Saiba quais são os riscos do cigarro eletrônico

Com diferentes essências e sabores e uma aparência mais inofensiva que o tabaco comum, o cigarro eletrônico pode provocar consequências tão nocivas quanto o cigarro, incluindo doenças pulmonares e cardiovasculares e câncer.

Karine Salles

29/08/2023 às 08h38 - terça-feira | Atualizado em 06/09/2023 às 14h19

Por ser mais atraente do que o cigarro comum e por apresentar sabor e cheiro aparentemente mais agradáveis, o cigarro eletrônico, também conhecido por vape, pod, juul, é ainda mais prejudicial à saúde. Por modismo, influência social ou por acreditarem ser inofensivo, jovens são os maiores consumidores, o que em muitos casos é a porta de entrada para a dependência e o consumo de outras formas de tabaco.

cigarro eletrônico pode conter, além da nicotina, as substâncias nitrosamina e dietileno glicol, que são cancerígenas e causadoras de dependência química e de danos respiratórios e vasculares. Para atrair consumidores, são incluídos aditivos e aromatizantes como tabaco, mentol, chocolate, café e álcool.

Qual o risco do cigarro eletrônico?

Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico é capaz de apresentar lesões pulmonares mais rapidamente e com mais agressividade. Muitos casos ganharam destaque aqui no Brasil. 

Especialistas alertam que esses aparelhos produzem partículas ultrafinas que conseguem ultrapassar a barreira dos alvéolos do pulmão e caem na corrente sanguínea, provocando inflamação. E quando ela ocorre no endotélio, que é a camada que reveste internamente o vaso, pode dar início a eventos cardiovasculares agudos, como o infarto e a síndrome coronariana aguda, a angina do peito.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia, já existem dados sobre os efeitos de curto prazo do uso do cigarro eletrônico. Entre as doenças causadas pelo cigarro eletrônico, estão: diminuição da função pulmonar, maior risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e aumento do risco de crise anginosa, além de danos ao sistema imunológico. Há relatos, ainda, de maior incidência de convulsões entre os adolescentes usuários. 

Os cigarros eletrônicos causam dependência?

Apesar de proibido no Brasil, pessoas que nunca haviam fumado antes começaram a fumar cigarro eletrônico e, de repente, passaram a experimentar e usar o cigarro comum. Segundo a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, a epidemiologista Liz Almeida, muita gente passou a usar o cigarro eletrônico em ambiente fechado e o cigarro tradicional em ambiente externo, pois muitos desses aparelhos têm um formato superdiscreto, como o de um pendrive, por exemplo.

A nicotina causa dependência. Vale ressaltar que uma pessoa que não fuma e começa a usar cigarros eletrônicos pode se tornar dependente de nicotina e ter dificuldades para parar de fumar, ou ainda, pode tornar-se dependente de produtos convencionais de tabaco.

Cigarros eletrônicos podem ajudar quem quer parar de fumar cigarros convencionais? 

Segundo informações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento, não há evidências científicas sobre a utilização de vapes como auxílio para o fim do tabagismo. Isso se deve, em parte, à diversidade de produtos e à baixa qualidade em torno de muitos estudos, o que torna incerto o potencial que esses produtos poderiam ter na cessação do tabaco em nível populacional.

Além das consequências à saúde de quem usa, o cigarro eletrônico também continua alimentando o vício da pessoa. Ao Portal Boa Vontade, o psiquiatra e especialista em dependência química dr. Gabriel Lopes ressalta que "o uso do cigarro eletrônico como paliativo pode ser uma ilusão. Ao utilizá-lo, a pessoa pratica os mesmos gestos de quando traga um cigarro comum, ativando regiões específicas do cérebro que mantém a vontade de fumar". 

Para ajudar os usuários de tabaco a parar de fumar e fortalecer o controle global, os governos precisam ampliar as políticas e intervenções comprovadamente efetivas. Quando economicamente viável, os governos também devem considerar a promoção de terapias de reposição de nicotina e farmacoterapias nos protocolos para parar de fumar. No Brasil, essas estratégias são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Consequências Espirituais do uso do cigarro

Nós, do Portal Boa Vontade, lembramos que, além de todos esses malefícios ao corpo, fumar traz diversos prejuízos para a alma. Afinal, "estamos corpo, mas somos Espírito", como ensina o presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, José de Paiva Netto. Essas maus hábitos repercutem em nossa trajetória eterna. Isso porque as escolhas do presente geram não apenas resultados imediatos, mas consideráveis efeitos no futuro próximo, que também inclui a existência após o fenômeno chamado "morte", já que sabemos que ele não é o fim. Sabemos que parar de fumar é a única opção saudável para proteger a própria vida e a de pessoas próximas. Não duvide: Viver é Melhor!

 

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Com informações da Agência Brasil e SBP