Neste Dia da Consciência Negra, o respeito a todas as diferenças
Wellington Carvalho
19/11/2025 às 11h13 - quarta-feira | Atualizado em 19/11/2025 às 23h33

Esta quarta-feira, 20 de novembro, é mais do que uma data simbólica, é um momento oportuno para refletirmos sobre os avanços e os desafios que a população negra brasileira ainda enfrenta, em alusão ao Dia da Consciência Negra, homenageando Zumbi dos Palmares, líder histórico da resistência à escravidão.
Passados 137 anos desde a abolição da escravatura, a data ainda suscita uma questão central: o preconceito racial realmente deixou de afetar a população negra no Brasil? Desde a assinatura da Lei Áurea, houve avanços significativos na participação e na visibilidade da população negra na sociedade, mas desigualdades persistem. O país registra conquistas importantes, porém o enfrentamento ao racismo , e a qualquer forma de discriminação, continua sendo um desafio que exige compromisso coletivo.
Sobre esse assunto, o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto (1941-2025) ressalta em seu artigo Zumbi e Ecumenismo Étnico que o povo brasileiro tem muito do que se orgulhar e valorizar sua pluralidade: "Se ainda não há democracia étnica dentro de nossas fronteiras — embora o Brasil seja um povo de etnias mescladas, para cuja sobrevivência é essencial estar plenamente legitimada e vivida a sua brilhante mestiçagem —, é porque o espírito de senzala continua grassando. Contudo, é justamente na natureza miscigenada que consiste a sua força".
Quando entendermos que "só existe uma raça: A Raça Universal dos Filhos de Deus", como elucida Paiva Netto, compreenderemos melhor a importância de anularmos segregações e, com espírito de Boa Vontade, unirmos nossas forças em prol de uma sociedade mais justa e fraterna. Afinal, podemos ter inúmeras discordâncias, sejam políticas, filosóficas, religiosas e, em muitas outras áreas do saber humano, mas partilhamos de uma mesma morada, que é a Terra. A "união de todos pelo Bem de todos" é fator a contribuir para a pacífica convivência planetária.
Para que a sociedade brasileira continue avançando em oportunidades justas para todas as etnias de que é composta, a jornalista Francisca Rodrigues Pereira, da Faculdade Zumbi dos Palmares, salientou a importância de ser disseminada ainda mais a consciência contra o preconceito: "Não temos uma receita [para extinguir o racismo]. Mas estamos sempre lutando. Tudo melhora com o acesso à informação. Com conhecimento, todos nós iremos nos libertar do preconceito. Afinal, somos todos iguais perante Deus e perante o mundo; as pessoas que precisam entender isso"