Jornalismo brasileiro se despede de Moacir Japiassu

Vivian R. Ferreira

Nesta quarta-feira, 4, na cidade de Guaratinguetá, no interior paulista, o jornalista e escritor Moacir Japiassu voltou à Pátria Espiritual, aos 73 anos. Ele deixa a esposa, Marcia Lobo, e o filho Daniel — ambos também jornalistas —, além de três netas.

Nascido em 1942 em João Pessoa, PB, Japiassu mudou-se na adolescência para Montes Claros, MG, quando o pai, Severino Lins Falcão, funcionário do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), foi transferido para a cidade mineira.

Começou no jornalismo em 1962, no Correio de Minas, em Belo Horizonte, com o objetivo de ficar próximo da literatura — sua grande paixão. Poucos anos depois, foi para o Rio de Janeiro trabalhar no Departamento de Pesquisa do Jornal do Brasil. Em 1970, já em São Paulo, integrou uma das primeiras equipes do Jornal da Tarde e não deixou de dedicar-se à literatura, escrevendo alguns livros, como Unidos pelo Vexame, A Santa do Cabaré, O Sapo que Engolia Ilusões e Danado de Bom.

Sua carreira ainda passou pelos veículos Última Hora, Pais&Filhos, IstoÉ, Veja, Placar, Elle, além do programa Fantástico, da TV Globo, onde atuou como editor-chefe. Seu talento com as letras era tanto que ganhou o Prêmio Esso de Contribuição à Imprensa de 1999, devido ao trabalho realizado à frente da revista Jornal dos Jornais. Além disso, foi o responsável por criar e dirigir a publicação FootBall.

Homenagem ao jornalista Moacir Japiassu

Nos últimos anos, dedicou-se à famosa coluna Jornal da ImprenÇa, no portal www.comunique-se.com.br, onde, por meio da sátira, criticava os erros de gramática e estilo dos textos jornalísticos, fazendo desse canal um meio de aprendizado para os aspirantes à profissão.

Com certeza, dentre tantas pessoas que sentirão falta de Japiassu, não esqueçamos de seu inseparável amigo Janistraquis de Azevedo Varejão. Este famoso personagem tipicamente nordestino, criado pelo jornalista na época em que ele trabalhava no Jornal da República, não poderia deixar de ser citado, já que este é um de seus maiores legados.

AMIGO DE BOA VONTADE

Daniel Trevisan

Vale destacar que Japiassu era amigo de longa data da Legião da Boa Vontade (LBV). Em 2007, concedeu entrevista à revista BOA VONTADE nº 220, na qual você pode conferir os detalhes de toda a vida dele dedicada à informação e à cultura, bem como o seu apreço pela Entidade. Na ocasião, declarou: “Eu conheci a LBV por intermédio da minha mãe. Ela era apaixonada pelos projetos de Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade. Ela o ouvia pelo rádio, adorava ele e os projetos da LBV. Acompanhava e ajudava a Legião da Boa Vontade na medida do possível de uma mulher pobre, mas ajudou porque via a Instituição com muita seriedade, e isso é uma coisa inegável”.

E concluiu quanto à sua admiração pelo diretor-presidente da Instituição: “Paiva Netto, o grande herdeiro de Zarur, é uma figura exponencial! Um homem honesto, decente, que realmente gosta da Humanidade. Ele é uma criatura que eu considero superior. Não sou uma pessoa religiosa na essência, talvez pelo fato de ser um romancista procurando a verdade no coração do Homem. Embora de fato eu seja pessimista com relação à Humanidade, não sou muito fã da Humanidade, vejo o Paiva Netto como essa pessoa infinitamente superior. Se nós tivéssemos dez pessoas como o Irmão Paiva à frente de projetos sociais no Brasil, este País seria diferente. Acredito nisso, porque é verdade. Sou um grande admirador dele, pois ele não é uma pessoa só de discurso. É uma pessoa que faz, é um realizador! Eu sou fã da LBV!”.

HOMENAGEM

Em homenagem ao Japiassu, a Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e 212 da Oi TV) fará uma reapresentação especial do bate-papo dele no programa Boa Vontade Entrevista. Por isso, você está mais que convidado a acompanhar a edição desta quinta-feira, 5, às 15h30. Você também pode assistir pelo aplicativo Boa Vontade Play.

A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, dedicam as mais sinceras vibrações de Paz ao Espírito Eterno do jornalista e escritor Moacir Japiassu, extensivas à sua esposa, Marcia, seu filho, Daniel, e suas três netas.