Frente fria vai embora e estiagem ainda poderá prejudicar a agricultura

Wellington Carvalho

17/02/2014 às 18h59 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

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Depois de muitos dias sob intenso calor, muitos brasileiros já têm se beneficiado com temperaturas mais amenas e maior umidade, em decorrência das chuvas que têm ocorrido, bem como de uma frente fria que passa pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, desde o último final de semana.

De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), nesta terça-feira, 18, haverá forte chuva no Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima, Rio Grande do Norte e Tocantins. A chuva contará com muitas descargas elétricas e condições para rajadas de vento isolado.

Ao Portal Boa Vontade, o meteorologista Manuel Rangel, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), informa que "a frente fria que começou na semana passada, passando pelo Centro-Oeste, Sul e Sudeste, já está indo embora". Como resultado, todas as regiões terão, no mínimo, 33ºC como temperatura máxima. Infelizmente, a estiagem prolongada e atípica afetará algumas culturas agrícolas, que terão quebra de safra e de produção, como a cana-de-açúcar, café e laranja, segundo especialistas do setor.

O presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Federação das Indústrias de São Paulo (Cosag-Fiesp), João Sampaio, explica que "mesmo a soja, que está ainda indo muito bem no Mato Grosso, nos Estados onde a estiagem foi mais forte, como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, terá a safra prejudicada".

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A expectativa, segundo declarou Sampaio, é que a chuva se torne regular a partir desta semana e minimize os estragos. "Se a chuva não vier, pode ter um impacto grande na segunda safra de milho, porque, com dificuldade de chuva, não se planta", alerta.

De acordo com o secretário estadual de Agricultura do Rio de Janeiro, Christino Áureo, a safra de leite preocupa um pouco mais: "Como é um período em que, normalmente, há maiores ofertas em função de melhores pastagens, este ano observamos um fenômeno em que o produtor que trata o rebanho no cocho, somente no inverno, que vai normalmente de maio a setembro, teve que estender um pouco mais o trato no cocho, devido à seca".

Isso aumentou os custos da produção de leite. Ocorreu estabilidade em termos de valor para o produtor, com tendência de elevação de preço para o consumidor, a partir de março. Sobre verduras e legumes, ele disse que não há, ainda, um levantamento preciso sobre prejuízos, mas espera que não haja grandes alterações. Segundo ele, a estiagem atípica também atrasou um pouco a renovação da lavoura de cana-de-açúcar que, tradicionalmente, se dá em janeiro, e avaliou que os produtores vão esperar ainda o mês de março para proceder ao plantio.
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* Com informações da Agência Brasil.