Cristo Redentor é iluminado de azul em campanha contra o tráfico de pessoas
Agência Brasil
30/07/2014 às 21h09 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

O Cristo Redentor ganhou uma iluminação azul como forma de marcar a campanha Coração Azul, contra o tráfico de pessoas, desenvolvida pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) em vários países. O monumento vai permanecer azul até o dia 31/7.
Relatório lançado pelo governo brasileiro, com dados de 2012, mostra que 547 casos de tráfico de pessoas para trabalho análogo à escravidão ou exploração sexual foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em operações pelo País. O número é ainda maior, se forem consideradas outras bases de dados oficiais.
A campanha foi lançada no Cristo Redentor pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ressaltou o aumento das notificações relativas aos delitos. “Isto mostra que está havendo uma conscientização maior de vítimas ou pessoas que sabem da existência desse crime, no desejo de informar às autoridades, o que tem permitido mais ações. Mas ainda há muito a fazer, pois sabemos que o universo de pessoas vítimas desse crime é muito maior, então precisamos nos esforçar e unir cada vez mais em relação a isso”, destacou Cardozo.
O ministro também ressaltou que é preciso aperfeiçoar a legislação penal sobre o tema. “Há projetos de lei que estão em curso no Congresso Nacional justamente para que nós possamos ter uma maior eficácia no enfrentamento desse crime. Não só em relação ao tráfico com fins de exploração sexual, mas também para outras formas, como remoções de órgãos, e todas as formas que temos de tráfico”, explicou.
O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, também participou da solenidade e ressaltou que uma das conquistas no combate ao tráfico de pessoas foi a redução no número de crianças e adolescentes vítimas. “Elas representavam 60% das vítimas. Hoje são 40% das mulheres entre 10 e 29 anos de idade, sem escolaridade, de cor negra e pobres, que representam a maioria das vítimas do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual”, disse.