Epilepsia: o que é, quais os sintomas e por que a inclusão é urgente

Campanha Março Roxo 2025 alerta: milhões de brasileiros com epilepsia ainda enfrentam preconceito, falta de diagnóstico e tratamento inadequado.

Da redação

24/04/2025 às 10h36 - quinta-feira | Atualizado em 24/04/2025 às 11h59

Vivian R. Ferreira

No mês de março, a campanha Março Roxo reforçou a importância de combater o estigma em torno da epilepsia, uma condição neurológica que afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo — cerca de 1% da população brasileira. Neste ano, a ação teve como tema “Direitos já!”, com o objetivo de promover informação e exigir políticas públicas que garantam qualidade de vida a quem convive com a doença.

A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) liderou diversas atividades de conscientização em todo o país. Em entrevista à revista BOA VONTADE, o neurologista Dr. Lécio Figueira Pinto, vice-presidente da ABE, explicou que o preconceito ainda é um dos principais obstáculos para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz:

“Muitas pessoas escondem o diagnóstico por medo da exclusão. Isso impede que busquem seus direitos e recebam os cuidados necessários.”

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% das pessoas com epilepsia não têm acesso ao tratamento adequado. A falta de centros especializados, profissionais capacitados e medicamentos contínuos na rede pública dificulta a vida de quem precisa de acompanhamento constante. Ainda que a maioria dos casos seja controlável com remédios, cerca de 30% exigem tratamentos mais complexos, como a cirurgia — que, embora eficaz, é de difícil acesso no sistema público.

Além das convulsões, há diversos tipos de crises epiléticas, muitas vezes confundidas com desmaios ou alterações de comportamento. Por isso, o diagnóstico depende tanto de exames quanto da descrição de quem presencia a crise.

O Dr. Lécio destaca que a epilepsia pode surgir em qualquer fase da vida, e que fatores como estresse, sono inadequado ou esquecimento da medicação são os principais gatilhos. Ele também reforça a importância de tratamento multidisciplinar, com apoio de psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas. 

Vivian R. Ferreira

“A aceitação do diagnóstico é o primeiro passo. A epilepsia é uma doença crônica, mas controlável. Com tratamento adequado, a maioria das pessoas pode levar uma vida normal.”

Por mais informação, respeito e inclusão!

A campanha Março Roxo 2025 deixa um importante lembrete: garantir direitos às pessoas com epilepsia é promover justiça social. Combater o preconceito é responsabilidade de todos.

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Com informações da Revista Boa Vontade, edição 305