Com seca, reserva do Cantareira volta a cair

Agência Brasil

10/06/2015 às 18h47 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Desde o último sábado, 6, o nível do Sistema Cantareira apresentava estabilidade em 20,2%. No entanto, com a continuidade do clima seco, o armazenamento de água caiu para 20,1%. A medição foi feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sem incluir a atual utilização da reserva técnica, volume de água que fica abaixo das comportas e que só pode ser retirado por meio de bombeamento.

No cálculo que leva a reserva em conta, o nível está em 15,6% do total da capacidade de operação. Isso equivale a um estoque de 197,5 bilhões de litros de água. O defícit está em 9,2% e, para atingir a superfície das comportas, o Cantareira precisa captar mais 90 bilhões de litros de água.

Nas últimas 24 horas, o volume de chuva foi de apenas 0,3 milímetros (mm). Nos dez dias de junho, o acumulado atinge 11,3 mm ou 19,3% do esperado para todo o mês, que é 58,5 mm. E de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), o sol e o clima mais seco predominarão até domingo, 14. Apenas na segunda-feira, 15, deve voltar a chover no estado de São Paulo.

Vale lembrar que o manancial do Cantareira recebe água de nascentes localizadas entre o sul de Minas Grais e o norte de São Paulo, que já foi o maior fornecedor de água para o abastecimento na região metropolitana de São Paulo, atendendo 9 milhões de pessoas até 2014. Atualmente, o número caiu para 5,2 milhões.

A diminuição foi gradativa e os últimos consumidores que deixaram de receber água do Cantareira, um total de 200 mil, passaram a ser abastecidos pelo Sistema Rio Claro. Essa transferência ocorreu no dia 2 de junho, com a interligação de adutoras na Vila Ema, zona leste da capital, que agora distribuem água para os bairros da Mooca, de São Mateus, Vila Formosa, da Vila Alpina e de Sapopemba.

OUTRAS BAIXAS

O nível do Sistema Rio Claro também teve baixa passando de 55,2% para 54,7%. Houve queda em todos os mananciais restantes e além do Cantareira, o que tem o menor volume é o Alto Tietê, onde o nível recuou de 21,5% para 21,3%. No Alto Cotia, a taxa de armazenamento caiu de 66,4% para 66,2%; no Guarapiranga, de 78,3% para 78%; e no Rio Grande, de 91,4% para 91,2%. 

Outra medida adotada para aliviar a demanda do Cantareira é a extensão da capacidade de operação do Guarapiranga. Para isso começaram a ser instaladas, na segunda-feira, 8, membranas ultrafiltrantes na obra de ampliação da Estação de Água do Alto da Boa Vista.