Educação sem violência: veja por que e como podemos disciplinar sem agressão

Wellington Carvalho

16/03/2015 às 16h05 - segunda-feira | Atualizado em 08/02/2017 às 09h41


De acordo com o relatório Ocultos à plena Luz, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 58 países cerca de 17% das crianças estão sujeitas a formas rígidas de punição física e, por isso, podem se tornar adultos mais propensos a ficar sem emprego, a viver na pobreza e a manifestar comportamento agressivo. Outro alerta: o estudo diz respeito apenas aos indivíduos que puderam e quiseram responder aos questionamentos. Ou seja, as estimativas levantadas podem, infelizmente, ser bem maiores.

E isso representa um ciclo vicioso, já que as crianças são como pequenas folhas em branco, o que desenha sua personalidade, em grande parte, são os exemplos que têm em casa. A educadora e mediadora de conflitos Suely Buriasco explica que os comportamentos dos pais nunca devem ser ignorados, já que a criança tende a imitá-los. “Se os pais tratam os filhos de forma violenta, seja em palavras ou atitudes, influenciarão os filhos a agirem da mesma forma”, declara ao programa Educação em Debate*, da Super Rede Boa Vontade de Rádio. 

Vivian R. Ferreira
Andréia Lavelli.

Segundo a oficial de projetos da Fundação Abrinq, Andréia Lavelli, também representante da Rede “Não Bata. Eduque”, a exemplo de comparação, pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos) somente “de junho a julho de 2014 foram feitas mais de 11 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes aqui no Brasil”, conforme declarou em entrevista ao programa Sociedade Solidária*, da Boa Vontade TV.

Acontece que, muitas vezes, o que era pra ser uma mera "palmadinha" acaba tomando dimensões maiores e pode acarretar vários danos a crianças e jovens. E isso partindo de seus próprios pais, que deveriam protegê-los e oferecer amor e carinho. Até porque, é o que exige a Lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura que crianças e jovens não sofram qualquer forma de violência, entre outros prejuízos à integridade física e moral, conforme descrito em seu 5º artigo.

Apoiando o ECA foi sancionada, em 2014, a Lei Menino Bernardo — homenagem ao garoto gaúcho Bernardo Boldrini, que foi vítima de violência, perdendo a vida no ano passado. Segundo a legislação, os pais ou responsáveis que usarem castigo físico ou tratamento cruel e degradante ficam sujeitos a advertência, encaminhamento para tratamento psicológico e cursos de orientação, independentemente de outras medidas.

DICAS PARA OS CONFLITOS DO DIA A DIA

Contudo, devemos ter em mente que educar sem violência é um esforço possível de ser realizado, sempre. Contar até 10 (ou 100), respirar fundo e outras técnicas valem a pena, em curto, médio e longo prazo. Pensando nisso, a especialista Andréia Lavelli oferece algumas dicas para os pais manterem o equilíbrio e não perderem a razão: “Em algum momento de estresse ou nervoso, que os pais parem, respirem, saiam um pouco do local em que está acontecendo a situação. Que retomem a compostura após alguns minutos; se abaixem [à altura da criança] e conversem com um tom de voz normal, não utilizando o grito; tomem água e repensem a situação, para que o uso da força seja evitado em algum momento de descontrole”.

 

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Suely Buriasco.

A educadora Suely Buriasco alerta que é preciso sempre acompanhar a influência que os pequenos recebem da mídia e de amigos. Além disso, prestar atenção à maneira como se conversa com os pequenos é fundamental, já que “a criança não se atenta tanto ao que você diz, mas à forma como fala. Se você grita com seu filho, chama a atenção dele na frente dos outros, está humilhando ele. Além de não escutar a sua orientação, ele se magoará, e a repreensão terá um efeito contrário”.

A especialista ainda pondera que “a verdadeira autoridade é mansa. Os pais que a possuem não precisam bater, gritar, fazer chantagem ou serem violentos. Aqueles que têm autoridade cobram com calma e determinação; assim é que são respeitados. A maneira correta é sempre conversar, esclarecer, explicar os valores que a família nutre, e aí sim disciplinar com a afetividade — que não se pode esquecer”.

À Super Rede Boa Vontade de Comunicação (Rádio, TV, Internet e Publicações), a professora do Conjunto Educacional Boa Vontade Rute Mendonça, que já é avó, exemplifica como sempre trata as crianças que passam pela sua vida, afirmando que além da paciência e da compreensão que procura manter, lembra que cada uma “é um Espírito Eterno e devemos despertar nela toda a parte boa que tem. Ajudá-la a direcionar para o Bem toda a potencialidade que possui, pois ela carrega uma bagagem imensa de conhecimento de vidas anteriores”, conforme preconiza a inovadora linha pedagógica criada pelo educador Paiva Netto.

BUSCAR O EQUILÍBRIO 

É imprescindível, para uma convivência pacífica no lar, a busca pelo equilíbrio interior, ofertado a todos por Jesus, o Cristo Ecumênico, portanto Universal, o Divino Estadista. Assim, quando a tolerância e o respeito vigoram, torna-se mais segura a forma de educar aqueles a quem amamos e com quem temos compromisso para toda a vida.

E isso relaciona-se muito bem à necessidade de orar ou meditar, estudar o Mandamento Novo do Cristo de Deus ("Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros" —  constante do Evangelho, segundo João, 13:34 e 35), assim como permear todas as instruções aos filhos com valores éticos e ecumênicos, desde a primeira infância.

Para aprender mais não só sobre como educar para a Paz, mas também a viver todos os excelsos e edificantes ensinamentos de Jesus, o Divino Pedagogo, sinta-se mais que convidado a frequentar com a toda a família as Igrejas Ecumênicas da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Saiba onde fica a mais próxima de você!

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*O programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), vai ao ar de segunda a sexta-feira às 18h30 e 23h30, e aos domingos às 6h30 e 20 horas. O programa Educação em Debate, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, é veiculado aos sábados ao meio-dia; aos domingos, às 7 horas; com reapresentação especial às segundas-feiras, às 13h. Para outras informações, ligue: 0300 10 07 940 (custo de uma ligação local + impostos).