Como enfrentar uma gestação não planejada?

Karine Salles

26/08/2015 às 22h37 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h05

Além do imprescindível acompanhamento médico, é essencial manter o apoio emocional e psicológico.

Para muitas mulheres receber a notícia de uma gravidez é sinal de alegria pela nova vida que está sendo gerada, mesmo não sendo planejada. Porém, algumas outras não aceitam tão bem a novidade. O medo da mudança que isso pode gerar em suas vidas também é um agravante. Uma mulher que passa por uma gravidez não planejada precisa, antes de tudo, de ajuda, carinho, amparo e orientação.

Afinal, é muita mudança ao mesmo tempo, e a sensação de desamparo pode acabar tomando conta. Pela primeira vez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abordou o assunto em uma pesquisa e revelou números alarmantes. O desespero é tanto pela chegada inesperada da criança que muitas pensam tirar dela a oportunidade de viver. Mais de 8,7 milhões de brasileiras que tem entre 18 e 49 já fizeram ao menos um aborto na vida, destes 1,1 milhão foram provocados. E já não é novidade para ninguém que, quando uma mulher está grávida, todos os nutrientes que ela ingere chegam até o bebê. Mas não é só a comida que mãe e filho compartilham durante a gestação não: os sentimentos da genitora – bons ou ruins – também chegam até esse novo 'serzinho'. Agora imagina a carga que essa criança recebe ainda no ventre de uma mãe que não a quer. 

Estudos apontam que bebês não planejados podem nascer tristes e com problemas mentais no futuro. Numa pesquisa liderada pelo pediatra Laurista Filho foi observada que a relação afetiva com o bebê que está para nascer é fundamental para a formação e para o fortalecimento do vínculo materno. Exatamente como aprendemos, há anos, na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, que a formação da criança começa antes mesmo do nascimento. Outros estudos apontam ainda que uma criança não planejada pode desenvolver autismo ou até mesmo esquizofrenia.

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Por isso que criar esse laço de amor desde o início do pré-natal é muito importante para que o bebê se sinta acolhido e amado e tenha seu desenvolvimento garantido da melhor maneira possível. Conversar com ele desde o útero, por exemplo, é importante. Pode parecer que o bebê não entende nada, mas os médicos recomendam esse tipo de envolvimento. "Ele já reconhece a voz da mãe e do pai. (...) Quando o bebê está chorando e a mãe começa a falar com ele, ele se acalma, porque reconhece a voz materna [que ouvia] desde a fase intrauterina", explicou a pediatra Márcia Maria Caldas.

O estudo diz ainda que "uma mãe depressiva, triste, que não é capaz de se comunicar com o seu bebê, poderá ter surpresas negativas. A ausência dessa ponte com a criança vai dificultar a formação do vínculo. Consequentemente, o bebê terá uma formação comprometida, sem apego". 

E a psicóloga Maria Cristina Wener, da Associação de Terapia de Família do Estado do Rio de Janeiro, salienta que o diálogo deve estar presente a todo instante. “Quanto maior a rede de apoio que essa mulher tiver, maior vai ser a qualidade afetiva e social. Quanto mais cedo ela puder comunicar, mais assistência ela vai ter e mais rapidamente ela vai ser levada ao serviço de saúde para que ela possa iniciar o pré-natal”. 

Além disso, aprendemos na Religião do Terceiro Milênio que “Nunca se soube que Jesus jamais deixasse de responder ao apelo de uma Alma sentida”, sendo assim, seja qual for o desafio que você enfrenta, com a oração sincera e súplica a Jesus pode ter certeza que recebe o amparo para agir seguindo o exemplo de Amor do Divino Mestre. E em seu artigo Pela Vida, Paiva Netto destaca: “Imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual! É algo simples de ser compreendido por elas, porquanto nada há de mais potente e perscrutador que o coração materno.”