Diversidade faz de SP uma cidade de muitos povos; parabéns, São Paulo!
Wellington Carvalho
19/01/2016 às 17h52 - terça-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00
Nesta segunda-feira, 25, a cidade de São Paulo comemora os seus 462 anos de fundação. Essa grande metrópole representa não só a maior economia do Brasil, mas também a maior cidade da América Latina; terra não só de paulistas, a capital bandeirante recebe também gentes de diferentes povos.
Quem diria que o povoado de Piratininga, fundado em 1553 pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, se tornaria uma cidade de quase 11 milhões de habitantes quase 5 séculos depois? Sendo um núcleo intelectual e político do País já em 1815, a cidade começou a ser um importante centro econômico a partir da expansão da cafeicultura, no final do século 19. Dessa forma, imigrantes de várias partes do mundo chegaram à cidade em busca de trabalho.
São Paulo de ontem, Sampa de hoje
No final da Avenida Cruzeiro do Sul, a paisagem pacata sumiu com os prédios ao fundo e se modernizou com o ônibus no lugar do bonde. À esquerda, a Escola Estadual Padre Antônio Vieira, que ainda resguarda a arquitetura colonial de décadas atrás. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Comparando as duas imagens com um espaço de 63 anos entre elas, podemos notar a ausência de edifícios ao redor da Igreja de Santa Cecília em 1947. Hoje, com a estação do metrô em frente a ela, a movimentação de pessoas na região tornou-se bem mais intensa. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Essa foto de 1912 foi tirada do alto da torre do Santuário Sagrado Coração de Jesus, no Campos Elíseos. Em vista panorâmica, podemos perceber, ao fundo, a "selva de pedra" que surgiu no bairro Santa Ifigênia ao passar de um século. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)A foto esquerda mostra o Colégio São José em 1970, localizado na Vila Matilde. Já a imagem da direita, mostra a instituição atualmente. Exteriormente, o prédio apresenta uma excelente preservação de sua arquitetura. O entorno foi o que mais sofreu modificações, com novas residências e sinalizações nas ruas. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)A Praça Vitória recebeu, em 1926, a primeira escultura de rua esculpida por uma mulher na cidade de São Paulo, a Fonte Monumental, obra de Nicolina Vaz. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)A obra de arte fica na Praça Júlio Mesquita, localizada no triângulo viário formado pela avenida São João, alameda Barão de Limeira e rua Vitória. Infelizmente, ela perdeu destaque estre os altos prédios e a arborização em seu entorno. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Importante via do Centro, que liga o Mosteiro de São Bento ao Largo São Francisco, a rua Líbero Badaró modificou-se muito (apesar do edifício Saldanha Marinho ainda participar da paisagem). A comparação feita é entre os anos de 1947 e 2013. Dos dois lados da rua, novos prédios surgiram, mais altos, para fazer companhia ao edifício ao centro. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Nesta foto de 2010, vemos que apenas o prédio central (de cor amarela e azul) foi preservado desde aquela época. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Pouca gente sabe, mas a rua Santo Amaro já foi uma estrada bem longa. Este trecho na imagem abaixo, do ano de 1927, é o início da rua e também foi anteriormente o início da antiga Estrada de Santo Amaro. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Pode não aparecer, mas esta é uma das avenidas mais famosas de São Paulo. Na próxima foto você perceberá o que o bonde não é a única característica que a torna irreconhecível. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Esta é a avenida São João, que fica bem no Centro da cidade. Os trilhos do bonde deram lugar ao asfalto, pelo qual passam milhares de carros diariamente. Restaram poucas residências de no máximo dois andares. Os prédios surgiram e a paisagem ainda se modificou com um viaduto que a divide pelo meio. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Ao ver esta imagem, podemos imaginar um passeio tranquilo entre verdes campos no ano de 1957. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Hoje, o entorno no Túnel Nove de Julho está bem diferente: apesar de haver árvores, os vastos campos foram substituídos por altos edifícios. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Tirada do alto do Viaduto do Chá em 1961, essa imagem mostra um Vale do Anhangabau completamente diferente daquele que estamos acostumados a ver nos dias de hoje: constituído de asfalto e cheio de veículos. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)Hoje, com seu calçadão e jardins, serve apenas para a transição de pedestres, além de importante local para reuniões públicas com grandes massas. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)
Quem mora na zona Norte da capital paulista pode até arriscar de que lugar se trata essa imagem e acabar acertando. (Foto: www.saopauloantiga.com.br)
Como resultado dessa história, São Paulo se beneficiou, por exemplo, pelas tradições orientais, com os japoneses que aqui chegaram. Tanto é que o bairro da Liberdade é, praticamente, o "Japão ocidental". A culinária também se enriqueceu com o conhecimento gastronômico influenciado pelos italianos, que eternizaram suas cantinas em bairros tradicionais, como o do Bexiga. Além disso, deve-se lembrar do desenvolvimento do comércio oferecido pelos judeus, que fizeram da Terra da Garoa local para se prosperar, assim como os nordestinos. Mas, com certeza, esta matéria se tornaria muito longa se destacássemos todas as contribuições das numerosas comunidades que se instalaram na capital paulista.
Em entrevista ao Portal Boa Vontade, a diretora executiva do Museu da Imigração de São Paulo, Marília Bonas Conte, ressalta que "podemos, sim, afirmar que uma das maiores riquezas de São Paulo é sua diversidade cultural, nascida de múltiplos processos imigratórios e migratórios, de ontem e hoje. A imigração, em qualquer tempo, traz uma experiência muito impactante de deixar um lugar e se construir em outro — seja em termos identitários, familiares ou sociais".
São Paulo, enfim, é a prova de que a união de todos pelo bem de todos é sempre possível. Essa cidade, que recebe todo o mundo de braços abertos, constata que as várias diferenças que tenhamos podem ser utilizadas como fator de riqueza, de modo a congregar pessoas pelo bem coletivo.
LBV transfere sua Sede Central para São Paulo
Acompanhando o desenvolvimento econômico do País, no Dia da Independência, em 7 de Setembro de 1984, é completada a mudança da Sede Central da Legião da Boa Vontade — do Rio de Janeiro/RJ para a capital paulista — com a inauguração de suas novas instalações. O fato representou etapa fundamental da expansão da Obra. A mudança coincidiu com os 25 anos da Proclamação do Novo Mandamento de Jesus, feita pelo saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur, em 7 de Setembro de 1959, em Campinas/SP, e com a primeira participação da Entidade no desfile Cívico-Militar, à época realizado na Av. Tiradentes, região central de São Paulo. A majestosa estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, levada pelos Legionários, causou forte impacto no público, que desde então jamais deixou de aplaudir a presença da LBV na cerimônia.
Dois anos mais tarde, a Instituição presenteou a cidade com a Supercreche Jesus, da LBV, inaugurada no dia do aniversário da cidade em 1986. Neste ano, a escola completa 30 anos.