
Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
Durante toda a semana, o Portal Boa Vontade apresenta as principais informações sobre o assunto
Karine Salles
14/12/2013 às 11h45 - sábado | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
Começou neste sábado, 14, a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A iniciativa foi criada pela Lei Pietro, de autoria do deputado federal Beto Albuquerque, e leva esse nome em homenagem ao filho do parlamentar que morreu em 2009 vítima de leucemia.
A Lei foi sancionada no dia 22 de abril de 2009 e prevê que anualmente, de 14 a 21 de dezembro, sejam desenvolvidas atividades de esclarecimento e incentivo à doação de medula óssea. O objetivo é aumentar o número de doadores voluntários cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
E isso já é realidade: esse número tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, eram 12 mil inscritos. De acordo com o dr. Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Medula Óssea do Instituto do Câncer, "o registro de doadores no Redome, o terceiro maior registro de doares do mundo, possui aproximadamente 3 milhões e duzentos mil doadores cadastrados. Esse registro vem crescendo muito nos últimos 10 anos, justamente em função da necessidade que a gente tem no País", afirmou ao Portal Boa Vontade.
Ele justifica esse aumento pelas campanhas de sensibilização promovidas pelo Ministério da Saúde com a participação intensa de hemocentros, laboratórios, ONGs e instituições públicas e privadas. Ainda de acordo com o dr. Luis, a campanha é importante para conscientizar a população. "É muito importante que as pessoas mantenham esse espírito de ajudar a quem precisa a realizar um transplante de medula óssea."
Leucemia: principal demanda de doação
Atualmente, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida por meio de transplante. Segundo ele, "é o procedimento cada vez mais usado em busca da cura de doenças graves".
Para ser doador, a pessoa precisa ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. Para se cadastrar, basta levar documento de identidade e preencher o formulário, quando serão colhidos 5 ml de sangue para o teste de compatibilidade (HLA).
"Esses dados, que são compostos pelo cadastro e pelo resultado desse teste, vão ficar armazenados num Banco de Dados e mais tarde, quando um paciente precisar da doação, nós vamos cruzar os dados e encontrar um doador mais compatível", explicou.
No entanto, é muito difícil achar um doador compatível e, por isso, os médicos ressaltam a importância de doar para aumentar as possibilidades para os pacientes que precisam. "No Brasil, essa dificuldade é por conta de a população brasileira ter sofrido uma grande miscigenação. A dificuldade de se encontrar um doador é maior para um brasileiro do que em outros países, que têm características bem mais homogêneas de população, no caso na Europa, por exemplo."
Por isso, a necessidade de mais pessoas fazerem parte do Redome. O transplante de medula óssea é um procedimento muito seguro para o doador. Mais de um milhão de procedimentos desse tipo já foram feitos no mundo inteiro. "É muito importante que as pessoas mantenham esse espírito de ajudar a quem precisa realizar um transplante de medula óssea. Hoje nós já temos um volume grande de doadores cadastrados. O Brasil cadastra em torno de 350 a 400 mil doadores novos por ano; é por isso que a gente precisa cada vez mais que as pessoas se conscientizem e continuem fazendo parte ou que façam parte desse esforço coletivo", finalizou.