
→ Febre alta;
→ Mal-estar;
→ Coriza;
→ Conjuntivite;
→ Tosse;
→ Falta de apetite;
→ Manchas brancas (Koplik) na face interna das bochechas.

No terceiro dia, as manchas na pele tendem a sumir, apresentando descamação fina com desaparecimento da febre. A persistência indica complicação da doença. Geralmente, o período de incubação é de oito a 12 dias.

Diagnóstico do sarampo

O diagnóstico é feito somente com exame clínico. Se for preciso, a confirmação pode ser feita por exame de sangue.

Tratamento do sarampo

O tratamento do sarampo visa amenizar os sintomas da doença, por meio do uso de medicamentos. Em caso de complicações bacterianas, é necessário um tratamento específico com antibióticos adequados. Além disso, é recomendado:

→ Fazer repouso;
→ Ingerir bastante líquido;
→ Comer alimentos leves;
→ Limpar os olhos com água morna;
→ Tomar antitérmicos para baixar a febre quando ela causa muito mal-estar.

Vacina do sarampo

Desde a década de 1960, o SUS disponibiliza vacinas contra sarampo para a população brasileira: a tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola; e a tetra viral, para imunizar contra o sarampo, caxumba, rubéola e catapora. 

A doença traz risco de hospitalização e complicações, como pneumonias, desidratação, quadros neurológicos graves, bem como o risco de morte. A maneira mais eficaz de prevenção é a vacina antissarampo, que é eficaz em cerca de 97% dos casos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), a vacina contra sarampo deve ser aplicada em duas doses: a primeira a partir do 12º mês de vida da criança e a segunda, entre os 15 e 24 meses.

Adultos que não foram vacinados e não tiveram a doença na infância também devem tomar a vacina. Ela é contraindicada para grávidas e indivíduos imunodeprimidos.

 

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Com informações do MInistério da Saúde e da Fiocruz