Sistema Cantareira entra na faixa de alerta

Divulgação Sabesp

O nível do Sistema Cantareira, reservatório de água que abastece a região metropolitana de São Paulo, está desde o dia 4 deste mês com 29,9% de sua capacidade de operação, de acordo com o boletim informativo da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Esse é o nível mais baixo desde a crise hídrica que atingiu o manancial há cinco anos.  O sistema está na faixa de alerta.

Segundo a escala criada pela Sabesp para medir o volume útil dos reservatórios e classificar a gravidade da situação, quando o nível é igual ou maior que 60% a situação é normal; em estado de atenção quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; em alerta quando está maior que 30% e menor que 40%, e em restrição quando é maior que 20% e menor que 30%.

De acordo com a empresa, para que o manancial seja colocado em fase de restrição, é necessário que o índice esteja abaixo dos 30% no último dia do mês, o que não aconteceu em 30 de setembro quando a capacidade era de 30,35%.

O Sistema Cantareira é formado por cinco reservatórios (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) conectados entre si e é responsável por abastecer 46% da população da região metropolitana de São Paulo.

É HORA DE USAR COM INTELIGÊNCIA

Nosso uso pouco sustentável no passado garantiu um presente nada desejável, com muitos lugares sofrendo cortes de água. Diversas regiões brasileiras já experimentam a falta d'água e milhões de habitantes correm o risco de não ter água disponível todos os dias nas suas torneiras, situação que não é novidade no Nordeste, por exemplo.

A água é um dos principais recursos naturais que geram vida no planeta. Por isso, toda a sociedade deve atentar à utilização do recurso diariamente, pois as estatísticas exigem uma preocupação urgente. Para falar sobre o assunto, a equipe do Portal Boa Vontade entrevistou o hidrogeólogo Paulo Lopes Varella Neto.

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O planeta conta com muita água: 1,4 bilhão de km³, conforme aponta a Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, considerando que "70% da Terra é coberta por água salgada, (...) devemos garantir o líquido para abastecimento humano, para a produção de alimentos, geração de energia, navegação etc. Esse é o grande desafio que nós temos na mão", explicou o doutor Varella em entrevista. Isso porque, de acordo com ele, "as urbanizações e a poluição que também as acompanha fazem com que se adquira água cada vez mais longe e cada vez mais cara. Somos sete bilhões hoje e seremos 9 bilhões em 2050. Portanto, a situação tende a ficar mais complicada: precisaremos de 50% a mais do recurso até lá".

A ONU ainda aponta que cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso suficiente à água para atender necessidades diárias de consumo e higiene — para viver com dignidade, uma pessoa precisa de 110 litros por dia. E a Organização também projeta que, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas terão carência absoluta de água. Por essa razão, não se deve esperar que uma possível crise mundial surja para mudar os padrões de consumo. Para se ter ideia, somente a cidade de São Paulo desperdiçou, em 2012, quase um trilhão de litros de água, de acordo com a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp).

PEQUENAS AÇÕES E USO RACIONAL

"É preciso economizar água, utilizá-la dentro de padrões aceitáveis. Somos os maiores gestores de água do planeta. Se cada um tomar consciência disso, tudo pode mudar. Devemos passar de observadores para atores nesse processo. E é na forma como colocamos o lixo, como tomamos banho, lavamos o carro, e assim por diante, que poderemos realmente contribuir", alerta.

Ao contrário do que muitos pensam, a água potável — própria para o consumo — é um recurso naturavel esgotável. Apesar de o Brasil possuir 12% do total de água doce do mundo, o País já mostra sinais de carência. A necessidade exige de todos uma postura consciente do uso dos recursos, diminuindo o consumo em todos os setores e aprendendo a reutilizar.

Na página oficial do Portal Boa Vontade no Facebook, diversos internautas compartilham as ações que realizam em suas casas, a exemplo da Conceição Trigueiro, que mora em Itapecerica, MG, que afirmou que aproveita “a água da máquina para limpeza da casa e descarga do vaso sanitário”, além disso ela deixou claro que em sua casa, os “banhos curtíssimos e nada de lavar carro com mangueira, só com o balde e olha lá!!!!!!”.

Em Jundiaí, SP, na casa do Adriano ele afirmou que está “sempre alertando o outro quanto ao exagero”. Já em Ribeirão Preto, no interior paulista, o Carlos Nunes, desliga a “água em toda oportunidade”. 

Dá para economizar água a partir de algumas mudanças de hábitos no dia a dia! 

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