OMS alerta para aumento dos casos de sarampo

Segundo a entidade, nos quatro primeiros meses de 2018, foram registrados 79.329 casos; Brasil enfrenta pelo menos dois surtos.

Gabriele de Barros

23/07/2018 às 09h47 - segunda-feira | Atualizado em 25/07/2018 às 11h32

Os casos de sarampo aumentaram no mundo. É o que mostra um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo o levantamento, nos quatro primeiros meses de 2018, foram registrados 79.329 casos. No ano passado, neste mesmo período, foram confirmadas 72.047 novas notificações da doença.

A entidade informa que o pico da doença foi registrado em março, quando foram identificados 25.493 casos. A maior parte destas notificações foram confirmadas em países como:
- Uganda e Nigéria, na África;
- Venezuela, nas Américas;
- Iêmen, Emirados Árabes Unidos, Síria, Sudão e Paquistão, no Mediterrâneo Oriental;
- Ucrânia, Sérvia, Rússia e Romênia, na Europa;
- Índia, no sul da Ásia;
- Tailândia, Mianmar, Indonésia, Filipinas e Malásia, no Sudeste Asiático.

Nós já reunimos em uma matéria informações sobre transmissão, tratamento e sintomas do sarampo. Sugerimos a leitura. o/

Arte: Welington Jhon

Sarampo no Brasil

O Brasil enfrenta pelo menos dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas. De acordo com o Ministério da Saúde, até o fim de junho, foram confirmados 265 casos de sarampo no Amazonas, enquanto outros 1.693 permanecem em investigação. Já Roraima registrou 200 casos da doença e outros 179 continuam em investigação.

São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rondônia também tiveram casos isolados. Outros estados têm ocorrências suspeitas, que aguardam confirmação.

“O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário ao Estado. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, foram realizadas em todos os estados", afirmou a pasta.

Em 2016, o Brasil foi declarado livre do sarampo por um Comitê Internacional de Especialistas. No entanto, como o vírus é altamente contagioso e permanece em circulação no resto do mundo, a doença voltou a ser motivo de preocupação.

Diante disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS deixaram algumas recomendações às Américas, para a contenção da doença. Dentre elas, se encontram:
- Vacinar a população para manter uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola;
- Fortalecer a vigilância epidemiológica do sarampo para detectar casos suspeitos nos serviços de saúde públicos e privados;
- Fornecer uma resposta rápida ao detectar casos importados de sarampo;
- e manter uma reserva de vacina sarampo-rubéola para ações de controle de casos importados.

A doença voltou a circular no Brasil?

A resposta é NÃO!

Atualmente, o que ocorre no Brasil são surtos secundários decorrentes da importação do vírus. Desde 2001 não há registros de transmissão autóctone — quando o contágio ocorre dentro do território.

A vacina contra o sarampo está disponível na rede pública. A mais comum é a Tríplice Viral, que também protege contra rubéola e caxumba. Esta dose ainda fornece proteção adicional contra a varicela.

São indicadas duas doses em um intervalo de um a dois meses.

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* Com informações da Agência Brasil.