Especialista oferece importantes esclarecimentos sobre problemas de visão

Wellington Carvalho

16/01/2015 às 12h46 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

revista-mensch.blogspot

“Que letras miúdas! Está difícil ler este livro! Não enxergo nada.” Já ouviu alguém fazer esse tipo de queixa, não é? Possivelmente, a pessoa está com algum problema de visão e não sabe. Muitas vezes, deixamos de cuidar da saúde de nossos olhos, considerando um embaçamento, por exemplo, algo momentâneo, mas, na verdade, pode ser mais sério.

No Brasil, é alto o número de pessoas que não exergam bem. De acordo com o mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deficiência visual é a mais presente entre a nossa população. Pelo estudo, 18,8% dos entrevistados afirmaram ter dificuldade para enxergar, mesmo com óculos ou lentes de contato.

Para tirar algumas dúvidas sobre saúde ocular, o Portal Boa Vontade apresenta, a seguir, entrevista do oftalmologista Fábio Pimenta ao programa Viver é Melhor!*, da Super Rede Boa Vontade de Rádio. Confira!

QUAIS POSSÍVEIS RAZÕES PARA A VISÃO SER AFETADA?

Divulgação

Dr. Fábio Pimenta.

1 — “O que mais percebemos é o acometimento de conjuntivite, que é uma das doenças oculares mais comuns. Ela é transmitida de pessoa para pessoa, principalmente em ambientes fechados, onde há aglomeração, e também numa época do ano um pouco mais fria, já que as janelas ficam fechadas. A conjuntivite é uma doença para a qual devemos sempre tomar medidas preventivas, como lavando bem as mãos, evitar tocar em objetos alheios, manter sempre o ambiente de trabalho limpo e arejado.”

2 — “Também existem as alterações visuais, pelas quais as pessoas que não têm a noção de ter algum grau de óculos e continuam fazendo uso de seu computador, fazendo sua leitura, assistindo a televisão sempre com algum desconforto.” 

3 — “Ainda, temos pressão arterial elevada e o diabetes.”

O QUE É O GLAUCOMA E A CATARATA?

“O glaucoma é uma doença que não tem cura, mas que pode ser controlada quando descoberta precocemente. E só se descobre esse problema quando se faz as consultas de rotina, e faz uma avaliação pra isso. A catarata, por sua vez, não é uma doença prevenível, mas podemos retardar o acontecimento, evitando exposição solar prolongada e utilizando um óculos de sol adequado. Mas vale lembrar que é uma doença do envelhecimento, ou seja, conforme as células do corpo vão envelhecendo, a lente natural que temos, chamada cristalina, vai ficando opaca e a catarata acaba se formando.”

COMO SÃO FEITOS OS EXAMES DE ROTINA

“Fazemos a avaliação do paciente descobrindo quais são as queixas dele, do que ele tem sensibilidade. Daí, observamos sua capacidade visual, conferindo se ele tem algum grau de disfunção por meio de um exame de refração. Observamos a parte intermediária, onde fica a íris, e também conferimos a parte de fundo de olho, para saber se a retina está ok, ou ainda, se existe alguma alteração no nervo ótico. A partir dos 45 anos também fazemos o exame de pressão ocular, para prevenir o glaucoma por pressão elevada.”

E EM CASOS MAIS GRAVES?

“O oftalmologista pode completar esse chek-up com exames mais específicos. Se existe uma alteração de retina, o especialista pode pedir um exame de foto de fundo de olho ou fazer um ultrassom. Se houver uma irregularidade na córnea, pede-se uma topografia — uma espécie de mapa da altura da córnea, para saber se está tudo ok com a curvatura.”

QUAL A FREQUÊNCIA PARA REALIZAR OS EXAMES?

“Na infância, nós recomendamos que até o primeiro ano seja feita, pelo menos, uma avaliação. Se não houver nenhuma alteração, pode se fazer aos quatro ou cinco anos, que é o início da vida escolar; a partir daí, de ano em ano. Lembrando que o ideal é manter um fluxo de informação, de exames, com um mesmo profissional, para que não se perca nenhum histórico clínico.”

Portanto, atenção com a sua saúde!
_______________________________________
*O programa Viver é Melhor! vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 14 horas, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio — 1230 AM. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos).