Livro conta a história das religiões de matrizes africanas

Em biografia, Adna dos Santos anuncia a urgência de contação de histórias das religiões de matrizes africanas.

José Gonçalo

29/01/2019 às 18h06 - terça-feira | Atualizado em 30/01/2019 às 10h35

A sra. Adna dos Santos, mais conhecida como Mãe Baiana e uma das maiores lideranças do candomblé no Distrito Federal, dedicou um exemplar de sua mais recente obra literária, intitulada "Chão & Paz", ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV) e fundador do Templo da Boa Vontade (TBV), o jornalista Paiva Netto.

José Gonçalo
No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado neste dia 21, Adna dos Santos esteve no ParlaMundi da LBV para participar de uma roda de conversa sobre Diversidade Religiosa e aproveitou a ocasião para dedicar um exemplar de sua biografia ao fundador da TBV, José de Paiva Netto. Na foto, a Mãe Baiana posa ao lado do administrador do Conjunto Ecumênico de Boa Vontade (formado pelo Templo da Boa Vontade, prédio administrativo e ParlaMundi), Paulo Medeiros.

Ela participou, no último dia 21, Dia Mundial da Religião e Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, de uma roda de conversa em favor da Diversidade Religiosa, realizada no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV.

O título percorre os fatos mais marcantes de sua vida, desde a infância, no sertão da Bahia, até os dias atuais, como Mãe de Santo na capital federal. Segundo a autora, o livro oportuniza o acesso à escrita de mulheres negras silenciadas no contexto da literatura brasileira, além de apresentar o ponto de vista de Mãe Baiana a anunciar a urgência de contação de histórias das religiões de matrizes africanas.

José Gonçalo
Na obra, intitulada "Chão & Paz", Adna repassa momentos marcantes de sua vida.

No livro endereçado ao diretor-presidente da LBV, escreveu a seguinte mensagem: “Dedico esta minha biografia para meu querido José de Paiva Netto, com muito amor e carinho de Mãe Baiana em Brasília/LBV. 21/01/2019, Axé”.

Radicada em Brasília desde 1982, Adna luta em prol da liberdade religiosa e da emancipação do povo afro-brasileiro. Chefia a Divisão de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares e integra instâncias como o Fórum em Defesa da Liberdade das Religiões de Matrizes Africanas, Afro-Brasileira e Ameríndia e o Fórum Permanente das Religiões de Matrizes Africanas do Distrito Federal e Entorno.

Também é diretora de Combate ao Racismo da Subsecretaria de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus/DF). Ela é responsável pelo terreiro Ylê Axé Oyá Bagan, localizado no Núcleo Rural Tamanduá, na Serrinha do Paranoá/DF.