Poluição sonora — Dá para mudar, mesmo vivendo em grandes cidades?

Além de atrapalhar a concentração, a poluição sonora tem consequências na nossa saúde.

Thayna D. Reis dos Santos

21/09/2016 às 10h25 - quarta-feira | Atualizado em 21/05/2018 às 15h15

Preste atenção ao seu redor e veja se há algum tipo de barulho, provavelmente você irá notar que o nosso dia a dia é repleto de sons em desarmonia, como por exemplo telefones tocando, crianças chorando, cachorros latindo, sirenes e alto falantes gritando, pessoas berrando e buzinas tocando. A poluição sonora, principalmente, nos centros urbanos é tão grande que em muitos momentos consegue atravessar nossos pensamentos.

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Não há nada mais irritante do que querer dormir e o barulho de uma furadeira ou martelo se fazer presente, agora imagine um aglomerado de furadeiras e martelos batucando enquanto você tenta trabalhar, estudar, falar e se concentrar. Fica muito difícil né? Além de atrapalhar a concentração, a poluição sonora tem consequências na nossa saúde. Cientistas garantem que a perda da audição é apenas um dos males causados pela poluição sonora.

A poluição sonora está em todos os ambientes, para dar problemas no ouvido precisa da dose. O dr. Edson Monteiro conversou com o programa Biosfera, da Boa Vontade TV, e explicou quais são as consequências do barulho para nós.

“Um barulho muito alto, em uma intensidade muito alta, se for por menos de um segundo, ele não é tão prejudicial quanto um barulho menos intenso por um período mais prolongado. Todo mundo está sujeito, mas quanto mais idoso, ou com alguma doença associada fica mais suscetível a perda auditiva. “

O dr. também explica que a perda é gradual e começa com os agudos, a pessoa vai perdendo a percepção dos agudos e depois vai avançando para a perda dos sons mais graves, até a pessoa não conseguir mais se comunicar.

Mesmo que a poluição sonora não se acumule como por exemplo a poluição do ar ou a poluição dos rios, que ficam evidentes aos olhos, ela causa problemas perturbadores e muitas vezes irreversíveis.

Efeitos negativos da poluição sonora para a saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta: Um ruído de 50 decibéis já considerado prejudicial a comunicação e acima de 55 pode causar estresse. A exposição diária a 75 decibéis pode causar perda auditiva ao indivíduo.

Victória Rumi

 

Por conta do grande incomodo que a população vinha sentindo, eles decidiram tomar uma providência a respeito do barulho excessivo, e assim foi criado o Programa Silêncio Urbano (PSIU). “As pessoas começaram a detectar que isso era uma questão de saúde e que teria que ter uma fiscalização mais frequente e acirrada, durante o dia todo, independente do horário, tem fiscalização e tem parâmetro” explica o coordenador do programa, Luiz Carlos Smith.

As penalidades para quem descumprir a lei são severas, para reclamações relacionadas ao ruído a primeira multa é de 10 mil reais, se os estabelecimentos não cumprirem as adequações dentro do prazo e as reclamações continuarem, a multa pode chegar a 60 mil reais.

A poluição sonora além de prejudicar as pessoas, também prejudica os animais e o ecossistema. Em grandes centros urbanos como por exemplo em São Paulo, a poluição sonora provoca o afastamento de aves, diminuindo sua população local, ou seja, causando um baita desequilíbrio no ecossistema, além de provocar o aumento de insetos, na ausência de passarinhos que poderiam se alimentar deles.

Victória Rumi

Na hora de verificar onde o ruído fala mais alto, infelizmente com os brasileiros não há quem possa. Rio de Janeiro e São Paulo são nessa ordem as metrópoles mais barulhentas do mundo, no índice que é melhor falar baixinho do que celebrar com rojões.

80% de todo o ruído presente nas grandes cidades, são provenientes dos veículos, principais culpados pelo barulho de outras cidades do mundo e também de movimentadas avenidas da grande São Paulo.  

Contudo esses problemas que soam tão altos podem ser resolvidos por meio da conscientização. Existem coisas que produzem ruídos naturalmente como a buzina dos veículos, porém há momentos que seu uso é desnecessário tornando-se uma agressão a si e ao próximo.

 Dentre tantos exemplos, a moto com escapamento abertos, carros com som no volume máximo, possuem solução imediata que depende diretamente de nós. Há alguns anos Tóquio era a capital mundial do barulho, iniciou-se então uma campanha de conscientização e diariamente a televisão advertia: “Caro telespectador, são 22h! Por favor reduza o volume ao mínimo”.

Essa e outras regras simples de convivência silenciosa fez com que a cidade mais populosa do mundo, passasse do primeiro lugar para o décimo, no ranking do barulho. Esse é o mesmo ranking que apresenta São Paulo e Rio de Janeiro como primeiro e segundo lugar, respectivamente.

E se uma cidade inteira conseguiu com medidas simples, você também consegue colaborar com essa campanha, basta por exemplo ouvir músicas no ônibus com um fone de ouvido, ou evitar usar buzina no trânsito quando não houver necessidade.

Para conferir o vídeo na íntegra, aperte o play:

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