
Dia Mundial do Câncer é dedicado a combater os mitos sobre a doença
Com 19,4% dos óbitos causados pelo câncer de pulmão, o uso de tabaco é o inimigo número um da promoção da saúde e do combate à neoplasia
Rafael Bruno Abrantes Ferro
04/02/2014 às 19h34 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
Com mais de 12,7 milhões de pessoas diagnosticadas todo ano e 7,6 milhões de mortes anuais decorrentes do câncer, a doença não passa despercebida no quadro de saúde da população e tem chamado cada vez mais atenção para a necessária prevenção. Isso porque cerca de metade dos casos poderia ser evitada se o conhecimento atual fosse adequadamente posto em prática. Com isso, diminuiriam os custos por ano com a neoplasia, que em 2010 chegaram a 1,16 trilhão de dólares, cerca de 2,8 trilhões de reais.
O Dia Mundial do Câncer, celebrado neste 4 de Fevereiro, tem como slogan Desmascarando os mitos. Dentro desse tema, o INCa (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) lançou um hotsite interativo, de forma a sanar as dúvidas sobre o assunto.

"Mais compromisso com a prevenção e detecção precoce é extremamente necessário, de forma a complementar os tratamentos aperfeiçoados e enfrentar o aumento alarmante na incidência mundial da neoplasia", declarou em comunicado oficial o dr. Christopher Wild, diretor da Agência Internacional para a Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês).
Mesmo com todos os esforços internacionais para erradicar a doença, a previsão é de que, daqui a 20 anos, a incidência do câncer aumente, atingindo 22 milhões de pessoas por ano, 8 milhões a mais do que o registrado em 2012, último dado mundial divulgado. Também em duas décadas, o número total de mortes pode chegar a 13 milhões.
CÂNCERES DE PULMÃO SÃO OS MAIS COMUNS NO MUNDO
Os diagnósticos mais frequentes em 2012, de acordo com relatório da IARC, são os de câncer de pulmão (13% dos casos), de mama (11,9%) e de intestino grosso (9,7%). Considerado uma doença rara até o início do século 20, o câncer de pulmão também se posiciona em primeiro lugar nas causas mais comuns de morte pela doença, com 19,4% dos óbitos, o que torna o uso de tabaco o inimigo número um da promoção da saúde e do combate à neoplasia. Já no Brasil, o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no País.
Conforme indica a agência internacional, em países em rápida industrialização, medidas para promover atividade física e evitar a obesidade também devem ser priorizadas em relação ao câncer, como os de intestino grosso e de mama.
No Brasil, faz parte das ações do INCa a inclusão das ações de controle da doença entre os 16 Objetivos Estratégicos do Ministério da Saúde para o período 2011 – 2015, com destaque para as ações de redução da prevalência do tabagismo e de ampliação de acesso, diagnóstico e tratamento em tempo oportuno dos cânceres de mama e do colo do útero.
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO TÊM MAIORIA DOS CASOS
Mais de 60% dos casos mundiais acontecem em África, na Ásia e nas Américas Central e do Sul, áreas que também respondem por 70% dos óbitos causados pela doença. Segundo a IARC, como efeito do aumento e envelhecimento da população, os países em desenvolvimento são desproporcionalmente afetados pelo aumento do número de casos, situação que se torna pior pela deficiência na detecção precoce e no acesso ao tratamento necessário.