Síndrome de Down: quebrando os estigmas sociais

Nós, do Portal Boa Vontade, reforçamos para todos a importância do respeito às diferenças, independentemente de quais sejam.

Gabriele de Barros

20/03/2019 às 08h45 - quarta-feira | Atualizado em 20/03/2019 às 18h14

A Síndrome de Down — ou Trissomia do cromossomo 21 — é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Pessoas com esta síndrome possuem, portanto, 47 cromossomos em suas células ao invés de 46.

É importante destacar que as pessoas com Down têm muito mais semelhanças com os demais indivíduos do que diferenças. Elas não têm uma vida limitada e inativa, muito pelo contrário. Alcançam a autonomia em suas vidas, sendo capazes de fazer qualquer coisa.

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No Brasil, cerca de 300 mil pessoas têm Síndrome de Down. Em escala global, se acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a incidência de um bebê ter Down é de um a cada mil nascimentos. É estimado que, por ano, entre três e cinco mil crianças vêm ao mundo com a Trissomia do cromossomo 21.

A inclusão destes indivíduos na sociedade é totalmente necessária. Por isso, reforçamos para todos a importância do respeito às diferenças, independentemente de quais sejam.

CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME

As crianças, os adolescentes, os adultos e os idosos com Síndrome de Down apresentam alguns aspectos físicos únicos e podem ter uma propensão maior ao desenvolvimento de certos problemas de saúde como malformações cardíacas e do trato gastrointestinal, problemas de visão e audição, diabetes e alterações da tireoide.

No entanto, isso não quer dizer que necessariamente essas pessoas terão essas doenças.

Entre as características físicas associadas à trissomia do cromossomo 21 estão os olhos amendoados e puxados, cabeça achatada na parte de trás, nariz pequeno e achatado, hipotonia muscular – condição na qual o tônus muscular está anormalmente baixo – e baixa estatura.

A intensidade de cada um desses aspectos varia de cada um e não tem relação nenhuma com a maior ou menor capacidade intelectual do indivíduo com Síndrome de Down.

O desenvolvimento de uma pessoa com trissomia do cromossomo 21 está diretamente ligado com o estímulo que ela recebe nos primeiros anos de vida, assim como acontece com todo mundo.

VENCENDO BARREIRAS

Diante disso, vale destacar a superação no meio esportivo do judoca Breno Viola. Ele é a primeira pessoa com Síndrome de Down a alcançar a faixa preta de judô 3° Dan, e é conhecido por seu trabalho em projetos que buscam o desenvolvimento social de crianças, jovens e adultos.

Além disso, Breno ainda foi um dos condutores do revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016 e ficou famoso em todo o Brasil ao participar, em 2012, do filme Colegas.

No ano de 2013, o esportista concedeu uma entrevista à Boa Vontade TV e contou um pouco sobre a sua trajetória, os seus desafios e sua inspiração no Judô. Confira a primeira parte deste bate-papo:

Confira a segunda parte da entrevista!

PELO FIM DO PRECONCEITO

O preconceito, infelizmente, existe em todas as partes do mundo e pode ser combatido de diversas formas e por diversos meios. O cinema é uma dessas ferramentas, constituindo um ótimo veículo de comunicação para manifestações positivas. 

No já citado filme brasileiro Colegas, produzido pelo cineasta Marcelo Galvão e lançado em 2013, é retratada uma aventura divertida e despretensiosa de três amigos com Síndrome de Down. Além de Breno Viola, os atores Ariel Goldenberg e Rita Pokk também protagonizam o longa.

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV, realizada no ano de estreia do filme, o roteirista e diretor do filme contou sobre a experiência de dirigir jovens atores com Down. “Eu escrevi um filme que não fala sobre síndrome de Down, deficiência, mas que fala sobre sonhos. Todo mundo sonha, todo mundo quer ir atrás de seus sonhos. Então, é um filme inspirador e uma comédia, um filme para cima”, afirmou.

Para o diretor, os cinco minutos iniciais dessa produção já mostram que é possível fazer bons filmes tendo atores com essa síndrome ou com outras deficiências: “Você esquece que eles têm síndrome de Down, você entra na aventura, vibra, chora, ri com eles, mas com eles como atores, como personagens do filme, não como três garotos com síndrome de Down. ”

Assista a primeira parte da entrevista:

Acompanhe a segunda parte deste bate-papo!

Na edição 232 da revista BOA VONTADE do ano 2012, o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV) José de Paiva Netto deixou as suas considerações a respeito do assunto: “O tema remete-nos ao respeito às diferenças, passo primacial para o surgimento da tão sonhada Sociedade Solidária, Altruística e Ecumênica”.

Você pode conferir a matéria completa AQUI.

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

O Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado anualmente em 21 de março. A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, o bem-estar e a inclusão dos indivíduos com Down na sociedade.

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O dia faz alusão aos 3 cromossomos no par número 21, característico das pessoas com Síndrome de Down. A data foi escolhida pela Down Syndrome International, através da ideia do geneticista Stylianos E. Antonarakis, da Universidade de Genebra, na Suíça.

O Dia Internacional da Síndrome de Down está no calendário oficial da Organização das Nações Unidas e é comemorado pelos 193 países-membros da ONU.

Nesta data, as pessoas com Down e aqueles que vivem e trabalham com elas, organizam e participam de atividades e eventos para defender os direitos de indivíduos com a Trissomia do cromossomo 21.
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*Com informações dos sites Movimento Down e ONU News.