Fernando Diniz: a alegria de jogar futebol

Precisamos relacionar o futebol com a alegria. Futebol é entretenimento. E futebol com Fernando Diniz é entreter com a satisfação de ter a certeza que valeu a pena sair de casa, comprar um ingresso e sentar na arquibancada. Mesmo se o resultado positivo não chegar.

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Posse de bola! Aliás, gostar da bola e até se apaixonar por ela é a filosofia do novo técnico da Seleção Brasileira e do Fluminense. O Brasil vem de duas vitórias pelas Eliminatórias Sul-americanas - 5 a 1 sobre a Bolívia e 1 a 0 diante da seleção peruana fora de casa. Nesses dois triunfos, já foi possível degustar do desenho harmonioso implantado pelo técnico Fernando Diniz, que realizou apenas seis treinamentos a frente da Seleção. 

Diniz costuma dizer na preleção de cada jogo do Fluminense a seguinte palavra: "Coragem!". Palavra essa, que também foi repetida nesse primeiro momento pelo treinador com seus selecionados. E para ter coragem para jogar um futebol vistoso e competitivo é preciso: bravura, confiança e elegância. Os jogadores por sua vez, nas entrevistas coletivas, usaram o verbo prazer. Prazer de fazer algo diferente com as bolas nos pés. Muitos estão se divertindo com o novo jeito de jogar futebol. 

Fernando Diniz, além de técnico, tem formação em psicologia e faz questão de olhar a história de cada ser humano. Afinal de contas, as pessoas são diferentes uma das outras e carregam enredos e necessidades individuais. Muitos atletas bem-sucedidos hoje, vieram de uma camada pobre da sociedade e tiveram algum tipo de dificuldades em um passado não tão distante assim. Diniz não dispensa o diálogo e faz disso um laboratório. O treinador já conseguiu recuperar a performance de alguns jogadores esquecidos em seus clubes. O último foi o atacante do Fluminense John Kennedy. Com atos seguidos de indisciplina, o jogador entrou no radar do treinador e voltou a brilhar com a camisa tricolor. 

A próxima meta de Fernando Diniz é resgatar em cada torcedor o brilho nos olhos de torcer pra Seleção Brasileira. Brilho que foi apagado com um futebol conservador e sem grandes resultados nas últimas duas décadas. Futebol é uma caixinha de surpresas, dizia o jornalista Benjamin Wright. Logo, não podemos afirmar que a nova era Fernando Diniz com a Seleção Brasileira vai nos trazer títulos expressivos. Mas algo podemos assegurar: o futebol com entretenimento, diversão e arte está de volta na Seleção Brasileira e que a pintura final do quadro seja um jogador erguendo a Taça de Campeão do Mundo. Caso não aconteça o tão cobiçado título, o azar será mesmo do próprio futebol.