
Campanha nacional incentiva denúncias contra a violência à mulher
Wellington Carvalho
22/05/2014 às 20h47 - quinta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h01

Brasília, DF — Nesta quinta-feira, 22, o governo brasileiro lançou a campanha “Violência contra as mulheres – Eu ligo”, que visa estimular as denúncias por meio da Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180. A iniciativa é da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do Ministério das Cidades e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

“Esperamos que essa campanha elimine de vez a violência contra as mulheres ao sensibilizar toda a sociedade para abraçar essa luta. A campanha é lançada agora, na época da Copa do Mundo, porque temos que nos preocupar com a preservação da garantia dos direitos das meninas e mulheres. As crianças e mulheres brasileiras não podem ser vítimas de turismo sexual”, afirmou a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
O assunto é de grande relevância não só para o Brasil, mas também em escala global, já que a Organização das Nações Unidas estima que, em todo o mundo, 70% das mulheres já sofreram algum tipo de violência, seja física, sexual, psicológica ou econômica. A Bolívia, por exemplo, apresenta um dos piores índices: 52% de bolivianas já teriam experimentado alguma forma de agressão sexual ou física cometida pelo companheiro.
APOIO DE BOA VONTADE NA VALORIZAÇÃO DA MULHER
À edição nº 236 da revista Boa Vontade, a presidente da Fundação para o Desenvolvimento de uma Convivência Pacífica na América Latina e no Caribe (Fundeconp), Vanessa Castedo, licenciada em Relações Internacionais com menção a resoluções de conflitos, explica: “Historicamente, o papel da mulher na Bolívia está embasado numa cultura patriarcal, na qual ela é excluída e vitimada perante o homem por ser considerada o sexo frágil. Isso a coloca em uma situação crítica”.
Por isso, a Legião da Boa Vontade da Bolívia promove ações de valorização da mulher, o que tem contribuído para combater o descaso e a impunidade no país. Um dos exemplos é a atuação da LBV em duas frentes: recebe as crianças em período integral em sua Escola, para que as mães possam trabalhar; e, desde 1999, desenvolve os programas Centros de Capacitação Técnica e Centro de Alfabetização. Neles, são oferecidos às atendidas cursos profissionalizantes e as primeiras letras. Assim, elas alcançam qualificação profissional e autoestima renovada, resultando em melhores condições socioeconômicas para a família.

A operadora de telemarketing Estefanía Celia Condori, 37, que sofreu constrangimento e abuso psicológico pelo seu ex-parceiro, relembra sua satisfação por ter sua filha, Johana Abigail Veles Condori, 3, atendida pela Instituição: “Quando cheguei à LBV, estava em uma situação muito difícil. Na verdade, não me casei, mas decidi ter minha filha e criá-la sozinha, desde que perdemos o contato com o pai dela. Naquele momento, a LBV abriu as portas para mim, me deu a mão, conselhos; ajudou-me muito nas necessidades de minha filha, não me deixou sozinha. Agradeço a Deus por terem aceitado a Johana no Jardim Infantil Jesus”.

Além disso, a Instituição promove há décadas em suas Escolas e Unidades Socioeducacionais espalhadas no Brasil e no exterior, a consciência de Paz e respeito a todos os semelhantes, independentemente de gênero, religião, cor, nível socioeconômico e acadêmico, entre tantas outras diferenças que nos distinguem e enriquecem nossas culturas. Trata-se da Educação com Espiritualidade Ecumênica. Dessa forma, as crianças e jovens atendidos aprendem a valorizar o ser humano, tendo como base o Amor Divino e Solidário ensinado por Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.
A supervisora da inovadora linha educacional da LBV, Suelí Periotto, também mestre e doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), contribui para o assunto, destacando: “Toda a proposta da LBV nos fala da Espiritualidade Ecumênica que é levada juntamente com o alto grau, com uma excelência, um primor de educação pedagógica. Então, as crianças, desde cedo, têm os valores que permeiam os conteúdos que elas vão adquirindo intelectualmente”. Em suma, trata-se de unir o “Cérebro ao Coração”; isto é, unir a Razão aos sentimentos elevados, como propõe o educador Paiva Netto com a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico.
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*Com informações da Agência Brasil.
*Colaboração: Mariane de Oliveira Luz.