Brilhante cantora da Era de Ouro do rádio brasileiro, Marlene retorna à Pátria da Verdade

Da redação

14/06/2014 às 12h15 - sábado | Atualizado em 22/09/2016 às 16h01

Nesta sexta-feira, 13, retornou à Pátria Espiritual uma das maiores estrelas da Era de Ouro do rádio brasileiro: a cantora e atriz Marlene, aos 91 anos de idade. Ela estava internada desde o dia 7 em um hospital da capital fluminense, com quadro de pneumonia severa.

De família italiana, a paulistana Vitória Bonaiutti De Martino — nome verdadeiro da cantora — nasceu em 1922, e, 18 anos depois, em 1940, ingressou no meio artístico, na Rádio Tupi, de São Paulo, mesmo contra a vontade dos pais. Foi nessa época que adotou o nome artístico de Marlene, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich. Em 1943, mudou-se para o Rio de Janeiro e, tempos depois, foi trabalhar nas emissoras de rádio da então capital federal.

A cantora estreou na Rádio Nacional em 1948, no Programa César de Alencar, onde alcançou imenso sucesso popular, ao mesmo tempo em que a cantora Emilinha Borba (1923-2005) também se destacava. Em 1949, consagrou-se Rainha do Rádio. No mesmo ano, também gravou com a estrela da MPB Emilinha Borba a famosa música Eu Já Vi Tudo e ganhou um programa exclusivo na Nacional, chamado Duas Majestades, e uma participação no Programa Manoel Barcelos.

Intérprete de sucessos como Lata d'ÁguaZé MarmitaSapato de PobreQue nem Jiló e Mora na Filosofia, Marlene gravou discos de 78 RPM e, a partir de 1956, mais de 30 LPs. Um de seus últimos trabalhos foi o CD e DVD Marlene, a Rainha e os Artistas do Rádio, gravado no auditório da Rádio Nacional e lançado em 2007.

Com o marido, o ator Luís Delfino (1921-2005), passou a contracenar na Nacional no programa Marlene, meu Bem. Atuou também no teatro musical, fazendo turnês por todo o Brasil; e no cinema, tendo participado de 11 filmes, entre 1944 e 1982, como Corações sem piloto (1944) e Profissão mulher (1982).

A carreira internacional também teve destaque nos anos 1950, com turnês pela América do Sul, pelos Estados Unidos e na França, onde cumpriu temporada de quatro meses no Teatro Olympia, em Paris, a convite da cantora Edith Piaf (1915-1963), que a conheceu no Rio.

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* Com informações da Agência Brasil e do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

ANTIGOS LAÇOS DE BOA VONTADE

Por ser um grande sucesso na Época de Ouro do rádio brasileiro, Marlene conheceu o saudoso jornalista, radialista, escritor e poeta Alziro Zarur (1914-1979) que, na década de 1940, em seu programa Hora da Boa Vontade, já propagava os ideais fraternos e ecumênicos que viriam a fundamentar a atuação internacional da Legião da Boa Vontade (LBV), fundada em 1º de janeiro de 1950 (Dia da Paz e da Confraternização Universal).

Quando, em 2009, Marlene contou momentos marcantes de sua vida em entrevista exclusiva ao programa Samba & História*, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), recordou essa época em que conheceu o saudoso fundador da LBV: "Eu cantei muito para o Zarur em festas beneficentes. Muito! Muito! Muito! Nunca cobrei cachê nem coisa alguma, aliás, na minha época, tenho a impressão de que o artista cantava com maior prazer, maior amor, nunca pensando no dinheiro".

Na mesma ocasião, enviou a seguinte mensagem ao diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, retribuindo o carinho que dele recebeu por intermédio do apresentador Hilton Abi-Rihan: "Obrigada, Paiva, muito obrigada! Que Deus te abençoe!".

Você pode assistir à reapresentação especial desse programa, que homenageia Marlene, neste sábado, 14, às 22h; e também nesse domingo, 15, às 14h e às 23h. Para assistir pela internet, acesse a Boa Vontade TV.

A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, enviam as mais sinceras vibrações de Paz ao Espírito Eterno de Marlene, extensivas aos familiares, amigos e fãs da consagrada cantora e atriz.

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* Acompanhe o programa Samba & História, que vai ao ar pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY) toda segunda-feira, 19 horas; quarta, 21h; sexta, 19h; sábado, 22h, e domingo, às 14 horas.