No dia 26 de julho, celebram-se 127 anos do esperanto; saiba mais sobre esse idioma internacional

Da redação

23/07/2014 às 18h52 - quarta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h02

Alguns dos esperantistas que marcaram presença na tradicional festa na Oderbruecke Bridge (ponte que liga a Alemanha oriental e a Polônia), entre os dias 2 e 4 de maio deste ano.

São Paulo, SP — Para eliminar a hostilidade entre os povos de uma região no antigo império russo, o médico e linguista Lázaro Luiz Zamenhof (1859-1917), de Białystok — hoje pertencente à Polônia — criou uma língua de aprendizagem rápida, acessível ao povo e não apenas aos letrados. Dotado de força de vontade na divulgação de um ideal humanístico, Zamenhof concebia, então, o idioma planejado mais falado no mundo atualmente: o Esperanto.

A LBV e o Esperanto

Em 2014, no dia 26 de julho, celebram-se 127 desta língua, que foi oficializada após o lançamento do primeiro livro gramatical sobre o novo código linguístico com o título La internacia lingvo, em 1887. Desde então, o número de esperantistas tem crescido, assim como as obras que passaram a ter o Esperanto como idioma original.

Percorrendo os continentes, no ano de 1954, o idioma passou a ser reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); e, em 1985, o mesmo órgão recomendou aos seus países-membros a difusão do idioma. Há evidências de que estudar Esperanto antes de qualquer outra segunda língua acelera e melhora a aprendizagem de idiomas, fenômeno conhecido como efeito propedêutico.

O símbolo de maior representação ao idioma é a estrela verde: segundo a tradição, as cinco pontas representam as Américas, a Europa, a África, a Ásia e a Oceania, e o verde simboliza a esperança. A bandeira é uma extensão da estrela verde, adicionando o branco para representar a paz e neutralidade.

Arquivo BV

QUER SABER MAIS SOBRE O IDIOMA?

Confira algumas curiosidades extraídas do blog Culturoscópio, do professor Pedro Jacintho Cavalheiro, ex-presidente da Liga Brasileira de Esperanto.

Esperanto é uma língua morta?
Não, ao contrário: Esperanto é uma língua moderna e jovem. Tem apenas 127 anos, o que para uma língua representa a primeira infância. Esperanto é uma língua viva, com vocabulário para toda e qualquer situação contemporânea, com dicionários técnicos sobre aviação, computação etc. Uma língua só é considerada morta quando deixa de ser usada por um agrupamento humano, estaciona no tempo e não acompanha mais a evolução social e tecnológica.

Existe literatura em Esperanto?
Sim, e vasta! Existem livros tanto originalmente escritos em Esperanto quanto traduzidos para a língua, sobre todas as áreas do pensamento humano. A Biblioteca Hector Hodler, da Associação Universal de Esperanto, possui algo em torno de 20 mil títulos de livros, além de jornais, periódicos, músicas etc. Você pode ler de Os Lusíadas, de Camões, aos quadrinhos do Asterix, todos em Esperanto, livros infantis e adultos, inclusive. Aliás, o Ministério Brasileiro da Educação mantém em seu portal na internet a página "Domínio Público": se você selecionar no menu a língua Esperanto, vai encontrar 220 títulos à disposição para baixar gratuitamente.

Esperanto é muito difícil?
Não, é muito fácil se comparado a qualquer outra língua. Possui uma gramática lógica e sem exceções, com apenas 16 regras fundamentais. Essa gramática lógica faz com que você aprenda mais vocabulário em menos tempo. Você aprende uma palavra e pode criar muitas outras, expressar muitas ideias a partir dela, devido ao conjunto de prefixos e sufixos que funcionam como um jogo de montar. Esses afixos são regulares também e, por isso, o "jogo" é automaticamente compreendido por quem fala Esperanto.

A revista NewsWeek publicou matéria em que afirmou que o Esperanto é pelo menos 10 vezes mais fácil de aprender do que o Inglês. Mas Esperanto é língua. Não dá pra aprender dormindo. Requer menos esforço, menos tempo (…), mas requer alguma dedicação, claro.