
Uma em cada três mulheres é vítima de violência no mundo, alerta OMS
Os dados ainda indicam que 7% das mulheres correm o risco de sofrer violência em algum momento das suas vidas
Wellington Carvalho
21/11/2014 às 18h20 - sexta-feira | Atualizado em 22/09/2016 às 16h04

Uma em cada três mulheres é vítima de abusos físicos em todo o mundo, indica uma série de estudos divulgados nesta sexta-feira, 21, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As pesquisas apontam que aproximadamente 140 milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital e cerca de 70 milhões se casam antes dos 18 anos, frequentemente contra a própria vontade. Os dados mostram, ainda, que 7% das mulheres correm o risco de sofrer violência em algum momento de suas vidas.
Embora muitos países tenham feito progressos importantes em criminalizar a violência contra o gênero feminino, promovendo a igualdade entre os sexos, os autores da série salientam que a violência contra essa população só retrocederá se os governos fornecerem mais recursos na luta e reconhecerem que ela prejudica o crescimento econômico.
“Precisamos, definitivamente, fortalecer os serviços para as mulheres vítimas de violência. Mas para fazer uma diferença real na vida delas, temos de trabalhar no sentido de alcançar a igualdade de gênero e prevenção da violência antes mesmo de começar”, afirmou Charlotte Watts, professora na Escola de Higiene e Medicina Tropical em Londres e coautora dos documentos.

Apesar do aumento da atenção global contra a violência e os recentes avanços no conhecimento sobre como lidar com esses abusos, os níveis de violência contra elas, incluindo a íntima do parceiro, estupro, mutilação genital, tráfico e os casamentos forçados, permanecem altos, com graves consequências para a saúde física e mental das vítimas.
O documento também sustenta que os líderes mundiais devem mudar legislações e instituições discriminatórias que encorajam a desigualdade e preparam o terreno para mais violência. Contudo, mesmo nos casos em que há leis fortes e avançadas de defesa das mulheres, muitas continuam a ser vítimas de discriminação, violência e falta de acesso adequado a serviços jurídicos e de saúde.

A VIOLÊNCIA E AS BRASILEIRAS
Desde 2006, as cidadãs brasileiras são protegidas pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), criada para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Mas, mesmo com a legislação, os brasileiros ainda precisam tomar passos importantes para que a vida feminina seja preservada.
No País, entre 2001 e 2006 — antes da implementação da Lei Maria da Penha —, a cada 100 mil mulheres, 5,28, em média, perderam a vida por conta da violência. Já entre 2007 e 2011 (depois da Legislação), a taxa diminuiu para 5,22 a cada 100 mil mortes, aponta o estudo Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, divulgado em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O relatório mostra que no período de 2001 a 2011, ocorreram mais de 50 mil feminicídios*¹, o que equivale a, aproximadamente, 5 mil mortes por ano, ou uma a cada uma hora e meia.
No início de 2014, a farmacêutica bioquímica Maria da Penha Fernandes, que inspirou a criação da Lei, após ficar paraplégica pelas agressões do marido, afirmou à revista BOA VONTADE Mulher (publicação especial da LBV para a 57ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, ocorrida neste ano, na sede da ONU, em Nova York) que "é necessário mais delegacias da mulher, centros de referência de atendimento em situação de violência doméstica, casas de abrigo para a mulher que não pode retornar para casa por correr risco de morte, além de mais centros do juizado da mulher."
DESARMAR OS CORAÇÕES
Quanto mais meios eficazes de proteção à mulher forem instituídos, mais benefícios a sociedade colherá. Afinal, nenhuma nação pode desenvolver-se sem a valorosa contribuição das mulheres, que, de variadas formas, emprega esforço pela manutenção da vida.

Veja também
Sobre o assunto, o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, elucida as mentes em seu artigo A mulher no conSerto das nações: “O papel da Mulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da cultura machista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela religiosa, política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir mão de seu apoio. Ora, a Mulher, bafejada pelo Sopro Divino, é a Alma de tudo, é a Alma da Humanidade, é a boa raiz, a base das civilizações, a defesa da existência humana. Qual mãe deseja ver seu filho morto na guerra? Ai de nós, os homens, se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, iluminadas!”.
É essencial para a sobrevivência de todos que cada coração seja desarmado, de onde se originam as ações, quer sejam boas ou más. “Cada espaço conquistado pelo Amor é perdido pelo ódio”, afirma Paiva Netto; ou seja, elevando as condições morais e éticas, respeitando o ser humano e suas diferenças, o resultado alcançado será a Paz e não a violência.
Daí a importância de reeducar as mentes com o luminoso Mandamento Novo de Jesus, o Cristo Ecumênico — portanto, Universal —, o Divino Estadista: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros", constante do Evangelho, segundo João, 13:34 e 35. Trabalho realizado pela Legião da Boa Vontade (LBV) em suas Escolas e Unidades Socioeducacionais espalhadas pelo Brasil e pelo exterior, difundindo a cultura de Paz desde bebês aos atendidos da Terceira Idade.
Para as vítimas de violência, o número da Central de Atendimento à Mulher é 180.
___________________________________
*Feminicídio é o homicídio de mulheres em decorrência de conflitos de gênero, geralmente cometidos por um homem, parceiro ou ex-parceiro da vítima. Esse tipo de crime costuma implicar situações de abuso, ameaças, intimidação e violência sexual.
**Com informações da Agência Brasil.