
Mundo das artes, formas e cores se despede de Tomie Ohtake
A renomada artista plástica retornou à Pátria Espiritual aos 101 anos nesta quinta-feira, 12.
Da redação
12/02/2015 às 00h39 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Voltou à Grande Pátria Espiritual nesta quinta-feira, 12, a renomada artista plástica Tomie Ohtake, aos 101 anos. Ela estava internada em um hospital na capital paulista há mais de uma semana por causa de uma pneumonia. Durante a internação, chegou a sofrer uma parada cardíaca e complicações de uma broncoaspiração.
Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, no Japão, em 1913, e migrou-se para São Paulo em 1936. É considerada a “dama das artes plásticas brasileiras” pela consagrada carreira construída ao longo dos últimos cinquenta anos. A artista ficou muito conhecida também por suas obras gigantescas em espaços públicos.
O interesse pela arte vinha desde a adolescência, mas o desejo de tornar-se artista se confirmou ao visitar uma exposição do artista plástico japonês Keisuke Sugano, em 1952, com quem, aliás, teve algumas aulas.
No começo da carreira, Tomie retratava paisagens, principalmente aquelas próximas de onde morava. Pouco depois trocou a arte figurativa pela abstrata, o que marcaria seu estilo. A primeira exposição individual, em 1957, teve lugar no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Desde a década de 1960, quando se naturalizou brasileira, aumentou a participação de sua obra nos principais espaços de arte nacionais e internacionais. Esteve presente em cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, fez cerca de 50 exposições individuais e 85 coletivas, no Brasil e no exterior. Recebeu, ainda, diversos e significativos prêmios.
Em 2000, a relevância de Tomie no cenário brasileiro reafirmava-se nas obras de grandes dimensões para espaços públicos, como imensos vitrais e esculturas com até 40 metros de comprimento.
Outro marcante fato de sua trajetória é a inauguração, em 2001, do Instituto Tomie Ohtake. Sediado em São Paulo, tem como missão difundir, por meio de exposições, oficinas e cursos, as grandes transformações ocorridas desde os anos 1950 nas artes plásticas, na arquitetura, no design, com reflexão sobre elas, e apresentar as mais novas tendências estéticas do mundo.
A fama e a carreira consagrada nunca modificaram o desafio a que Tomie Ohtake se propôs: o eterno reinventar. Essa incomum capacidade de inovação da artista permeou diferentes fases de sua pintura e composições de gravura e escultura; expandiu sua produção tridimensional. Com isso, sempre encantou o público.
A Legião da Boa Vontade (LBV) e seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, dedicam as mais sinceras vibrações de Paz ao Espírito Eterno de Tomie Ohtake, extensivas aos seus familiares, amigos e admiradores de sua carreira.
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*Colaboração: Jéssica Botelho.