Consumo de álcool entre meninas cresce a cada dia; saiba como evitar

A adolescência é uma transição para a fase adulta. Veja quais os impactos do álcool no crescimento e formação dessas jovens

Karine Salles

25/08/2015 às 23h33 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

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Não é de hoje que mostramos aqui no Portal Boa Vontade os problemas causados no organismo e as consequências espirituais de quem consome bebidas alcóolicas. Essa é uma preocupação constante, afinal de contas muitas mortes no trânsito ou casos de violência doméstica, por exemplo, que têm o álcool como fator causador, poderiam ser evitadas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool está associado a mais de 60 tipos de doenças e lesões de desenvolvimento agudo ou crônico, como abuso e dependência, cirrose hepática, diversos tipos de câncer e até induz ao aborto espontâneo. E mesmo diante das estatísticas, por que será que ainda é alto o número de ‘bebedores’? Aceitação social. Para relaxar depois de um dia cansativo. Porque o dia pede. São algumas das desculpas encontradas pelos ‘adultos’ para justificar o uso e em excesso.

E as crianças, por que bebem? Não dá para aceitar essas mesmas desculpas, né? O que sabemos é os pais e os adultos próximos têm grande influência em relação aos futuros hábitos dos pequenos, e é preciso estar atento a essa responsabilidade. Ao Portal Boa Vontade, a psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira dos Estudos do Álcool e Outras Drogas, explicou que “infelizmente, desde muito tempo os jovens e as crianças têm esse contato, fazendo com que eles aprendam – neste imaginário infantil – que o álcool faz parte da cultura, da vida e da rotina". 

Vale lembrar que vários estudos já apontam que os pequenos repetem os comportamentos dos adultos. Logo, esse – o da bebedeira — seria só mais um. E foi justamente o que apontou um recém-publicado relatório feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas): “em média, os adolescentes, bebem com menor frequência, mas consomem mais álcool a cada vez que bebem. Em 2010, cerca de 14 mil mortes de crianças e jovens com menos de 19 anos foram atribuídas ao álcool nas Américas".

E o que chama bastante atenção é que o consumo de álcool entre meninas cresce a cada dia, ou seja, as adolescentes estão bebendo mais que os meninos. Pesquisas mostram o aumento do consumo entre as meninas é bem maior que o aumento do consumo entre eles. Meninas com idades entre 14 e 16 anos consomem mais bebida alcoólica que os jovens do sexo masculino. É o que aponta um levantamento realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais. E esse aumento chama atenção, pois uma série de fatores precisam ser observados pelos familiares para a redução dos problemas futuros. A médica psiquiatra Carolina Hanna Chaim, especialista em dependência química e pesquisadora do Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, também do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), explicou que isso se dá porque “as meninas amadurecem mais rápido que os meninos, e por isso muitas conseguem comprar em lugares que não exigem fiscalização”. Além disso, o papel da mulher na sociedade vem mudando muito nos últimos anos, e as adolescentes também querem ser aceitas em grupos sociais e o álcool faz parte desse cenário.

Adolescência: crescimento físico, desafios pessoais

É na adolescência que, geralmente, as bebidas são apresentadas. A fase é importante para a formação de meninas e meninos e, por isso, exige maior atenção dos pais. Além dos prejuízos espirituais, o consumo de álcool nessa faixa etária pode interromper o crescimento das células normais do cérebro, especialmente nas regiões frontais, essenciais para o pensamento lógico e raciocínio. Danifica as habilidades cognitivas. A psiquiatra também atribui esse aumento no consumo de bebidas alcóolicas à indústria que tem desenvolvido bebidas com o objetivo de agradar o paladar feminino. Segundo ela, “hoje dia existem estratégias de marketing direcionadas para as mulheres”. O que elas querem, mostrar que são iguais?

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Não é de hoje que sabemos que o alto consumo dessa substância é muito preocupante pelos problemas pessoais e sociais envolvidos. “Também existe uma situação de comportamento sexual de risco: com arrependimento, sem proteção e até sem o consentimento delas. E isso está relacionado ao uso de álcool, por isso elas ficam mais vulneráveis. Sem contar uma gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, e os problemas emocionais”, alertou a especialista. 

E quem pode ajudar essas meninas e meninos, não podemos nos esquecer deles. Você pai, mãe, tia, tio.... "Precisamos prevenir o uso de álcool precocemente. É uma situação que não pode ser aceitável", enaltece a  psiquiatra Carolina Hanna Chaim. O uso abusivo do álcool pode passar despercebido pelos pais, que costumam se preocupar mais com as drogas ilícitas. Contudo, "o uso de outras drogas também pode passar desapercebido por esses pais". Por isso que "os pais que praticam imposição de mais limite, mais disciplina e um maior monitoramento estão protegendo esses adolescentes do uso abusivo de álcool assim como o uso de outras drogas. Um relacionamento familiar que protege, funciona para qualquer droga", salientou. 

Família: um Elo Divino

É preciso mostrar a esses jovens que há vida longe das bebidas alcoólicas. E a melhor forma de fazer isso é pelo exemplo. Além disso, o uso indiscriminado da bebida é responsável por muitos afastamentos familiares, nos quais as próprias crianças são as primeiras afetadas. O consumo, mesmo que eventual, dessas substâncias, não apenas traz prejuízos à saúde física do ser humano, mas, na maior parte das vezes, afeta também os valores espirituais, morais, éticos e comportamentais, impactando a vida profissional e familiar, de quem faz o uso delas.

O nobre Doutor Bezerra de Menezes (Espírito), dentro da Revolução Mundial dos Espíritos de Luz, a Quarta Revelação, a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, alerta em mensagem publicada pela revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 112: "Não permitam bebidas alcoólicas no meio de vocês. Quem deixa uma bebida alcoólica sequer no seio da família vai contra os Princípios de Deus, contra as Leis Divinas. E não adianta depois pedirem impunemente socorro, porque já atraíram espíritos ligados às manifestações piores que podem existir, com consequências diretas sobre os vasos físicos".

A Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo esclarece que essas situações e atitudes do cotidiano vão repercutir na trajetória espiritual eterna. As escolhas do presente geram não apenas resultados imediatos, como a dor de cabeça do dia seguinte, mas também consideráveis efeitos no futuro próximo. Afinal de contas, sabemos que a existência após o fenômeno chamado "morte" não cessa, porque a vida continua em outras dimensões, e "não há morte em nenhum ponto do Universo", como ensina o proclamador da Religião do Amor Universal, Alziro Zarur (1914-1979).