Brasil produzirá vacina contra sarampo e rubéola para países pobres

Agência Brasil

28/10/2013 às 16h32 - segunda-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h00

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta segunda-feira, 28, uma parceria para a produção da vacina contra rubéola e sarampo exclusivamente para exportação. A previsão é que sejam exportadas 30 milhões de doses da vacina a partir de 2017, sobretudo para a África, pelo menor preço mundial, 0,54 dólares. O anúncio foi feito durante o 9º Encontro Grand Challenges que reúne pesquisadores do mundo todo, em um hotel do Rio de Janeiro, RJ, para discutir soluções inovadoras e de impacto à saúde.

O projeto inclui a construção de uma fábrica de vacinas e medcamentos do laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Santa Cruz, na zona Oeste da capital fluminense, que custará ao ministério R$ 1,6 bilhão. "Esta fábrica vai gerar emprego, renda, conhecimento, pesquisa e inovação tecnológica aqui no Brasil. Além disso, exigirá maior qualidade da produção nacional, o que fará com que as vacinas e outros medicamentos da Fiocruz tenham cada vez mais qualidade", comentou Padilha.

Parceira do projeto, a fundação norte-americana Bill & Melinda Gates comprará as vacinas da Fiocruz para doá-las a países pobres. Além disso, a parceria prevê o investimento de 1,1 milhão de dólares por parte da fundação para o desenvolvimento e a pesquisa clínica da vacina. Atualmente, apenas um laboratório indiano a fabrica.

Padilha explicou que embora o Brasil já tenha erradicado a rubéola e o sarampo, a demanda mundial é muito forte. “Aproximadamente 150 mil pessoas morrem por ano em todo o mundo vítimas do sarampo. Ao produzirmos essa vacina podemos ocupar o mercado global, primeiro com essa vacina, e depois abrir as portas para outros tipos de vacinas produzidas aqui no Brasil”, afirmou.

Atualmente o Brasil exporta diferentes tipos de vacinas para 75 países. O Sistema Único de Saúde oferece 25 tipos de vacinas e 96% delas são de produção nacional. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, salientou que o novo projeto vai quadruplicar a produção de vacinas no País: “Vamos elevar nossa capacidade de produção que hoje é de cerca de 150 milhões de doses por ano de vacinas para 650 milhões”.