Talento e simpatia marcam a trajetória da cantora Ana Costa

Da redação

01/11/2013 às 22h09 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

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Ana Costa

Incluir sambas tradicionais no repertório é algo natural para a talentosa cantora, compositora e violonista carioca Ana Costa. Interessada em conhecer cada vez mais a história da música brasileira, a artista alcançou prestígio entre os novos nomes do chamado samba de raiz. Dona de voz doce e marcante, Ana foi conquistando seu espaço na música desde 1990, sempre de forma gradativa e consistente.

Atualmente, a cantora trabalha com o material de seu terceiro álbum: Hoje é o Melhor Lugar, lançado em 2012. O CD traz 15 sambas e a regravação de clássicos como Por um dia de graça, de Luiz Carlos da Vila; O que é o que é, de Gonzaguinha; Filosofia de vida, de Martinho da Vila, Marcelinho Moreira e Fred Camacho; e As coisas que mamãe me ensinou, de Leci Brandão e Zé Maurício.

Nessa caminhada de sucesso, Ana Costa viveu momento especial ao interpretar Viva Essa Energia, canção-tema dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro/RJ.
A música abrilhantou a cerimônia de abertura do evento, além de ter sido acompanhada pelo público e pelos atletas ao longo de todas as competições do Pan. “Foi a minha maior emoção até hoje... atravessar aquele campo do Maracanã e ver aquela plateia lotada, todo mundo vestido de branco”, disse.

O convite para a artista participar desse importante acontecimento esportivo partiu do produtor musical Alê Siqueira. “Ele queria fazer uma festa onde estivessem artistas conhecidos e não tão conhecidos, para que as pessoas pudessem conhecê-los. Acho que é a partir daí que a cultura se renova”, afirmou a cantora, que já compôs sambas em parceira com Zélia Duncan, Mu Chebabi, Agrião e Mart’nália.

Em entrevista ao programa Samba & História, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a sambista relembrou os desafios enfrentados para iniciar a carreira. “Eu trabalhava oito horas por dia, aquela dificuldade toda, e a música era minha diversão nos fins de semana. Mas aí eu comecei a estudar e me aprofundar nos assuntos musicais. Percebi que, se eu quisesse me dedicar mesmo à música como profissão, teria de abandonar aquilo o que eu estava fazendo.”

 

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Ana Costa

Para buscar seu sonho, decidiu então sair da empresa onde trabalhava como recepcionista. Em 1994, estreou no samba com o grupo Couer Sambá, formado pelos filhos do padrinho musical dela, o sambista Martinho da Vila. “A gente não tinha muito espaço para tocar. Era uma época muito difícil para o ritmo, e o Martinho da Vila, prestando atenção nisso, achou interessante formar um grupo de jovens cantando samba. Era um grupo misto, com homens e mulheres... para a época era mais difícil ainda ver mulheres tocando.”

Com um CD e boa recepção nas apresentações pelo Brasil, o grupo, porém, não chegou a durar muito. A dificuldade dos integrantes para conciliar as agendas individuais acabou por decretar o fim da iniciativa.

Em 1996, Ana Costa e a produtora cultural Bianca Calcagni formaram o grupo de samba Roda de Saia, posteriormente chamado O Roda, composto por mulheres. Nele ficou 11 anos. Nesse período, também investiu em outros projetos, a exemplo da participação na banda da cantora Mart’nália, até lançar seu primeiro trabalho solo, o CD Meu Carnaval (2006).

O álbum de estreia da cantora alcançou êxito também fora do país: foi o disco de música brasileira mais vendido no Japão. Além disso, rendeu a Ana Costa o título de “Artista Revelação” no 5o Prêmio Rival Petrobras de Música. “Tanta coisa aconteceu nessa minha vida musical, que é sempre uma grande aventura. (...) Quando você vê, já está lá na frente. As coisas acontecem naturalmente. Vocação é uma coisa natural. Se você está atento para isso, vai... Tem alguma coisa dentro da gente que nos move”, afirmou.

Em 2009, com o lançamento do segundo disco — Novos Alvos — veio a realização de antigo sonho da sambista: produzir uma música mais abrangente e fiel aos ritmos brasileiros, sem compromisso com tendências ou modismos. Graças ao disco, relançado no ano seguinte, a cantora cumpriu uma turnê de shows em países da Europa e da África. No Brasil, teve a oportunidade de se apresentar pela primeira vez em capitais como Salvador/BA e Recife/PE e no Distrito Federal.

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* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas.